Propriedades tecnológicas da madeira de <i>Gmelina arborea</i> cultivada no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509890736Palavras-chave:
Anatomia, Física, Química, Mecânica, Qualidade da madeiraResumo
O estudo realizado teve como objetivo a caracterização da madeira da espécie Gmelina arborea, cultivada no Sul do Brasil, analisando suas propriedades anatômicas, físicas, químicas e mecânicas. Árvores foram derrubadas e discos foram retirados para análises, as quais seguiram os métodos e recomendações presentes nos padrões normativos. A análise estatística dos resultados foi realizada com análise de variância (ANOVA – p ≤ 0,05), teste Tukey (p ≤ 0,05) e correlação de Pearson entre a densidade e os parâmetros anatômicos. Os resultados revelaram que a madeira de G. arborea possui baixa densidade básica, sendo homogênea longitudinalmente ao longo do fuste e estável dimensionalmente. Quanto à composição química, demonstrou baixo potencial energético em condição natural, porém com possibilidade de ser utilizada na produção de péletes e briquetes, além de capacidade de exploração para a produção de celulose. A madeira apresenta baixa resistência e dureza, aconselhando seu uso em aplicações que não demandam características mecânicas robustas, como usos não estruturais, caixarias, molduras e objetos que não requisitam resistência mecânica. Essas descobertas têm o potencial de informar, orientar e fomentar futuros cultivos da espécie no Brasil, explorando seu potencial tecnológico em aplicações específicas.
Downloads
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190: Projetos de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 1997. Available at: www.abnt.org.br. Accessed in: 23 May 2024.
BENIN, C.C.; WATZLAWICK, L.F.; HILLIG, É. Propriedades físicas e mecânicas da madeira de Eucalyptus benthamii sob efeito do espaçamento de plantio. Ciência Florestal, v. 27, p. 1375–1384, 2017. DOI: 10.5902/1980509830219. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509830219
BRUN, E.J.; BERSCH, A.P.; PEREIRA, F.A.; SILVA, D.A.; BARBA, Y.R. DE; DORINI JUNIOR, J.R. Caracterização energética da madeira de três materiais genéticos de Eucalyptus sp. Floresta, v. 48, p. 87–92, 2018. DOI: 10.5380/rf.v48 i1.51673. DOI: https://doi.org/10.5380/rf.v48i1.51673
CARDOSO, C. DA C.; MOUTINHO, V.H.P.; MELO, L. DE O.; SOUSA, L.K.V. DOS S.; SOUZA, M.R. DE. Caracterização físico-mecânica de madeiras amazônicas com aptidão tecnológica para comercialização. Revista de Ciências Agrárias, v. 55, p. 176–183, 2012. DOI: 10.4322/rca.2012.053. DOI: https://doi.org/10.4322/rca.2012.053
CASTRO, N.S.; FOELKEL, C.E.B.; GOMIDE, J.L. Aproveitamento industrial da madeira de Gmelina arborea Roxb. para a produção de celulose. Floresta, v. 3, p. 28–46, 1979.
COMISSION PANAMERICANA DE NORMAS TECNICAS. COPANT 461: Maderas: método de determinación del peso específico aparente. Caracas, 1972.
COMISSION PANAMERICANA DE NORMAS TECNICAS. COPANT 462: Maderas: método de determinación de la contracción. Caracas, 1972.
COMISSION PANAMERICANA DE NORMAS TECNICAS. COPANT 464: Maderas: método de determinación de la compresión axil o paralela al grano. Caracas, 1972.
COMISSION PANAMERICANA DE NORMAS TECNICAS. COPANT 465: Maderas: método de determinación de la dureza. Caracas, 1972.
COMISSION PANAMERICANA DE NORMAS TECNICAS. COPANT 555: Maderas: método de ensayo de flexión estática. Caracas, 1973.
CORADIN, V.; MUNIZ, G.I.B. Normas e procedimentos em estudos de anatomia da madeira: Angiospermae II-Gimnospermae. Série Técnica 15. IBAMA. Brasília. 1992.
