Estrutura de uma Floresta Ombrófila Densa Montana com dominância de <i>Euterpe edulis</i> Mart.
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509810699Palavras-chave:
Estágio sucessional, Parâmetros estruturais, Palmeira-juçaraResumo
O presente trabalho analisou as estruturas horizontal, vertical, interna e paramétrica de uma Floresta Ombrófila Densa Montana, com dominância da espécie Euterpe edulis Mart. Foram inventariadas, aleatoriamente, 20 parcelas de 10 m x 50 m, totalizando 1,0 ha de área amostral. O critério de inclusão foi o diâmetro do tronco, medido a 1,30 m do solo (DAP) igual ou superior a 5,0 cm, que resultou em 2.394 indivíduos.ha-1, 2.594 fustes.ha-1, dominância total de 42,20 m2.ha-1, sendo que 7,81 m2.ha-1 corresponderam a 642 indivíduos.ha-1 de Euterpe edulis. Os diâmetros médios foram de 12,33 cm e de 11,48 cm para a comunidade e para a população de Euterpe edulis, respectivamente. No estrato médio da floresta, definido entre 5 a 12 metros de altura total, encontram-se 65% dos indivíduos de Euterpe edulis. A estrutura diamétrica da comunidade florestal apresentou distribuição em forma de "J-invertido", mas desbalanceada. No tocante à estrutura interna, 96,4% dos indivíduos apresentaram epífitas, 57,8% com ausência de trepadeiras e 62,5% dos indivíduos com ausência de cipós. Essas características, associadas ao efeito edafoclimático da área de estudo e à ausência do fenômeno de caducifoliedade, permitiram classificar o fragmento em Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio médio avançado de regeneração. Quanto à população de Euterpe edulis, a representação da espécie pela área basal demonstrou sua dominância na comunidade florestal, sendo observada uma população madura, apesar da subestimação dos indivíduos adultos.
Downloads
Referências
ÁLVARES, C. A. et al. Köppen`s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, Sttutgart, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.
ALVES, L. F. Competição Intraespecífica e padrão espacial em uma população de E. edulis Mart. (Arecaceae). 1994. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1994.
BORÉM, R. A. T.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. Fitossociologia do Estrato Arbóreo em uma Topossequência Alterada de Mata Atlântica, no Município de Silva Jardim-RJ, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 26, n. 6, p. 727-742, 2002.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Portaria MMA nº 443, de 17 de dezembro de 2014. Brasília, 2014. Disponível em: http://www.ibama.gov.br. Acesso em: 12 set. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama Nº 392, de 25 de junho de 2007. Definição de vegetação primária e secundária de regeneração de Mata Atlântica no Estado de Minas Gerais. Brasília, 2007. Disponível em: http://www.mma.gov.br. Acesso em: 10 ago. 2009.
BROWER, J. R.; ZAR, J. H. Field & laboratory methods for general ecology. Dubuque: W. C. Brown Publishers, 1984. 226 p.
CAMPOS, E. P. et al. Florística e Estrutura Horizontal da Vegetação Arbórea de uma Ravina em um Fragmento Florestal no Município de Viçosa, MG. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 30, n. 6, p. 1045-1054, 2006.
CARVALHO, P. E. R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Brasília, DF: EMBRAPA; SPI, 1994. 639 p.
CARVALHO, P. E. R. Espécies Arbóreas Brasileiras. Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2003. 1039 p.
COLONETTI, S. et al. Florística e estrutura fitossociológica em floresta ombrófila densa submontana na barragem do rio São Bento, Siderópolis, Estado de Santa Catarina. Acta Scientiarum. Biological Sciences, Maringá, v. 31, n. 4, p. 397-405, 2009.
ENGEVIX S. A. Caracterização do meio físico da área autorizada para criação do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro-relatório técnico final dos estudos.8292-RG-H4-003/94, “VER 1”. [S. l.]: Instituto Estadual de Floresta; Bird; Prófloresta; Seplan, 1995. 34 p.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. Forest volume estimation and yield prediction: yield prediction by d. Alder commonwealth forestry institute, u. k. Rome, 1980. v. 2. 20 p.
FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (Brasil). Atlas dos remanescentes Florestais da Mata Atlântica período 2013-2014: relatório técnico. São Paulo, 2015.
GOMES, F. P. A estatística moderna na pesquisa agropecuária. 3. ed. Piracicaba: Potafós, 1987. 162 p.
GUILHERME, F. A. G.; MORELLATO, P. C.; ASSIS, M. A. Horizontal and vertical tree community structure in a lowland Atlantic Rain Forest, Southeastern Brazil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 27, n. 4, p. 725-737, 2004.
HIGASHIKAWA, E. M. Fitossociologia de um fragmento florestal como monodominância de Euterpe edulis Mart. 2009. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2009.
HIGUCHI, P. et al. Composição Florística da Regeneração Natural de Espécies Arbóreas ao Longo de Oito Anos em um Fragmento de Floresta Estacional Semidecidual, em Viçosa, MG. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 30, n. 6, p. 893-904, 2006.
IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro, 2012. 271 p. (Manuais técnicos em geociências, n. 1).
INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS (MG). Plano de Manejo do Parque Estadual Serra do Brigadeiro, Minas Gerais. [S. l.], 2008.
IRSIGLER, D. T. Composição florística e estrutura de um trecho primitivo de floresta estacional semidecidual em Viçosa, MG. 2002. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2002.
KLEIN, R. M. Ecologia da flora e vegetação do Vale do Itajaí. Sellowia, Itajaí, v. 32, p. 164-369, 1980.
KREBS, C. J. Ecological methodology. 2th ed. New York: Benjamin; Cummings, 1999. 581 p.
LEITE, H. G.; OLIVEIRA, F. H. T. Statistical procedure to test the identity of analytical methods. Communications in Soil Science and Plant Analysis, New York, v. 33, p. 1105-1118, 2002.
LEMOS, P. H. D. Efeito de borda no componente arbóreo de um fragmento de floresta semidecídua, Viçosa, MG. 2008. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2008.
LIMA, M. E. L.; CORDEIRO, I.; MORENO, P. R. H. Estrutura do Componente Arbóreo em Floresta Ombrófila Densa Montana no Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba (PNMNP), Santo André, SP, Brasil. Hoehnea, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 73-96, 2011.
LORENZON, A. S. Processos Hidrológicos em um Fragmento de Floresta Estacional Semidecidual no Município de Viçosa, MG. 2011. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2011.
MACHADO, S. A. et al. Distribution of total height, transverse area and individual volume for Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze. Revista Cerne, Lavras, v. 16, n. 1, p. 12-21, 2010.
MEYER, H. A. Structure, growth and drain in balanced uneven-aged forests. JournalofForestry, Washington, v. 50, p. 85-92, 1952.
MOREIRA, L. S. Socioecologia de muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG. 2008. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2008.
MORENO, M. R.; NASCIMENTO, M. T.; KURTZ, B. C. Estrutura e Composição Florística do Estrato Arbóreo em duas Zonas Altitudinais na Mata Atlântica de Encosta da Região de Imbé, RJ. Acta Botânica Brasileira, São Paulo,v. 17, n. 3, p. 371-386, 2003.
NEWTON, A. C. Forest ecology and conservation: a handbook of techniques. New York: Oxford University Press, 2007. 454 p.
NODARI, R. O. et al. Restauração de populações de E. edulis Martius (Arecaceae) na Mata Atlântica. Sellowia, Itajaí, v. 49/52, p. 189-201, 2000.
OLIVEIRA-FILHO, A. T. Catálogo das árvores nativas de Minas Gerais: mapeamento e inventário da flora nativa e dos reflorestamentos de Minas Gerais. Lavras: Editora UFLA, 2006. 423 p.
PINTO, S. I. C. et al. Estrutura do Componente Arbustivo-arbóreo de dois Estádios Sucessionais de Floreta Estacional Semidecidual na Reserva Florestal Mata do Paraíso, Viçosa, MG, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 31, n. 5, p. 823-833, 2007.
