Comercialização e processamento dos produtos da pesca artesanal na fronteira oeste do Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.5902/2318179666498Palabras clave:
Agregação de valor, Qualidade do pescado, Rio UruguaiResumen
A pesca artesanal é uma atividade econômica geradora de renda a várias famílias que vivem às margens do rio Uruguai. A grande maioria dos pescadores da região tem na pesca a sua principal fonte de renda, sendo considerados pelo Estado como um grupo que possui fragilidades, principalmente no acesso às políticas públicas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o perfil e as demandas dos pescadores artesanais de Uruguaiana e Barra do Quaraí, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, quanto à comercialização e o processamento do pescado. O levantamento foi obtido através do diagnóstico rápido participativo (DRP) em dois momentos, um em cada município. Neste artigo são apresentadas as principais problemáticas observadas e levantadas pelos pescadores, discutindo estratégias para melhorias na apresentação e comercialização do pescado, geração de renda familiar e ampliação do hábito de consumo de pescado na região. Os pescadores artesanais da fronteira oeste dependem da pesca como única fonte de renda e enfrentam dificuldades de inserção do pescado nos mercados locais formais, além de sofrerem com a sazonalidade da comercialização. Assim, é preciso considerar que estas comunidades são dependentes de políticas públicas e ações que suportem a pesca responsável e estimulem a comercialização do produto nos mercados locais, como a melhoria da forma de apresentação do produto e a agregação de valor de espécies com baixa procura.
Descargas
Citas
BIASSI, B. A. et al. Análise etnoictiológica da pesca artesanal nas bacias hidrográficas dos rios Uruguai e Jacuí, Rio Grande do Sul, Brasil. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, v. 43, n. 3, p. 358–372, 2017. Disponível em https://doi.org/10.20950/1678-2305.2017v43n3p358. Acesso em: 10 mar. 2021. DOI: 10.20950/1678-2305.2017v43n3p358.
BRASIL. Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica; altera as Leis nos 10.880, de 9 de junho de 2004, 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, 11.507, de 20 de julho de 2007; revoga dispositivos da Medida Provisória no 2.178-36, de 24 de agosto de 2001, e a Lei no 8.913, de 12 de julho de 1994; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 17 jun. 2009, Seção 1, p. 2. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11947.htm. Acesso em: 04 abr. 2021.
BRASIL. Ministério da Cidadania. Relatório sobre Bolsa Família e Cadastro Único do Ministério da Cidadania. Brasília, DF, 2020. Disponível em https://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/bolsafamilia/painel.html. Acesso em: 10 abr. 2021.
CAJADO, D. M. et al.. Compreendendo a pesca artesanal sob a ótica da multifuncionalidade e pluriatividade. Estudo de caso. Extensão Rural, Santa Maria, v. 21, n. 4, p. 52–74, 2014. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/index.php/extensaorural/article/view/10221. Acesso em 27 jan. 2022. DOI: 10.5902/2318179610221.
CAPELLESSO, A. J.; CAZELLA, A. A. Os Sistemas de Financiamento na Pesca Artesanal: um estudo de caso no Litoral Centro-Sul Catarinense. Revista de Economia e Sociologia Rural, Piracicaba, SP, v. 51, n. 2, p. 275–294, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-20032013000200004. Acesso em: 15 mar. 2021. DOI: 10.1590/S0103-20032013000200004.
COSTA, M. G. A.; SALES JÚNIOR, R. A.; SOUZA, A. O. V. Tecnologias de embalagens no pescado: aplicações e tendências. Pubvet, Maringá, PR, v. 13, n. 5, p. 1–8, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.31533/pubvet.v13n5a333.1-8. Acesso em: 24 abr. 2021. DOI: 10.31533/pubvet.v13n5a333.1-8.
COTRIM, D. S. Metodologia de diagnóstico participativo para apoio ao trabalho de extensão pesqueira junto às famílias de pescadores profissionais artesanais no litoral norte do RS. Cadernos de Agroecologia, Recife, v. 1, n. 1, 2006. Disponível em: http://revistas.aba-agroecologia.org.br/index.php/cad/article/view/1564. Acesso em: 02 mai 2021.
DIEGUES, A. C. S. Artisanal Fisheries in Brazil. SAMUDRA Monograph. Chennai, India: InternationalCollective in Support of Fishworkers., 2006. 72 p. Disponível em http://www.icsf.net/images/monographs/pdf/english/issue_40/40_all.pdf Acesso em: 27 jan. 2022.
FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations. (Org.) The state of the world fisheries and aquaculture 2018. Rome: FAO, 2018a. 227 p. Disponível em http://www.fao.org/3/i9540en/I9540EN.pdf. Acesso em: 05 abr. 2021.
FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations. (Org.) Voluntaryguidelines for securingsustainablesmall-scalefisheries in the context of food security and povertyeradication. San Salvador: FAO, 2018b. 44 p. Disponível em: http://www.fao.org/3/i8347en/I8347EN.pdf. Acesso em: 28 abr. 2021.