DEMIRBAS, A. Relationships between Heating Value and Lignin, Moisture, Ash and Extractive Contents of Biomass Fuels. Energy Exploration & Exploitation, v. 20, p. 105–111, 2002. DOI: 10.1260/014459802760170420. DOI: https://doi.org/10.1260/014459802760170420
DIAS, A.C.C.; MARCHESAN, R.; PIERONI, G.B.; ALMEIDA, V.C.; VIEIRA, R.S.; MORAES, C.B. DE. Qualidade da madeira para produção de lâminas de Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze. FLORESTA, v. 47, 2017. DOI: 10.5380/rf.v47i3.50732. DOI: https://doi.org/10.5380/rf.v47i3.50732
DVORAK, W.S. World view of Gmelina arborea: opportunities and challenges. New Forests, v. 28, p. 111–126, 2004. DOI: https://doi.org/10.1023/B:NEFO.0000040940.32574.22
ESPINOZA, J.A. Within-tree density gradients in Gmelina arborea in Venezuela. New Forests, v. 28, p. 309–317, 2004. DOI: 10.1023/B:NEFO.0000040959.42533.e7. DOI: https://doi.org/10.1023/B:NEFO.0000040959.42533.e7
EVANGELISTA, W.V.; SILVA, J.C.; LUCIA, R.M.D.; LOBO, L.M.; SOUZA, M.O.A. Propriedades Físico-Mecânicas da Madeira de Eucalyptus urophylla S.T. Blake no Sentido Radial e Longitudinal. Revista Ciência da Madeira - RCM, v. 1, p. 1–19, 2010. DOI: 10.12953/2177-6830.v01n02a01. DOI: https://doi.org/10.12953/2177-6830.v01n02a01
GONZÁLES-TREJOS, G.; SERRANO-MONTERO, J.R. Propiedades y utilizaciones de la madera de melina (Gmelina arborea Roxb) procedente de árboles plantados en Costa Rica. Revista Forestal Mesoamericana Kurú, v. 1, p. 77-86, 2004.
JUIZO, C.G.F.; ZEN, L.R.; KLITZKE, W.; FRANÇA, M.C.; CREMONEZ, V.G.; KLITZKE, R.J. Propriedades tecnológicas da madeira de eucalipto submetida ao tratamento térmico. Nativa, v. 6, p. 537, 2018. DOI: 10.31413/nativa.v6i5.5666. DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v6i5.5666
KOLLMANN, F.F.P.; CÔTÉ, W.A. Principles of Wood Science and Technology. Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg, 1968. DOI: 10.1007/978-3-642-87928-9. DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-642-87928-9
KUMAR, R.; PANDEY, K.K.; CHANDRASHEKAR, N.; MOHAN, S. Effect of tree-age on calorific value and other fuel properties of Eucalyptus hybrid. Journal of Forestry Research, v. 21, p. 514–516, 2010. DOI: 10.1007/s11676-010-0108-x. DOI: https://doi.org/10.1007/s11676-010-0108-x
LARA PALMA, H.A.; LEONELLO, E.C.; BALLARIN, A.W. Demarcação da madeira juvenil e adulta de Corymbia citriodora. Cerne, v. 16, p. 141–148, 2010.
MARCENE, E.A.; DALLA CORTE, A.P.; SANQUETTA, C.R.; SCHNEIDER, C.R. Changes in carbon content and individual stock as related to growth of Gmelina arborea Roxb. in the Paraná Coastal region, Brazil. Scientia Forestalis, p. 55–63, 2006.
MASSERANN, C.; MARIAUX, A. Anisotropie de retrait et structure du bois. Recherche de l’influence des caractéres morphologiques transverses des fibres. Bois et Forêt des Tropiques, v. 209, p.35–47, 1985. DOI: https://doi.org/10.19182/bft1985.209.a19537
MITCHUAL, S.J.; MINKAH, M.A.; OWUSU, F.W.; OKAI, R. Planing and turning characteristics of Gmelina arborea grown in two ecological zones in Ghana. Advances in Research, v.14, n.2, p.1-11, 2018. DOI: 10.9734/AIR/2018/39024. DOI: https://doi.org/10.9734/AIR/2018/39024
MODES, K. S.; CORRÊA, C. A.; VIVIAN, M. A.; DOBNER JÚNIOR, M. Propriedades físicas e mecânicas da madeira de Cunninghamia lanceolata (Lamb.) Hook. plantada no Brasil. Ciência Florestal, v. 32, n. 4, p. 2372–2388, 2022. DOI: 5902/1980509871209. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509871209
MOYA, R.; RODRÍGUEZ-ZÚÑIGA, A.; PUENTE-URBINA, A. Thermogravimetric and devolatilisation analysis for five plantation species: Effect of extractives, ash compositions, chemical compositions and energy parameters. Thermochimica Acta, v. 647, p. 36–46, 2017. DOI: 10.1016/j.tca.2016.11.014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tca.2016.11.014
MOYA, R.; TOMAZELLO FO, M. Variation in the wood anatomical structure of Gmelina arborea (Verbenaceae) trees at different ecological conditions in Costa Rica. Revista de Biología Tropical, v. 56, p. 689–704, 2008.
