Práticas pedagógicas no processo de reabilitação de alunos com surdocegueira

Autores

  • Thaís Ferreira Bigate Instituto Benjamin Constant (IBC)
  • Neuza Rejane Wille Lima Universidade Federal Fluminense (UFF)

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X34756

Palavras-chave:

Surdocegueira, Práticas Pedagógicas, Reabilitação

Resumo

O presente estudo buscou analisar as práticas pedagógicas empregadas no processo de reabilitação de alunos com surdogueira do Instituto Benjamin Constant. A surdocegueira é uma deficiência que compromete os principais sentidos de recepção de informação, logo, os professores devem utilizar práticas distintas daquelas usadas com os demais alunos com deficiência visual e, se a população surdocega tem como principal característica a heterogeneidade, deve existir diferenças nos atendimentos de alunos que apresentam distinto período de aquisição da deficiência e de graus de perda da audição e da visão. A fim de compreender esse processo, o estudo de caso foi selecionado como metodologia e a coleta de dados foi realizada por meio de levantamento bibliográfico e entrevista semiestruturada. Concluiu-se que a principal dificuldade encontrada pelos professores foi a comunicação e que a presença de um tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) é fundamental nesse contexto. As ações mencionadas pelos professores foram consideradas relevantes, possibilitando o acesso dos alunos com surdocegueira aos conteúdos das aulas.

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Biografia do Autor

Thaís Ferreira Bigate, Instituto Benjamin Constant (IBC)

Mestre em Diversidade e Inclusão (CMPDI) pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Especialista em Língua Portuguesa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Graduada em Letras com habilitação em Literaturas pela UFF. Professora de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico/Surdocegueira do Instituto Benjamin Constant (IBC). Na Instituição, leciona no Programa de Atendimento e Apoio ao Surdocego (PAAS). Área de pesquisa: Linguagem, comunicação, educação especial, surdocegueira.

 

Neuza Rejane Wille Lima, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1983), Mestre em Biofísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro ( (1987), Doutora em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos/Rutgers University (USA) (1993). Atualmente é Professora Associada IV da Universidade Federal Fluminense e Coordenadora do Curso de Mestrado em Diversidade e Inclusão (CMPDI, 2017-2018). Tutora do ProPET Biofronteiras do Instituto de Biologia da UFF desde 2013, Presidente da Associação Brasileira em Diversidade e Inclusão (ABDIn 2015-2019) e Líder do Grupo de Pesquisa NDVIS (Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Processos, Produtos e Inovação Tecnológica para o Ensino de Deficientes Visuais - cadastrado no diretório de grupos de pesquisa do CNPq (http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf) dentro da área de Educação). Foi vice-coordenadora e Coordenadora do Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão (CMPDI/UFF) (2015-2018). Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Aplicada e Teórica, atuando principalmente nos seguintes temas: ecologia evolutiva, evolução do sexo. Recentemente, vem atuando na área de educação inclusiva, mais especificamente sobre deficiência visual.

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Publicado

2019-06-05

Como Citar

Bigate, T. F., & Lima, N. R. W. (2019). Práticas pedagógicas no processo de reabilitação de alunos com surdocegueira. Revista Educação Especial, 32, e66/ 1–23. https://doi.org/10.5902/1984686X34756