O licenciamento ambiental de suinoculturas na região do Alto São Francisco, Minas Gerais

Autores

  • Helena Botelho de Andrade Universidade Federal de Lavras
  • Luiz Otávio Moras Filho Universidade Federal de Lavras http://orcid.org/0000-0002-0906-5295
  • Luís Antônio Coimbra Borges Universidade Federal de Lavras

DOI:

https://doi.org/10.5902/2318179624249

Palavras-chave:

dejetos de suínos, poluição das águas, poluição do solo, regularização ambiental

Resumo

O Brasil é um dos principais países exportadores de carne suinícola, tendo produzido 3,643 milhões de toneladas em 2015. Porém, essa intensa produção animal ocasiona uma serie de impactos ambientais como a contaminação do solo e da água. Este trabalho teve como objetivo caracterizar o estado de adequação ambiental dos empreendimentos suinícolas licenciados no período de 2011 a 2015 na região do Alto São Francisco, Minas Gerais, observando principalmente as alternativas de mitigação de impactos utilizadas. A estatística utilizada foi a descritiva e a coleta de dados interpretativa, por meio de check-list. Verificou-se que o principal motivo de indeferimento de licenças foi a falta de cumprimento de condicionantes estabelecidas pelos órgãos ambientais. Os principais impactos ambientais negativos da suinocultura observados foram o grande volume de efluente gerado e da emissão de gases que contribuem com o aumento do efeito estufa. Entre as medidas mitigadoras, destaca-se o manejo do efluente por meio de biodigestores e queimadores, podendo ser reutilizado como insumo para fertirrigação ou geração de energia elétrica. A regularização ambiental é uma prática necessária para a sustentabilidade da atividade de suinocultura, proporcionando adequações necessárias à qualidade de vida.

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Publicado

2017-07-18

Como Citar

Andrade, H. B. de, Filho, L. O. M., & Borges, L. A. C. (2017). O licenciamento ambiental de suinoculturas na região do Alto São Francisco, Minas Gerais. Extensão Rural, 24(2), 72–84. https://doi.org/10.5902/2318179624249