Fenofases vegetativas e reprodutivas de <i>Trema micrantha</i> (L.) Blume no sudoeste do estado do Paraná
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509831766Parole chiave:
Grandiúva, Fenologia, Variáveis meteorológicasAbstract
O estudo teve por objetivo caracterizar o comportamento dos ciclos vegetativos e reprodutivos de Trema micrantha (L.) Blume (grandiúva) em área de reflorestamento na região sudoeste do estado do Paraná, Brasil. Foram monitoradas, quinzenalmente, as fenofases vegetativas e reprodutivas de 12 indivíduos, sendo três por parcela de plantio. Em seguida, foram analisadas a sincronia das fenofases, a correlação com as variáveis meteorológicas e a periodicidade dos eventos. A espécie apresentou alto índice de queda foliar no período de inverno (junho-agosto), ocorrendo a retomada de brotação em setembro, sendo esta influenciada pelo aumento de temperatura e volume de precipitação pluviométrica. Para as fenofases reprodutivas, a floração tem início na primavera (setembro-outubro) e atinge seu máximo em dezembro; a maturação de frutos e dispersão de sementes inicia em novembro, concentrando-se no período de janeiro a abril. A floração e a frutificação da espécie apresentam padrão anual estendido e alta sincronia. A intensidade dos botões florais, flores e frutos imaturos se correlacionam de forma significativa com a variação de temperatura e fotoperíodo no sudoeste Paranaense, demonstrando a interação de Trema micrantha com o ambiente, bem como sua adaptação em florestas subtropicais da Mata Atlântica, estando a fenologia da espécie condicionada mais fortemente pelo fotoperíodo e pela temperatura do que pela precipitação.
Downloads
Riferimenti bibliografici
ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, Stuttgart, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.
ANDREACCI F.; BOTOSSO P. C.; GALVÃO F. Fenologia vegetativa e crescimento de Cedrela fissilis na Floresta Atlântica, Paraná, Brasil. Floresta e Ambiente, Seropédica, v. 24, p. 1-11, 2017.
BACKES, P.; IRGANG, B. Mata Atlântica: as árvores e a paisagem. Porto Alegre: Paisagem do Sul, 2004. 396 p.
BENCKE, C. S. C.; MORELLATO, L. P. C. Estudo comparativo da fenologia de nove espécies arbóreas em três tipos de floresta atlântica no sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 237-248, 2002.
BHERING, S. B. et al. Mapa de solos do estado do Paraná: legenda atualizada. 1. ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA Floresta; EMBRAPA Solos, 2008. 74 p.
BRUN, F. G. K. et al. Comportamento fenológico e efeito da poda em algumas espécies empregadas na arborização do Bairro Camobi - Santa Maria, RS. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba, v. 2, n. 1, p. 44-63, 2007.
CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2003. v. 1. 1039 p.
CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 5. ed. Jaboticabal: FUNEP, 2012. 590 p.
CHAZDON, R. Regeneração de florestas tropicais. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi - Ciências Naturais, Belém, v. 7, n. 3, p. 195-218, set./dez. 2012.
DIAS, H. C. T.; OLIVEIRA FILHO, A. T. de. Fenologia de quatro espécies arbóreas de uma floresta estacional semidecídua montana em Lavras, MG. Revista Cerne, Lavras, v. 2, n. 1, p. 66-88, 1996.
FELIPPI, M. et al. Fenologia reprodutiva e qualidade das sementes de Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Ciência Rural, Santa Maria, v. 45, n. 12, p. 2137-2142, 2015.
FERRERA, T. S. Fenologia de espécies arbóreas nativas no jardim botânico da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS. 2012. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2012.
FOURNIER, L. A. Um método cuantitativo para la medición de características fenológicas em arboles. Turrialba, Costa Rica v. 24, n. 4, 1974.
FREIRE, J. M. et al. Fenologia reprodutiva de espécies arbóreas em área fragmentada de Mata Atlântica em Itaboraí, RJ. Brazilian Journal of Forestry Research, Colombo, v. 33, n. 75, p. 243-252, 2013.
