Práticas artísticas e musicais com crianças e jovens com deficiência: possibilidades e desafios
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X32655Palavras-chave:
Práticas sociais e processos educativos, Práticas artísticas e musicais, Crianças e jovens com deficiência.Resumo
Neste artigo buscamos compartilhar os resultados obtidos em uma pesquisa realizada junto à comunidade de um projeto de extensão desenvolvido na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ituiutaba (APAE), cujo objetivo foi tentar compreender de que forma crianças e jovens com deficiência se envolvem em práticas artísticas e musicais e quais são os processos educativos decorrentes dessas práticas. O processo de construção da pesquisa constou de dois momentos: metodologia de intervenção e metodologia de pesquisa, tendo como referência os princípios pedagógicos de Paulo Freire. O referencial teórico se sustentou principalmente nos conceitos de práticas sociais e interculturalidade. De natureza qualitativa e inspiração fenomenológica, o principal instrumento de coleta de dados foram os diários de campo, além de fotos, filmagens, desenhos, textos escritos e entrevistas, com posterior análise (ideográfica e nomotética). Foram identificadas três categorias: A) Querer fazer; B) Saber fazer; C) Pensar o outro. A construção de performance em práticas artísticas e musicais com crianças e jovens com deficiência mostrou a força potente de tais práticas, tendo em vista os processos educativos delas decorrentes. Como protagonistas, foi possível contar e recontar história, memorizar falas, aprender canções, percutir objetos sonoros, interagir com as pessoas e instituições envolvidas (APAE, creche, escola de música e universidade), aprender novos conteúdos, metodologias e modos de expressão. Práticas como essas podem contribuir com o processo de formação de pessoas com deficiência; garantir o exercício de direitos; suscitar reflexões e se constituir como parte integrante do processo de formação (pessoal e profissional) em Educação Especial.Downloads
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