FARIA, J. A. F.; CASTRO, W. F. Embalagens para pescado. In: GONÇALVES, A. A. (ed.). Tecnologia do pescado: ciência, tecnologia, inovação e legislação. São Paulo: Atheneu, 2011. p. 318-324.
FURLAN, V. J. M.; CAMPOS, I. P.; CENTENARO, G. S. Caracterização da atividade pesqueira e aspectos da comercialização do pescado no município de Itaqui-RS, Brasil. Vigilância Sanitária em Debate, São Paulo; v. 4, n. 4, p. 43–50, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.22239/2317-269x.00633. Acesso em: 20 abr. 2021. DOI: 10.22239/2317-269x.00633.
GARCEZ, D. S.; SÁNCHEZ-BOTERO, J. I. Comunidades de pescadores artesanais no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Atlântica, Rio Grande, v. 27, n. 1, p. 17–29, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.5088/atlântica.v27i1.2201. Acesso em: 26 abr. 2021. DOI: 10.5088/atlântica.v27i1.2201.
GONÇALVES, A. A.; PASSOS, M. G.; BIEDRZYCKI, A. Percepção do consumidor com relação à embalagem de alimentos: tendências. Estudos Tecnológicos em Engenharia, São Leopoldo, RS, v. 4, n. 3, p. 271-283 2008. Disponível em: http://revistas.unisinos.br/index.php/estudos_tecnologicos/article/view/5549. Acesso em 27 jan. 2022. DOI: 10.4013/ete.20083.10.
IBAMA apresenta informações sobre pesca e APP no Rio Uruguai. 2019. Disponível em: https://uruguaiana.rs.leg.br/comunicacoes/noticias/ibama-apresenta-informacoes-sobre-pesca-e-app-no-rio-uruguai/. Acesso em: 26 abr. 2021.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. Instrução normativa nº 193, de 2 de outubro de 2008. Diário Oficial da União, Ministério do Meio Ambiente, Brasília, DF, 3 out. 2008, Seção 1, p. 90. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=90&data=03/10/2008. Acesso em: 27 jan. 2022.
KUBITZA, F.; ONO, E. A. Os caminhos da produção de peixes nativos no Brasil : Uma análise da produção e obstáculos da piscicultura. Panorama da Aquicultura, Rio de Janeiro, v. 102, p. 14–23, 2007. Disponível em: https://panoramadaaquicultura.com.br/os-caminhos-da-producao-de-peixes-nativos-no-brasil/. Acesso em: 04 abr. 2021.
LOPES, G. C. S.; FREITAS, C. E. C. Avaliação da pesca comercial desembarcada em duas cidades localizadas no Rio Solimões – Amazonas. Biota Amazônia, Macapá, v. 8, n. 4, p. 36-41, 2018. Disponível em: https://periodicos.unifap.br/index.php/biota/article/view/4035. Acesso em 27 jan. 2022. DOI: 10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v8n4p36-41.
MARUYAMA, L. S.; CASTRO, P. M. G.; PAIVA, P. Pesca artesanal no médio e baixo Tietê - aspectos estruturais e socioeconômicos. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, v. 35, n. 1, p. 61–81, 2009. Disponível em: https://www.pesca.sp.gov.br/boletim/index.php/bip/article/view/838/822. Acesso em: 06 abr. 2021.
MATTHIESEN, A.; QUADROS, M. Gosto de barro em tambaquis: problemas e recomendações. Boa Vista, RR: Embrapa Roraima, 2012. 20 p. (Cartilha). Disponível em: https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RR/Anexos/gosto_barro_tambaqui.pdf. Acesso em: 06 abr. 2021.
MENEZES, E. C. O.; SERVA, M. R.; RONCONI, L. F. A. Governança dos recursos de uso comum e desenvolvimento territorial sustentável: análise dos arranjos institucionais da pesca na Grande Florianópolis. Revista de Gestão Social e Ambiental, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 22–40, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.24857/rgsa.v10i1.1109. Acesso em: 26 abr. 2021. DOI: 10.24857/rgsa.v10i1.1109
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Caderno da região hidrográfica do Uruguai. Brasília: MMA, 2006. 132 p. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/161/_publicacao/161_publicacao03032011023025.pdf. Acesso em: 10 abr. 2021.
MPA – MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA. Boletim estatístico da pesca e aquicultura. República Federativa do Brasil, 2011. 60 p. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/biblioteca/download/estatistica/est_2011_bol__bra.pdf. Acesso em: 12 abr. 2021.
NUNES, M. L; PEDRO, S. Salga do pescado. In: GONÇALVES, A. A. (ed.). Tecnologia do pescado: ciência, tecnologia, inovação e legislação. São Paulo: Atheneu, 2011. p. 156-165.
PESSANO, E. F. et al. Análise da atividade pesqueira no rio Uruguai médio, diante do panorama da Associação de pescadores de Uruguaiana, RS - Brasil. Biodiversidade Pampeana, Uruguaiana, RS, v. 6, n. 2, p. 49–62, 2008. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/biodiversidadepampeana/article/view/2862. Acesso em: 12 abr. 2021.
