Manejo da densidade de plantas durante a produção de mudas em viveiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509830030

Palavras-chave:

Alternagem, Índice de área foliar, Otimização da produção, Qualidade de mudas

Resumo

O objetivo do estudo foi otimizar a densidade de plantas em canteiro durante a produção de mudas em tubetes. Para isso, o experimento foi conduzido por meio da produção de mudas seminais de um híbrido de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis, composto por sete tratamentos e quatro repetições de 70 plantas por parcela. Cada tratamento consistiu na redução da densidade de mudas no canteiro pela metade em diferentes momentos durante o processo de produção. As mudas foram produzidas em tubetes de polipropileno com 55 cm³ de capacidade volumétrica. As reduções de densidade foram realizadas aos 30, 45, 60, 75, 90, 105 ou 120 dias após a semeadura. A fim de ter subsídios para otimizar o manejo da densidade de plantas durante a produção de mudas, foram conduzidas determinações do índice de área foliar aos 100 dias após a semeadura e, foram realizadas avaliações das características altura da parte aérea, diâmetro do coleto, relação altura/diâmetro, massa seca da parte aérea, massa seca do sistema radicular, massa seca total, relação massa seca aérea/radicular e índice de Dickson de 20 plantas por parcela, ao fim do ciclo de produção, aos 120 dias. Com base nos resultados, verifica-se que a redução da densidade realizada em diferentes momentos altera as características de crescimento das mudas, e que, considerando um ciclo de produção de 120 dias, recomenda-se a redução da densidade pela metade entre os 60 e 75 dias após a semeadura, uma vez que para todas as características avaliadas, este foi o intervalo de tempo que propiciou melhores características às mudas produzidas.

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Biografia do Autor

Julio Cezar Tannure Faria, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG

Doutorando em Ciências Florestais pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), Departamento de Ciências Florestais (DFC). Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Instituto Floresta (2016); Engenheiro Florestal formado pela Universidade Federal do Espirito Santo, Departamento de Ciências Florestais e da Madeira (DCFM) Campus Alegre (2013).

Dalila Araújo Lopes, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2016) e mestrado em Ciências Ambientais e Florestais (2019) pela mesma Instituição. Bacharel em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (2011).

Gustavo Bastos Lyra, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ

Possui graduação em Meteorologia pela Universidade Federal de Alagoas (2000), mestrado em Agronomia (Meteorologia Agrícola) pela Universidade Federal de Viçosa (2002) e doutorado em Agronomia (Física do Ambiente Agrícola) pela Universidade de São Paulo (2006). Tem experiência nas áreas de Agronomia e Geociências, com ênfase em Agrometeorologia, Climatologia e Micrometeorologia, atua principalmente nos seguintes temas: processos de transporte turbulento em superfícies vegetadas, evapotranspiração, estatística climatológica, sistema de informações geográficas aplicado as ciências atmosféricas e ambientais, radiometria solar e modelagem agrometeorológica. Atualmente é Prof.Associado I do Departamento de Ciências Ambientais do Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), docente/orientador dos Programas de Pós-graduação em Práticas em Desenvolvimento Sustentável e Engenharia Agrícola e Ambiental, ambos da UFRRJ, e Engenharia de Biossistemas da Universidade Federal Fluminense. Foi bolsista Jovem Cientista do Nosso Estado (2015-2018) da Fundação "Carlos Chagas Filho" de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJ. 

Hyrandir Cabral de Melo, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO

Licenciado em Ciências Agrícolas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, mestre e doutor em Agronomia (Fisiologia Vegetal) pela Universidade Federal de Lavras. Atualmente é professor da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Fisiologia Vegetal, atuando principalmente nos seguintes temas: fotomorfogênese, anatomia vegetal comparada e fisiologia do estresse. Atua domo docente permanente no programa de pós-graduação stricto sensu Irrigação no Cerrado oferecido pelo Instituto Federal Goiano - Ceres.

Lucas Amaral de Melo, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG

Engenheiro Florestal e Doutor em Engenharia Florestal pela UFLA, Mestre em Ciência Florestal pela UFV. Engenheiro de Segurança do Trabalho pelo UNILAVRAS. Foi professor do Departamento de Silvicultura do Instituto de Florestas da UFRuralRJ. Atualmente, é professor na área de Silvicultura do Departamento de Ciências Florestais da UFLA, tutor do Núcleo de Estudos em Silvicultura e coordenador do curso de graduação em Engenharia Florestal. Atua principalmente nos seguintes temas relacionadas à silvicultura: silvicultura de produção, propagação de plantas (sexuada e assexuada), métodos de melhoramento de plantas e implantação e condução de povoamentos florestais.

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Publicado

30-09-2019

Como Citar

Faria, J. C. T., Lopes, D. A., Lyra, G. B., Melo, H. C. de, & Melo, L. A. de. (2019). Manejo da densidade de plantas durante a produção de mudas em viveiro. Ciência Florestal, 29(3), 1187–1198. https://doi.org/10.5902/1980509830030

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