ESTOQUES DE CARBONO E NITROGÊNIO EM ARGISSOLO SUBMETIDO AO MONOCULTIVO DE <i>Eucalyptus urograndis</i> E EM ROTAÇÃO COM <i>Acacia mangium
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509816607Palavras-chave:
matéria orgânica, substâncias húmicas, fração leve, matéria microbiana.Resumo
http://dx.doi.org/10.5902/1980509816607
A busca de sistemas sustentáveis de manejo do solo tem levado pesquisadores a desenvolverem novas técnicas de cultivo. Dentre elas, destacam-se no Brasil estudos realizados com espécies florestais capazes de fixar N2 atmosférico e aumentar o estoque de C e N em frações lábeis e estáveis da matéria orgânica do solo (MOS). O presente estudo teve por objetivo avaliar as alterações nos estoques de C e N em frações das substâncias húmicas, da fração leve da MOS e da matéria microbiana em solos cultivados com Eucalyptus urograndis em rotação curta, eucalipto em rotação longa e povoamentos de Acacia mangium que sucederam plantios de eucalipto em rotação curta, tendo como referência o solo de floresta nativa (Mata Atlântica) adjacente. Foram quantificados os estoques de C orgânico total e N total (COT e NT), nas frações das substâncias húmicas (fração ácido fúlvico-AF, fração ácido húmico-AH e fração humina-H), C e N da fração leve da MOS (C-MOL e N-MOL) e estoque de C e N da matéria microbiana (C-BM e N-BM). Os resultados indicaram que o cultivo do eucalipto em rotação curta apresentou menores estoques de COT e NT, nas frações das substâncias húmicas e, de N na matéria microbiana em comparação ao solo sob rotação com Acacia mangium. O cultivo de Acacia mangium e o aumento do tempo da rotação do eucalipto incrementaram os estoques de C e N da maioria das frações lábeis (C-MOL, N-MOL e C-BM) e estáveis (C e N nas substâncias húmicas). Indicando tendência de recuperação dos seus estoques para valores próximos daqueles originais (mata nativa), sendo superiores aos estoques obtidos na área de eucalipto em rotação curta.
Downloads
Referências
AMADO, T.J.C. et al. Potential of carbon accumulation in no-till soils with intensive use and cover crops in southern Brazil. Journal of Environmental Quality, Madison, v.35, n.4, p.1599-1607, jul. 2006.
AUER, C.G.; SILVA, R. Fixação de nitrogênio em espécies arbóreas. In: CARDOSO, E.J.B.N.; TSAI, S.M.; NEVES, M.C.P. eds. Microbiologia do solo. Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1992. p.157-172.
BARROS, N.F.; COMERFORD, N.B. Sustentabilidade da produção de florestas plantadas na região tropical. Tópicos em Ciência do Solo, Viçosa - MG, v. 2, p. 487-592, 2002.
BATAGLIA, O.C. et al. Métodos de análises químicas de plantas. Campinas: Instituto Agronômico, 1983. 48p. (Boletim, 78)
BAYER, C. et al. C and N stocks and the role of molecular recalcitrance and organomineral interaction in stabilizing soil organic matter in a subtropical Acrisol managed under no-tillage. Geoderma, Amsterdam, v.133, n.3-4, p.258-268, ago. 2006.
BERG, B.; MATZNER, E. Effect of N deposition on decomposition of plant litter and soil organic matter in forest systems. Environmental Review, Kingston, v.5, n.1, p.1-25, mar. 1997.
DIEKOW, J. et al. Carbon and nitrogen stocks in physical fractions of a subtropical Acrisol as influenced by long-term no-till cropping systems and N fertilization. Plant and Soil, Dordrecht, v.268, n.1, p.319-328, jan. 2005.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA -EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Rio de Janeiro, 2006. 306p.
FORRESTER, D.I. et al. Carbon allocation in a mixed-species plantation of Eucalyptus globulus and Acacia mearnsii. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v.233, n.2-3, p.275-284, set. 2006.
FUNDAÇÃO ARTHUR BERNARDES - FUNARBE. SAEG - Sistema para análise estatística 5.0. Viçosa, MG, 1993.
GARAY, I. et al. Comparação da matéria orgânica e de outros atributos do solo entre plantações de Acacia mangium e Eucalyptus grandis. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.27, n.4, p.705-712, jul/ago. 2003.
