Alocação de biomassa e indicadores de crescimento para a avaliação da qualidade de mudas de espécies florestais nativas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509843229

Palavras-chave:

Índice de qualidade de Dickson, Mata Atlântica, Viveiros florestais, Restauração florestal

Resumo

Procedimentos e metodologias que permitam avaliar a qualidade e a uniformidade das mudas são fundamentais para a homogeneização dos lotes em viveiros florestais e o sucesso dos plantios para reflorestamento. Foi conduzido um estudo com o objetivo de avaliar as correlações entre a alocação de biomassa e o índice de qualidade de Dickson (IQD) para mudas de seis espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica, bem como selecionar indicadores de qualidade que mais influenciam o IQD e que possam ser utilizados de maneira prática e precisa para a avaliação da qualidade de mudas florestais nativas. Foram utilizadas mudas de seis espécies arbóreas tropicais: Calophyllum brasiliense, Eriotheca macrophylla, Inga laurina, Psidium cattleyanum, Roupala montana e Sloanea obtusifolia. Foram avaliados a massa seca de folhas (MSF), os caules (MSC) e as raízes (MSR), além da altura da parte aérea (H) e diâmetro do coleto (D). A partir dessas variáveis, foram calculadas as razões de massa de raízes (RMR), caules (RMC) e folhas (RMF), além da massa seca total (MST), a massa seca da parte aérea (MSPA), a razão de massa seca da parte aérea por massa seca de raízes (MSPA/MSR), a razão altura da parte aérea por diâmetro do coleto (H/D) e o IQD. Os resultados foram analisados mediante análises de correlação. Com base nas condições em que este estudo foi realizado é possível concluir que: (a) as diferenças entre os valores médios do IQD das espécies estudadas não foram explicadas pelo padrão de alocação de biomassa característico de cada espécie; (b) a MSR, a MST e o D são as melhores variáveis para predizer o comportamento do IQD das mudas das espécies florestais analisadas neste estudo; e (c) pelo fato de ser um método não destrutivo, o D pode ser considerado como o melhor indicador prático para estimar os valores de IQD de lotes de mudas de espécies florestais da Mata Atlântica.

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Biografia do Autor

Natanielly Rodrigues Avelino, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA

Engenheira Agrônoma, Ma., Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, Universidade Estadual de Santa Cruz, Rodovia Jorge Amado, km 16, CEP 45662-900, Ilhéus (BA), Brasil.

Ana Cristina Schilling, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA, Brasil

Engenheira Florestal, Dra., Professora Titular do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Estadual de Santa Cruz, Rodovia Jorge Amado, km 16, CEP 45662-900, Ilhéus (BA), Brasil.

Ândrea Carla Dalmolin, Universidade Federal do Sul da Bahia, Ilhéus, BA

Bióloga, Dra., Professora Associada do Centro de Formação em Ciências Agroflorestais, Universidade Federal do Sul da Bahia, BR 415, km 22, CEP: 45653-919, Ilhéus (BA), Brasil.

Martielly Santana dos Santos, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA

Bióloga, Dra., Professora Adjunta Visitante do Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Santa Cruz, Rodovia Jorge Amado, km 16, CEP 45662-900, Ilhéus (BA), Brasil.

Marcelo Schramm Mielke, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA

Engenheiro Agrônomo, Dr. Professor Pleno do Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Santa Cruz, Rodovia Jorge Amado, km 16, CEP 45662-900, Ilhéus (BA), Brasil.

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Publicado

17-11-2021

Como Citar

Avelino, N. R., Schilling, A. C., Dalmolin, Ândrea C., Santos, M. S. dos, & Mielke, M. S. (2021). Alocação de biomassa e indicadores de crescimento para a avaliação da qualidade de mudas de espécies florestais nativas. Ciência Florestal, 31(4), 1733–1750. https://doi.org/10.5902/1980509843229

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