Afeto pós-humano na ficção científica de Margaret Atwood Oryx & Crake
DOI:
https://doi.org/10.5902/2176148529424Palavras-chave:
Distopia, Pós-humanismo, Estudos Canadenses, Oryx & CrakeResumo
Este artigo analisa o romance de Atwood Oryx & Crake (2003) para identificar se e de que forma seu desenvolvimento integra a crítica sobre o afeto no pós-humanismo. Assim, discutimos como a narrativa faz uso de artefatos distópicos da sociedade do século XXI para elaborar acerca da questão da conexão entre o humano e a máquina, bem como a falta de afeto resultante dela. O que a narrativa nos diz a respeito da influência da sociedade pós-humana na nossa relação afetiva com o meio ambiente, com a máquina e entre nós como sujeitos pós-humanos? É importante dizer que olhamos para o pós-humanismo de duas formas: como o momento de descreditar a ingenuidade humanista, bem como a sociedade fabricada no qual o humano e o pós-humano se veem irreversivelmente interligados. A discussão proposta, portanto, nos lembra da pertinência da distopia como um espelho da sociedade de onde ela emerge – especialmente no que concerne à novas perspectivas críticas fornecidas pela distopia pós-humana. A crítica frutífera articulada pelo mundo afetivo dos personagens de Oryx & Crake (2003) acerca do futuro pós-humano, onde tudo parece dar errado, é uma resposta à ideia questionável de que as distopias não teriam pertinência em um mundo que se vê supostamente isento da possibilidade de um regime político absolutista global.Downloads
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