IBGE. 2004. Mapa de Biomas do Brasil, primeira aproximação. Rio de Janeiro: IBGE. Acessível em www.ibge.gov.br
ISLAM, K.R.; WEIL, R.R. Microwave irradiation of soil for routine measurement of microbial biomass carbon. Biology and Fertility of Soils, Berlin, v. 27, n. 4, p. 408-416, set. 1998.
LEITE, F.P. Relações nutricionais e alterações de características químicas de solos da Região do Vale do Rio Doce pelo cultivo do eucalipto. 2001, 72 f. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
LIMA, A.M.N. et al. Soil organic carbon dynamics following afforestation of degraded pastures with eucalyptus in southeastern Brazil. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 235, n. 1-3, p. 219-231, nov. 2006.
LUDWIG, F. et al. The influence of savanna trees on nutrient, water and light availability and the understorey vegetation. Plant Ecololy, v.170, n.1, p.93-105, jan. 2004.
MENEZES, A.A. Produtividade do eucalipto e sua relação com a qualidade e a classe de solo. 2005, 98 f. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
NEFF, J.C. et al. Variable effects of nitrogen additions on the stability and turnover of soil carbon. Nature, v.419, n.6910, p.915-917, set. 2002.
OMETTO, J.C. Bioclimatologia vegetal. São Paulo, Ceres, 1981. 425p.
PEGORARO, R.F. et al. Estoques de carbono e nitrogênio em frações da matéria orgânica de solos cultivados com eucalipto nos sistemas convencional e fertirrigado. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.2, p.302-309, fev. 2010.
REVERSAT, F.B. Nitrogen cycling in tree plantations grown on a poor sandy savanna soil in Congo. Applied Soil Ecology, Madison, v.4, n.2, p.161-172, set. 1996.
SCHIAVO; J.A. et al. Recovery of degraded areas revegeted with Acacia mangium and Eucalyptus with special reference to organic matter humification. Scientia Agricola, Piracicaba, v.66, n.3, p.353-360, mai/jun. 2009
SHAN, J. et al. The effects of management on soil and plant carbon sequestration in slash pine plantations. Journal of Applied Ecology, Oxford, v.38, n.5, p.932-941, out. 2001.
SILVA, I.R.; MENDONÇA, E.S. Matéria orgânica do solo. In: NOVAIS, R.F. et al. Fertilidade do solo. Sociedade Brasileira de Ciência do solo, Viçosa, 2007, p.275-374.
SILVA, I.R et al. Manejo de resíduos e matéria orgânica do solo em plantações de eucalipto: uma questão estratégica para a manutenção da sustentabilidade. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.29, 2004, p.10 - 20.
SISTI, C.P.J. et al. Change in carbon and nitrogen stocks in soil under 13 years of conventional or zero tillage in southern Brazil. Soil and Tillage Research, Amsterdam, v. 76, n. 1 ,p.39-58, mar. 2004.
STEEL, R.G.D. et al. Principles and procedures of statistics: a biometrical approach. New York: McGraw-Hill, 1997. 666p.
STEVENSON, F.J. Humus Chemistry: Genesis, Composition and Reactions. 2.ed. New York, Willey & Sons Inc., 1994. 496p.
SWIFT, R.S. Method for extraction of IHSS soil fulvic and humic acids. In. SPARKS, D.L. et al. ed. Methods of soil analysis. Part 3. Chemical methods. Soil Sci. Soc. Am. Books, 1996. p. 1018-1020.
TRAORÉ, S. et al. Carbon and nitrogen enhancement in Cambisols and Vertisols by Acacia spp. in eastern Burkina Faso: Relation to soil respiration and microbial biomass. Applied Soil Ecology, Madison, v.35, n.3, p.660-669, mar. 2007.
YEOMANS, J.C.; BREMNER, J.M. A rapid and precise method for routine determination of organic carbon in soil. Communications in Soil Science and Plant Analysis, Philadelphia, v. 19, n. 13, p. 1467-1476, out. 1988.
VEZZANI, F.M.; TEDESCO, M.J.; BARROS, N.F. Características do solo e das plantas no consórcio de eucalipto e acácia negra. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.25, n.1, 225-231, jan/fev. 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.