Virgílio no púlpito: Bossuet, a antiguidade pagã e o “sagrado canal” da pregação

Autores

  • Anne Regent-Susini

DOI:

https://doi.org/10.5902/2176148516588

Resumo

Através do exame das referências à Antiguidade greco-latina em Bossuet, este artigo se propõe interrogar-lhes o papel e o estatuto na eloquência da cátedra do século de Luís XIV. Essa intertextualidade problemática se caracteriza a um tempo por sua plasticidade e por sua ambivalência. Plasticidade, pois os pagãos constituem, no quadro dessa retórica sermonária, uma auctoritas de terceira ordem que o pregador não hesita em manipular em função de suas necessidades, não somente cortando citações de seu contexto, mas também as utilizando em um sentido oposto no contexto original, a fim de apropriá-los em seu discurso. O sermão participa assim essencialmente, ao lado de outros casos textuais e pictóricos, do gigantesco movimento de “cristianização” de figuras e de exempla pagãos que se opera na idade clássica.

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Publicado

2014-12-26

Como Citar

Regent-Susini, A. (2014). Virgílio no púlpito: Bossuet, a antiguidade pagã e o “sagrado canal” da pregação. Letras, (49), 17–34. https://doi.org/10.5902/2176148516588