Crítica ao modelo de desenvolvimento rural de Olhos D’água, município de Uruguaiana (RS): a voz dos agricultores

Autores

  • Liana Mendonça Goñi Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
  • Jaime Morales Hernández Professor investigador del Centro de Formación e Investigación Social del ITESO.

DOI:

https://doi.org/10.5902/2318179650294

Palavras-chave:

agricultores familiares, desenvolvimento, diferentes agriculturas, pecuaristas, Uruguaiana.

Resumo

O objetivo do artigo é analisar o modelo de desenvolvimento rural do distrito Olhos D’Água, bem como os diferentes agir e reagir, práticas e discursos dos agricultores e pecuaristas familiares da região de Olhos D’água. Trata-se de um estudo de caso, com abordagem qualitativa e exploratória. Para tanto, a pesquisa consiste na união de duas perspectivas metodológicas: perspectiva etnográfica ator-rede Latour e Woolgar (1997), e a perspectiva orientada desde os atores de Long (2007). A partir das análises discursivas e documentais foi possível ressaltar as diferentes agriculturas, os diferentes graus de mercantilização e as diferentes racionalidades e modos de vidas no âmbito rural da região. Ao final do estudo conclui-se que a solução ao crescimento econômico é de ordem hegemônica para todas as realidades rurais, descartando a cada território o potencial das diferentes configurações sociais/produtivas, econômicas e ecológicasos locais. Nas mesmas características de “atrasados” e “estagnados” em que os pecuaristas familiares e a pecuária familiar foram forjados, há subsídios empíricos a pensarmos em estratégias desde essas racionalidades e modos de vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Liana Mendonça Goñi, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Graduação em Tecnologia em Agronegócio (UFSM). Especialização em Desenvolvimento Territorial e Agroecologia (UERGS). Mestrado em Agroecologia (UCO). Mestranda em Gestão e Tecnologia Ambiental (UFMT). E-mail: lianagoni@gmail.com

Jaime Morales Hernández, Professor investigador del Centro de Formación e Investigación Social del ITESO.

Graduação em Engenharia Agronômica (ITESM). Mestrado em Agroecología y Desarrollo Rural Sustentable (UNIA). Doutorado em Agroecología (UCO). Professor investigador do Centro Interdisciplinario para la Formación y Vinculación Social (ITESO). E-mail: jaimem@iteso.mx

Referências

ASSOSSIAÇÃO RURAL DE URUGUAIANA. 100 Anos de História. 1. ed. Uruguaiana: Gráfica Universitária, 2006.

BOSI, E. Memória e Sociedade: lembrança dos velhos. 3. ed., São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

CARGNIN, A. P. Políticas de desenvolvimento regional no Rio Grande do Sul: vestígios, marcas e repercussões territoriais. Brasília: Ministério da Integração Nacional, 2014.

ESCOBAR, A. Cultura, ambiente y política en la antropología contemporánea. Instituto Colombiano de Antropología e Ministerio de Cultura. Colômbia, 1999.

ESCOBAR, A. El “postdesarrollo” como concepto y pratica social. In: MATO, D. (Org). Políticas de economia, ambiente y sociedade em tempos de globalização. Caracas: Universidade Central de Venezuela, 2005, p. 17-31. Disponível em: https://red.pucp.edu.pe/wp-content/uploads/biblioteca/090505.pdf. Acesso em: 3 maio 2015.

ESCOBAR, A. La invención del desarrollo. Popayán: Universidad del Cauca, 2012.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 2008.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEORGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Uruguaiana: panorama 2013. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/uruguaiana/panorama. Acesso em: 15 maio 2015.

INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ. IRGA Produtividades Municipais - safra 2014/2015. Porto Alegre. 2015. Disponível em: http://stirga2018-admin.hml.rs.gov.br/upload/arquivos/201805/22093455-produtividade-municipios-safra-2014-e-2015.pdf . Acesso em: 1 maio 2015.

LATOUR, B.; WOOLGAR. S. A vida de laboratório: a produção dos atos científicos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997.

LONG, N. Sociología del desarrollo: una perspectiva centrada en el ator. Centro de Investigaciones y Estudios Superiores em Antropología Social. México: El Colegio de San Luis, 2007.

LONG, N.; PLOEG, J. D. van der. Heterogeneidade, ator e estrutura: para a reconstituição do conceito de estrutura. In: SCHNEIDER S. (Org.). Os atores do desenvolvimento rural: perspectivas teóricas e práticas sociais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2011. p. 21 - 48.

MAESTRI, M. O gaúcho negro: o cativo e a fazenda pastoril. In: X CONGRESSO INTERNACIONAL – ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE ESTUDOS AFRICANOS E ASIÁTICOS. Rio de Janeiro: ALADAA, 2000. Anais... Rio de Janeiro, 2000. 26p. Disponível em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/aladaa/. Acesso em: 10 maio 2015.

PILLAR, V. D.; LANGE, O. Os campos do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 2015.

PLOEG, J. D. van der. El proceso de trabajo agrícola y la mercantilización. In: GUZMAN, E. S.; MOLINA, M. G. (Orgs.). Ecología, campesinato y historia. Madri: La Piqueta, 1993. p. 153 - 195.

PLOEG, J. D. van der. O modo de produção camponês. In: SCHNEIDER S. (Org.). A diversidade da Agricultura Familiar. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006. p. 13 - 56.

PLOEG, J. D. van der. Camponeses e Impérios Alimentares. Lutas por autonomia e sustentabilidade na era da globalização. Porto Alegre: Ed. da Universidade (UFRGS), 2008.

RIBEIRO, C. M. Estudo do modo de vida dos pecuaristas familiares da Região da Campanha do Rio Grande do Sul. 2009. 304f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Rural) - Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

SANDRINI, G. B. D. Processo de inserção dos pecuaristas familiares do Rio Grande do Sul na cadeia produtiva da carne. 2005. 178f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Rural) - Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.

SANT’ANNA, D. Atividades produtivas. In: CHOMENKO, L.; BENCKE, G. (Orgs.). Nosso Pampa desconhecido. Porto Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 2016. p.169 - 186.

GRAZIANO DA SILVA, J. A nova dinâmica da agricultura brasileira. Campinas, São Paulo, Brasil: Unicamp, 1996.

TOLEDO, V. M. La racionalidad Ecológica de la Producción Campesina. In. GUZMÁN, E. S.; MOLINA, M. G. (Orgs.). Ecología, Campesinado e Historia. Genealogía del Poder. Madrid: La Piqueta, 1993. p.197 - 219.

TOLEDO, V. M. Metabolismos rurales: hacia una teoría económico-ecológica de la apropiación de la naturaleza. Revista Iberoamericana de Economía Ecológica, v.7, n.1, p. 1 - 26, 2008.

TOLEDO, V. M.; BARRERA-BASSOLS, N. A memória biocultural: a importância ecológica das sabedorias tradicionais. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2015.

Downloads

Publicado

2020-12-30

Como Citar

Goñi, L. M., & Hernández, J. M. (2020). Crítica ao modelo de desenvolvimento rural de Olhos D’água, município de Uruguaiana (RS): a voz dos agricultores. Extensão Rural, 27(4), 109–127. https://doi.org/10.5902/2318179650294