POTENCIAL DE USO DA BIOMASSA FLORESTAL DA CAATINGA, SOB MANEJO SUSTENTÁVEL, PARA GERAÇÃO DE ENERGIA
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509826452Schlagworte:
quantidade de biomassa, qualidade da biomassa, tratamento da biomassa, colheita.Abstract
O objetivo deste trabalho foi analisar o plano de manejo sustentável de uma área de caatinga, de forma a sugerir as melhores estratégias de tratamento da biomassa para geração de energia. O trabalho foi desenvolvido em um empreendimento privado, com área de 114.755 ha, na região sul do Piauí. A análise do plano de manejo, elaborado por Toniolo, Leal Junior e Campello (2005), foi feita pelo autor deste trabalho em três etapas. A primeira consistiu em um levantamento florístico e inventário florestal. O segundo estudo consistiu na quantificação e qualificação da biomassa florestal a ser destinada para geração de energia, incluindo a coleta de galhos no potencial total de biomassa. O terceiro estudo consistiu em realizar testes de estocagem da biomassa em campo e em pátio, para estimar a melhoria da qualidade da biomassa para geração de energia. Os resultados obtidos indicaram que a vegetação analisada apresenta: alta diversidade florística; muitos indivíduos por unidade de área; árvores de porte pequeno a médio; a maior parte dos indivíduos com diâmetro pequeno e alta produtividade de biomassa por unidade de área. Quanto à qualidade energética da biomassa da caatinga: o teor de umidade e o teor de cinzas das árvores recém-derrubadas foram baixos e o poder calorífico líquido foi alto. Quanto à estocagem: o corte das árvores na época de chuva e a sua manutenção em campo para a queda das folhas, por 10 dias, proporcionou um aumento significativo no teor de umidade da biomassa. Quinze dias de estocagem em pilhas, no pátio, foram suficientes para troncos e galhos de árvores da caatinga atingirem alta qualidade energética da madeira. As melhores estratégias de tratamento da biomassa consistiram em: realizar a colheita e coleta de toras e galhos manualmente, com o uso de motosserras. A colheita deve ser realizada de forma diferenciada nas estações de seca e chuva. Na estação seca, o máximo de material dos galhos deve ser retirado da área no momento da colheita das toras. No período das chuvas, os galhos não devem ser removidos do campo antes da queda das folhas, com posterior uso da estocagem em pilhas, em pátio, para a redução do teor de umidade. A massa específica; estrutura anatômica da madeira; morfológica das árvores e presença de cupinzeiros devem ser levados em consideração durante o planejamento de tratamento da biomassa para o uso na geração de energia, principalmente no dimensionamento dos picadores florestais e industriais. A estocagem das toras e dos galhos deve ser realizada separadamente, devido ao comportamento diferenciado da secagem da biomassa em função das dimensões e forma da mesma. A estocagem de toras e galhos de árvores da caatinga pode ser utilizada como ferramenta para o manejo da biomassa para geração de energia, de forma a melhorar a qualidade energética da madeira.
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