Uso de estufim e de AIB para o enraizamento de miniestacas de <i>Eucalyptus urophylla</i> S. T. Blake × <i>Eucalyptus pellita</i> F. Muell

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509865873

Palavras-chave:

clonagem, auxina, minijardim clonal, enraizamento adventício, Myrtaceae

Resumo

O gênero Eucalyptus possui grande importância em plantios florestais. No entanto, algumas espécies e clones deste gênero apresentam dificuldades no processo de produção de mudas pelo enraizamento de estacas. Algumas alternativas estão sendo utilizadas para contornar a recalcitrância ao enraizamento, como o uso de reguladores de crescimento e a utilização de estufins no minijardim clonal. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do tempo de permanência das minicepas sob o estufim e de diferentes concentrações de ácido indol-3-butírico (AIB) no enraizamento de miniestacas de um clone híbrido de Eucalyptus urophylla × Eucalyptus pellita. Foram testadas quatro concentrações de AIB e um tratamento-controle (0, 1.000, 2.000, 4.000 e 8.000 mg L-1) e dois tempos sob estufim (40 e 70 dias). Mudas produzidas com maiores concentrações do AIB apresentaram altura média e diâmetro do coleto superiores àquelas sem a presença da auxina na saída da casa de vegetação. A massa seca da parte aérea apresentou maiores valores para o menor tempo de estufim na saída da casa de vegetação. Maiores concentrações de AIB proporcionaram o aumento do número de miniestacas enraizadas na saída da casa de vegetação e da área de pleno sol. O uso de 8.000 mg L-1 de AIB aumentou o percentual de raízes consideradas ótimas, nos dois tempos de estufim testados, e reduziu a formação de calos, mostrando-se eficiente para o enraizamento em termos gerais, alcançando 95 % na saída da área de pleno sol. O tempo de uso do estufim no minijardim clonal não influenciou significativamente a produção de mudas de Eucalyptus urophylla × Eucalyptus pellita dentro das condições analisadas.

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Biografia do Autor

Fabiana Miranda Rocha, Instituto Espinhaço, Conceição do Mato Dentro, MG

Graduada em Engenharia Florestal pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK (2017) e mestre em Ciência Florestal pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK (2019). Atualmente é Analista Socioambiental no Instituto Espinhaço - Biodiversidade, Cultura e Desenvolvimento Socioambiental, com ênfase em recuperação de áreas degradadas.

Engenheira Florestal, Ma., Analista Socioambiental II no Instituto Espinhaço, no setor de Implantação, R. José Sena, 26 A, Rosário, CEP 35806-000, Conceição do Mato Dentro (MG), Brasil.

Miranda Titon, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG

Graduada em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Mato Grosso (1998), mestre em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (2001) e doutora em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (2005). Atualmente, é professora Associada III do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM, atuando principalmente nas linhas de propagação de plantas, micropropagação, miniestaquia e melhoramento florestal. 

Engenheira Florestal, Dra., Servidora Pública Federal do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – Campus JK, Rodovia MGT 367 - Km 583, 5000, CEP 39100-000, Diamantina (MG), Brasil.

Sula Janaina de Oliveira Fernandes, Associação IMETAME, Aracruz, ES

Graduada em Engenharia Florestal pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK (2008), mestre em Produção Vegetal pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK (2011) e doutora em Ciência Florestal pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK (2020). Atualmente é especialista em melhoramento florestal da Associação Imetame, atuando na linha de propagação vegetativa e melhoramento florestal.

Engenheira Florestal, Dra., Especialista em Propagação Vegetativa na Associação IMETAME, R. Demócrito Moreira, 643, Fátima, CEP 29192-243, Aracruz (ES), Brasil.

Paulo Henrique Rodrigues dos Santos, Houer Consultoria e Concessões Ltda, Belo Horizonte, MG

Graduado em Engenharia Florestal na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (2012), mestre em Ciência Florestal na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (2014) e doutor em Produção Vegetal pela UFVJM (2018). Atualmente desenvolve atividades de pesquisa na área de ecologia, atuando principalmente em fenologia e sazonalidade de vegetações tropicais, melhoramento e propagação de espécies florestais e silvicultura de espécies nativas e do eucalipto.

Engenheiro Florestal, Dr., Consultor na Empresa Houer Consultoria e Concessões Ltda, R. Maranhão, 166, 10º andar, Santa Efigênia, CEP 30150-334, Belo Horizonte (MG), Brasil.

Marcelo Luiz de Laia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG

Graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (1999), mestre em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa (2001) e doutor em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2007). Atualmente, é professor Associado do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. 

Engenheiro Agrônomo, Dr., Servidor Público Federal do Departamento de Engenharia Flores-tal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – Campus JK, Rodovia MGT 367 - Km 583, 5000, CEP 39100-000, Diamantina (MG), Brasil.

Claudilene Aparecida Alves Pena, Aperam BioEnergia Ltda, Itamarandiba, MG

Bióloga, Ma., Coordenadora de Viveiro na Aperam BioEnergia Ltda, R. 8, Florestal, CEP 39670-000, Itamarandiba (MG), Brasil.

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Publicado

22-09-2022

Como Citar

Rocha, F. M., Titon, M., Fernandes, S. J. de O., Santos, P. H. R. dos, Laia, M. L. de, & Pena, C. A. A. (2022). Uso de estufim e de AIB para o enraizamento de miniestacas de <i>Eucalyptus urophylla</i> S. T. Blake × <i>Eucalyptus pellita</i> F. Muell. Ciência Florestal, 32(3), 1460–1478. https://doi.org/10.5902/1980509865873

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