PORTELA, R. C. Q.; SANTOS, F. A. M. Caracterização dos estádios ontogenéticos de três espécies de palmeiras: uma proposta de padronização estudos de dinâmica populacional. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 34, n. 4, p. 523-535, 2011.
PRATA, E. M. B.; ASSIS, M. A.; JOLY, C. A. Composição Florística e Estrutura da Comunidade Arbórea na Transição da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas - Floresta Ombrófila Densa Submontana do Núcleo Picinguaba/PESM, Ubatuba, Sudeste do Brasil. Biota Neotropica, Campinas,v. 11, n. 2, 2011.
RAMOS, A. M.; SANTOS, L. A. R. D; FORTES, L. T. G. Normais climatológicas do Brasil 1961-1990:edição revista e ampliada. Brasília: INMET, 2009.
REIS, A. Dispersão de Sementes de E. edulis Martius - (Palmae) em uma Floresta Ombrófila Densa Montana da Encosta Atlântica em Blumenau, SC. 1995. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) - Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1995.
REITZ, R. Palmeiras. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1974. 189 p.(Flora Ilustrada Catarinense - PALM).
RIBEIRO, C. A. N. Florística e Fitossociologia de um Trecho de Floresta Atlântica de Altitude na Fazenda da Neblina, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais.2003. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2003.
RIBEIRO, C. S. et al. Quantificação de biomassa e estimativa de estoque de carbono em uma floresta madura no município de Viçosa, Minas Gerais. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 23, n. 5, p. 917-926, 2009a.
RIBEIRO, M. C. et al. The Brazilian Altantic Forest: how much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation, Amsterdam, v. 142, p. 1141-1153, 2009b.
SÁ JÚNIOR, A. et al. Application of the Köppen classification for climatic zoning in the state of Minas Gerais, Brazil. Theoretical Applied Climatology, Wien, v. 108, p. 1-7, 2012.
SAPORETTI JÚNIOR, A. W. Composição Florística e Estrutura do Componente Arbóreo em um Remanescente de Floresta Atlântica Montana, Araponga, MG. 2005. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2005.
SILVA JÚNIOR, W. M. Ecologia de Florestas Atlânticas com Ocorrência do Muriqui (Brachyteles spp.): diversidade, sucessão secundária e estrutura nutricional. 2008. Tese (Doutorado em Botânica) - Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2008.
SILVA, M. G. C. P. C. et al. Estrutura populacional de E. edulis Mart. no Sul da Bahia. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 32, n. 2, p. 393-403, 2009.
SILVA, S. S. Estrutura e Dinâmica de Populações de Espécies Arbóreas em uma Floresta Estacional Semidecidual Aluvial em Viçosa - MG.2003. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2003.
SPURR, S. H.; BARNES, B. V. Forest Ecology. 3th ed. New York: John Wiley & Sons, 687. p. 1980.
TABARELI, M. et al. Challenges and opportunities for biodiversity conservation in the Brazilian Atlantic forest. Conservation Biology, New Jersey, v. 19, p. 695-700, 2005.
TEIXEIRA, A. P.; ASSIS, M. A. Caracterização Florística e Fitossociológica do Componente Arbustivo-Arbóreo de uma Floresta Paludosa no Município de Rio Claro (SP), Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 467-476, 2005.
TEIXEIRA, M. C. C. Reaprendendo a conviver com os macacos na Serra do Brigadeiro. 2009. Dissertação (Doutorado em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Soropédica, RJ, 2009.
VELOSO, H. P.; KLEIN, R. M. As comunidades e associações vegetais da mata pluvial atlântica do sul do Brasil. I. As comunidades do Município de Brusque. Estado de Santa Catarina. Sellowia, Itajaí, v. 8, p. 81-235, 1957.
VELOSO, H. P.; RANGEL FILHO, A. L. R.; LIMA, J. C. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. 125 p.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.