KAGEYAMA, P.; GANDARA, F. B. Recuperação de áreas ciliares. In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO FILHO, H. F. (ed.). Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: EDUSP, 2001. p. 249-269.
KERBAUY, G. B. Fisiologia Vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 452 p.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 1998. v. 1. 367 p.
MAACK, R. Geografia física do Estado do Paraná. Ponta Grossa: UFPR, 2012. 347 p.
MARTINI, A.; BIONDI, D.; BATISTA, A. C. Fenologia de Tabebuia chrysotricha (ipê-amarelo) no ambiente urbano de Curitiba (PR). Revista Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba, v. 6, n. 4, p. 51-67, 2011.
MARTINS, S. V. Recuperação de áreas degradadas. 3. ed. Viçosa, MG: Aprenda Fácil Editora, 2014. 263 p.
MORELLATO, L. P. C. et al. Linking plant phenology to conservation biology. Biological Conservation, Washington, v. 195, p. 60-72, 2016.
MORELLATO, L. P. C.; LEITÃO-FILHO, H. F. Padrões de frutificação e dispersão na serra do Japi. In: MORELLATO, L. P. C. (org.). História Natural da Serra do Japi. Ecologia e Preservação de uma área de floresta no Sudeste do Brasil. Campinas: Editora UNICAMP; FAPESP, 1992. p. 112-140.
MORELLATO, L. P. C. et al. Phenology of Atlantic Rain Forest trees: a comparative study. Biotropica, Zurique, v. 32, n. 4, p. 811-823, 2000.
NABORS, M. W. Introdução à botânica. [S. l.]: Editora Roca, 2012. 680 p.
NEWSTROM, L. E.; FRANKIE, G. W.; BAKER, H. G. A new classification for plant phenology based on flowering patterns in lowland tropical rain forest at La Selva, Costa Rica. Biotropica, Zurique, v. 26, n. 2, p. 141-159, 1994.
PEREIRA, A. R.; ANGELOCCI, L. R.; SENTELHAS, P. Fenologia de espécies arbóreas em Floresta Atlântica da Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de Janeiro, Brasil. Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre, v. 63, n. 2, p. 329-339, 2008.
R DEVELOPMENT CORE TEAM. R: a language and environment for statistical computing. Vienna: R Foundation for Statistical Computing, 2008.
REYS, P. et al. Fenologia reprodutiva e disponibilidade de frutos de espécies arbóreas em mata ciliar no rio Formoso, Mato Grosso do Sul. Biota Neotropica, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 309-318, 2005.
RIBAS, L. A.; KAGEYAMA, P. Y. Sistema de cruzamento de Trema micrantha (L.) B. em fragmentos florestais. Scientia Forestalis, Piracicaba, n. 72, p. 29-37, 2006.
SCARANO, F. R.; CEOTTO, P. Brazilian Atlantic forest: impact, vulnerability, and adaptation to climate change. Biodiversity and Conservation, London, v. 24, p. 2319-2331, 2015.
SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de angiospermas da flora brasileira, baseado em APGII. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. 703 p.
STOLARSKI, O. C. et al. Trema micrantha (L.) Blume. In plantations for ecological restoration: early development in the Brazilian Subtropical Forest. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 28, n. 3, p. 1217-1229, jul./ set. 2018.
TAIZ, L. et al. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 888 p.
TALORA, D. C.; MORELLATO, L. P. C. Fenologia de Espécies Arbóreas Em Floresta de Planície Litorânea do Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 13-26, 2000.
THE PLANT LIST. Versão 1.1. [S. l., 2013]. Disponível em: http://www.theplantlist.org. Acesso em: 2 jan. 2017.
TORRES, R. B. Biologia da Reprodução de Trema micrantha (L.) Blume (Ulmaceae). 1996. Tese (Doutorado) -Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1996.
##submission.downloads##
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.