MOYA-ROQUE, R.; RODRÍGUEZ-ZÚÑIGA, A.; PUENTE-URBINA, A.; GAITÁN-ÁLVAREZ, J. Study of light, middle and severe torrefaction and effects of extractives and chemical compositions on torrefaction process by thermogravimetric analysis in five fast-growing plantations of Costa Rica. Energy, v. 149, p. 1–10, 2018. DOI: 10.1016/j.energy.2018.02.049. DOI: https://doi.org/10.1016/j.energy.2018.02.049
MOYA-ROQUE, R.; TENORIO, C. Fuelwood characteristics and its relation with extractives and chemical properties of ten fast-growth species in Costa Rica. Biomass and Bioenergy, v. 56, p. 14–21, 2013. DOI: 10.1016/j.biombioe.2013.04.013. DOI: https://doi.org/10.1016/j.biombioe.2013.04.013
MÜLLER, B.V.; ROCHA, M.P. DA; CUNHA, A.B.; KLITZKE, R.J.; NICOLETTI, M.F. Avaliação das principais propriedades físicas e mecânicas da madeira de Eucalyptus benthamii Maiden et Cambage. Floresta e Ambiente, v. 21, p. 535–542, 2014. DOI: 10.1590/2179-8087.050413. DOI: https://doi.org/10.1590/2179-8087.050413
OLIVEIRA, J.T. DA S.; TOMAZELLO FILHO, M.; FIEDLER, N.C. Avaliação da retratibilidade da madeira de sete espécies de Eucalyptus. Revista Árvore, v. 34, p.929–936, 2010. DOI: 10.1590/S0100-67622010000500018. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-67622010000500018
ONYEKWELU, J.C.; STIMM, B. Gmelina arborea. Em: Enzyklopädie der Holzgewächse – 28 Erg. Lfg. Ecomed Publishers. Munich: 2002.
PIOTTO, D.; MONTAGNINI, F.; UGALDE, L.; KANNINEN, M. Performance of forest plantations in small and medium-sized farms in the Atlantic lowlands of Costa Rica. Forest Ecology and Management, v. 175, p. 195–204, 2003. DOI: 10.1016/S0378-1127(02)00127-5. DOI: https://doi.org/10.1016/S0378-1127(02)00127-5
RAMOS, R. D.; LONGUE JUNIOR, D.; GOMES, F. J. B.; MEDEIROS, N. C. G. Influência da densidade básica e da composição química da madeira para a indústria de polpa celulósica: um estudo de caso. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 34, n. 3, e85566, p. 1-24, 2024. DOI: 10.5902/1980509871553. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509885566
REDMAN, A.L.; BAILLERES, H.; TURNER, I.; PERRÉ, P. Characterization of wood–water relationships and transverse anatomy and their relationship to drying degrade. Wood Science and Technology, v. 50, p. 739–757, 2016. DOI: 10.1007/s00226-016-0818-0. DOI: https://doi.org/10.1007/s00226-016-0818-0
SOUZA, E. R. N. Crescimento volumétrico de Gmelina arborea Roxb. ex Sm na região sudoeste do Paraná. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos, 2018.
TAPPI TEST METHODS. T 204 cm-97. Solvent extractives of wood and pulp. 1997.
TAPPI TEST METHODS. T 211 om-02. Ash in wood, pulp, paper and paperboard: combustion at 525ºC. Revised-2002.
TAPPI TEST METHODS. T 222 om-02. Acid-insoluble lignin in wood and pulp. Revised-2002.
TAPPI TEST METHODS. T 257 cm-02. Sampling and preparing wood for analysis. 2002.
TRIANOSKI, R.; MATOS, J.L.M. DE; IWAKIRI, S.; PRATA, J.G. Evaluation of mechanical properties of the wood of tropical pines species. Scientia Forestalis, v. 42, p. 21–28, 2014.
VALLEJOS, J.; MOYA, R.; SERRANO, R. Effects of thinning on diameter, heartwood, density and drying defects of Gmelina arborea. Maderas. Ciencia y tecnología, v. 17, n. 2, p. 365-372, 2015. DOI: 10.4067/S0718-221X2015005000034. DOI: https://doi.org/10.4067/S0718-221X2015005000034
WELTER, C. A.; ROSO, M. S.; FARIAS, D. T.; SCHMITT, E.; SILVA, D. M.; WACHT, W. L.; MARTINS, V. M.; RATZLAFF, F. R.; COLDEBELLA, R.; SILVA, G. T.; PEDRAZZI, C. Propriedades físico-químicas da madeira de Paulownia tomentosa Steud.. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 34, n. 4, p. 1-19, 2024. DOI: 10.5902/1980509885562. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509885562
ZANUNCIO, A.J.V.; CARVALHO, A.G.; CARNEIRO, A. DE C.O.; COLODETTE, J.L.; ROCHA, M.F.V. Chemical and energetic characterization of Eucalyptus grandis × Eucalyptus urophylla clones subject to wind damage. Revista Árvore, v. 43, 2019. DOI: 10.1590/1806-90882019000400001. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-90882019000400001
ZANUNCIO, A.J.V.; NOBRE, J.R.C.; MOTTA, J.P.; TRUGILHO, P.F. Química e colorimetria da madeira de Eucalyptus grandis W. Mill ex Maiden termorretificada. Revista Árvore, v. 38, p. 765–770, 2014. DOI: 10.1590/S0100-67622014000400020. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-67622014000400020
ZENID, G.J.; CECCANTINI, G.C.T. Identificação macroscópica de madeiras. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ciência Florestal

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.