RIO GRANDE DO SUL. Decreto nº 51.797, de 8 de setembro de 2014. Declara as Espécies da Fauna Silvestre Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio Grande do Sul. Diário Oficial do Estado n.º 173, 2014, p. 2. Disponível em: http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=TEXTO&Hid_TodasNormas=61313&hTexto=&Hid_IDNorma=61313Acesso em: 26 abr. 2021.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão. Departamento de Planejamento Governamental. Atlas socioeconômico do Rio Grande do Sul. 5. Ed. Porto Alegre: Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, 2020. Disponível em: https://atlassocioeconomico.rs.gov.br/Acesso em: 15 abr. 2021.
ROUSSEAU, Y. et al. Defining global artisanal fisheries. Marine Policy, Amsterdã, v. 108, p. 103634, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.marpol.2019.103634. Acesso em: 12 abr. 2021. DOI: 10.1016/j.marpol.2019.103634.
SCHERER, R. et al. Efeito do gelo clorado sobre parâmetros químicos e microbiológicos da carne de carpa capim (Ctenopharyngodon idella). Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 24, n. 4, p. 680–684, 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-20612004000400034. Acesso em: 26 abr. 2021. DOI: 10.1590/S0101-20612004000400034.
SCHORK, G. et al. Diagnóstico da pesca artesanal na usina hidrelétrica de machadinho, alto Rio Uruguai - Brasil. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, v. 38, n. 2, p. 97–108, 2012. Disponível em: https://www.pesca.sp.gov.br/boletim/index.php/bip/article/view/948. Acesso em: 04 abr. 2021.
SILVA, A. P. et al. Diagnóstico participativo da piscicultura familiar na região de Divinópolis/ TO: Uma abordagem diferenciada para ações de pesquisa e desenvolvimento. Palmas, TO: Embrapa Pesca e Aquicultura, 2013. 92 p. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 2). Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/108687/1/bpd2.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.
SOARES, K. M. de P.; GONÇALVES, A. A. Qualidade e segurança do pescado. Revista do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 71, n. 1, p. 1–10, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.53393/rial.2012.v71.32384. Acesso em: 04 abr. 2021. DOI: 10.53393/rial.2012.v71.32384
SOUSA, D. N. et al. Organização social e produtiva de pescadores para agregação de valor ao pescado em mercados institucionais. Revista Brasileira de Engenharia de Pesca, São Luís, MA, v. 11, n. 1, p. 85–96, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.18817/repesca.v11i1.1548. Acesso em: 26 abr. 2021. DOI: 10.18817/repesca.v11i1.1548.
SOUSA, D. N.; KATO, H. C. A. Novos produtos e cortes diferenciados: o potencial dos peixes nativos nos mercados da gastronomia. Extensão Rural, Santa Maria, v. 24, n. 4, p. 86–101, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2318179629090. Acesso em: 27 jan. 2022. DOI: 10.5902/2318179629090
SOUZA, M. A. A.; QUEROL, M. V. M. Análise socio-econômica da atividade pesqueira na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. IN: QUEROL, M. V. M. et al. (Org.). Aspectos da biologia e ecologia de peixes da bacia do Rio Uruguai médio: conservação e aproveitamento comercial das espécies. Uruguaiana, RS: Universidade Federal do Pampa/Gráfica Polimpressos, 2015. p. 237-252.
TORRES, R., GIANNELLA, L. C. A vulnerabilidade dos pescadores artesanais brasileiros: uma análise sociodemográfica. Revista Geonorte, Manaus, v. 11, n. 38, p. 162–185, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.21170/geonorte.2020.V.11.N.38.162.185. Acesso em: 27 jan. 2022. DOI: 10.21170/geonorte.2020.V.11.N.38.162.185
VIEIRA, R. H. S. F. Microbiologia, higiene e qualidade do pescado: teoria e prática. São Paulo: Livraria Varela, 2003. 380p.
WELCOMME, R. Review of the State of the World Fishery Resources: Inland Fisheries. FAO Fisheries and Aquaculture Circular No. 942, Rev. 2. Roma: FAO, 2011. 97 p. Disponível em: http://www.fao.org/3/i2484e/i2484e.pdf. Acesso em: 28 abr. 2021.
ZACARDI, D. M. A pesca artesanal em áreas de inundação no baixo Amazonas, Pará: técnicas de captura e composição pesqueira. In: MENDES, L. N. (Org.) Aquicultura e pesca: adversidades e resultados 3. Ponta Grossa, PR: Atena, 2020. p. 1-6. Disponível em: https://www.atenaeditora.com.br/post-artigo/33141. Acesso em: 27 jan. 2022. DOI: 10.22533/at.ed.7732028051.
ZACARKIM, C. E.; DUTRA, F. M.; OLIVEIRA, L. C. Perfil dos pescadores da foz do rio Araguaia, Brasil Revista Eletrônica de Extensão – Extensio, Florianópolis, v. 14, n. 25, p. 27-44, 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5007/1807-0221.2017v14n25p27. Acesso em: 27 jan. 2022. DOI: 10.5007/1807-0221.2017v14n25p27.