Práticas artísticas e musicais com crianças e jovens com deficiência: possibilidades e desafios

Autores

  • Denise Andrade de Freitas Martins Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade Ituiutaba
  • Pâmela Silva Rocha Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade Ituiutaba
  • Flávia Delago Fabrício Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade Ituiutaba

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X32655

Palavras-chave:

Práticas sociais e processos educativos, Práticas artísticas e musicais, Crianças e jovens com deficiência.

Resumo

Neste artigo buscamos compartilhar os resultados obtidos em uma pesquisa realizada junto à comunidade de um projeto de extensão desenvolvido na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ituiutaba (APAE), cujo objetivo foi tentar compreender de que forma crianças e jovens com deficiência se envolvem em práticas artísticas e musicais e quais são os processos educativos decorrentes dessas práticas. O processo de construção da pesquisa constou de dois momentos: metodologia de intervenção e metodologia de pesquisa, tendo como referência os princípios pedagógicos de Paulo Freire. O referencial teórico se sustentou principalmente nos conceitos de práticas sociais e interculturalidade. De natureza qualitativa e inspiração fenomenológica, o principal instrumento de coleta de dados foram os diários de campo, além de fotos, filmagens, desenhos, textos escritos e entrevistas, com posterior análise (ideográfica e nomotética). Foram identificadas três categorias: A) Querer fazer; B) Saber fazer; C) Pensar o outro. A construção de performance em práticas artísticas e musicais com crianças e jovens com deficiência mostrou a força potente de tais práticas, tendo em vista os processos educativos delas decorrentes. Como protagonistas, foi possível contar e recontar história, memorizar falas, aprender canções, percutir objetos sonoros, interagir com as pessoas e instituições envolvidas (APAE, creche, escola de música e universidade), aprender novos conteúdos, metodologias e modos de expressão. Práticas como essas podem contribuir com o processo de formação de pessoas com deficiência; garantir o exercício de direitos; suscitar reflexões e se constituir como parte integrante do processo de formação (pessoal e profissional) em Educação Especial.

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Biografia do Autor

Denise Andrade de Freitas Martins, Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade Ituiutaba

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos, linha de pesquisa Práticas Sociais e Processos Educativos, eixo Educação Musical (2015), Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), Moçambique (2013), como Bolsista CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Mestre em Educação Musical, Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro-Centro Universitário (2000). Licenciatura Plena, em Música-Piano pela Faculdade Mozarteum de São Paulo (1986); Licenciatura Curta, em Piano pela Universidade Federal de Uberlândia (1982); Bacharel em Piano pela Faculdade Mozarteum de São Paulo (1986). Realiza atividades de extensão e pesquisa na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG, unidade Ituiutaba), em parceria com o Conservatório Estadual de Música "Dr. José Zóccoli de Andrade". Coordenadora do projeto de extensão intitulado Projeto Escrevendo o Futuro: (Re)cortando papéis, criando painéis. Professora de Arte, Educação e Cultura; Iniciação Científica e Bases Culturais na UEMG, Ituiutaba. Coordenadora do Concurso de Piano "Prof. Abrão Calil Neto", que divulga a música brasileira desde 1994. Pesquisadora em práticas sociais e processos educativos junto a estudantes de escolas públicas. Experiência e atuação principalmente na área de música, artes e cultura.

Pâmela Silva Rocha, Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade Ituiutaba

Graduanda no curso de Psicologia (Bacharelado) na Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade Ituiutaba (UEMG). Bolsista pelo Programa Institucional de Apoio à Pesquisa - PAPq/UEMG, desenvolvendo o projeto de pesquisa intitulado "Música na APAE: um estudo dos processos educativos e envolvimento de jovens e adultos com deficiência em práticas artísticas e musicais". Ainda, pesquisadora e integrante do Núcleo de Estudos Interdisciplinares (NESI), cadastrado e reconhecido pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), o qual trabalha com linhas de pesquisa em Arte, Educação e Psicologia.

Flávia Delago Fabrício, Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade Ituiutaba

Graduanda do curso de Psicologia (Bacharelado) na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Ituiutaba (UEMG). 

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Publicado

2019-04-03

Como Citar

de Freitas Martins, D. A., Rocha, P. S., & Fabrício, F. D. (2019). Práticas artísticas e musicais com crianças e jovens com deficiência: possibilidades e desafios. Revista Educação Especial, 32, e37/ 1–17. https://doi.org/10.5902/1984686X32655

Edição

Seção

Artigos – Demanda contínua