Fitossociologia e diversidade em fragmentos florestais com diferentes históricos de intervenção na Amazônia Ocidental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509839027

Palavras-chave:

Sucessão secundária, Estrutura, Fragmentação

Resumo

Neste estudo buscou-se realizar a caracterização florística e estrutural de três fragmentos florestais que sofreram intervenção antrópica, em intervalos de tempo distintos, localizados na Área de Proteção Ambiental Lago do Amapá em Rio Branco - AC, Brasil. O Fragmento I possui histórico de intervenção para formação de pastagem e exploração madeireira na década de 1960, o Fragmento II, histórico de intervenção de corte/queima e plantio na década de 1970 e o Fragmento III, histórico de intervenção para formação de pastagem na década de 1980. Para a amostragem florística e fitossociológica foram alocadas duas parcelas por fragmento medindo 0,5 hectares cada (20 m x 250 m), totalizado uma área de três hectares. Todos os indivíduos arbóreos com DAP ≥ 10 cm foram inventariados. Calcularam-se os parâmetros fitossociológicos como dominância, densidade, frequência, Valor de Importância (VI) e área basal. A diversidade entre fragmentos foi obtida através do índice de Shannon-Weaver (H’) e a similaridade pelo índice de Jaccard. As comparações de médias foram realizadas por meio do Teste de Tukey com 5% de significância. Ao todo foram inventariados 1427 indivíduos, distribuídos em 44 famílias e 193 espécies. Os índices de diversidade H’ encontrados foram: 4,21 nats.indivíduos-1 para o Fragmento I, 3,74 nats.indivíduos-1 para o Fragmento II e 3,50 nats.indivíduos-1 para o Fragmento III. O índice de Jaccard apontou maior similaridade entre os Fragmentos II e III. O Fragmento I diferiu estatisticamente dos demais com relação à área basal, número de gêneros e de espécies. O estrato médio (classe de altura de 8 m ≤ h < 16,93 m) apresentou o maior número de indivíduos. Com relação às classes diamétricas, observou-se maior quantidade de indivíduos nas primeiras classes, seguindo o padrão J invertido em todos os fragmentos. O resultado do estudo apontou que o fragmento com histórico de antropização mais antigo possui estrutura, riqueza e diversidade de espécies distintas dos demais fragmentos.



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Biografia do Autor

Simone Pereira da Silva, Pesquisadora Autônoma, São Paulo, SP

Engenheira Florestal, Esp., Pesquisadora Autônoma, Rua Francisco Py, 167, Jardim Lauzane Paulista, CEP 02442-110, São Paulo (SP), Brasil.

Lucélia Rodrigues Santos, Universidade Paulista, Rio Branco, AC

Engenheira Florestal, Ma., Professora, Universidade Paulista, Rua Floriano Peixoto, 722, Centro, CEP 69908-030, Rio Branco (AC), Brasil.

Evandro José Linhares Ferreira, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Rio Branco, AC

Engenheiro Agrônomo, PhD., Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Núcleo de Pesquisa Acre, Estrada das Martins, s/n, Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre, Distrito Industrial, CEP 69920-900, Rio Branco (AC), Brasil.

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Publicado

15-03-2021

Como Citar

Silva, S. P. da, Santos, L. R., & Ferreira, E. J. L. (2021). Fitossociologia e diversidade em fragmentos florestais com diferentes históricos de intervenção na Amazônia Ocidental. Ciência Florestal, 31(1), 233–251. https://doi.org/10.5902/1980509839027

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