Conservação urbana e diversidade de árvores: um estudo de caso no Parque Xokleng, Nova Veneza, Sul de Santa Catarina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179460X85982

Palavras-chave:

Mata Atlântica, Fitossociologia, Floresta secundária, Florística, Vegetação

Resumo

As florestas urbanas podem ser definidas como conjuntos que incluem fragmentos de vegetação e árvores isoladas ou agrupadas inseridas em áreas urbanas ou periurbanas. Dentro desse mosaico, os fragmentos urbanos são importantes para a conservação da biodiversidade. O objetivo deste estudo é contribuir para o conhecimento sobre a estrutura da vegetação em uma floresta urbana em Nova Veneza, Santa Catarina, Brasil. O estudo foi conduzido no Parque Natural Municipal Xokleng (PNMX). Foi realizado um levantamento fitossociológico na floresta, utilizando o método de parcelas, no qual foram estabelecidas 30 parcelas contínuas de 10 m x 10 m. Consideramos como árvore todo indivíduo que possuía um diâmetro à altura do peito maior ou igual a 5 cm. Neste estudo, foram amostrados 497 indivíduos pertencentes a 75 espécies e 32 famílias, juntamente com 14 indivíduos mortos, três indivíduos identificados apenas em nível de gênero e um indivíduo não identificado. As espécies com os maiores valores de importância foram Tetrorchidium rubrivenium, Machaerium stipitatum, Ficus adhatodifolia, Cabralea canjerana, Mollinedia triflora. A estrutura da vegetação é semelhante à observada em outros fragmentos secundários de Floresta Ombrófila Densa na região sul de Santa Catarina. A presença de espécies secundárias no dossel e ocupando altos valores de dominância reflete o processo de regeneração pelo qual a floresta está passando.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Júlia Gava Sandrini, Universidade do Extremo Sul Catarinense

Bióloga, estudante de mestrado em Ciências ambientais.

Vicente Nava Lenhani, Programa AMABIO - Sicoob

Graduação em andamento em ciências biológicas. Possui curso ténico em eletrônica. 

Iara Zaccaron Zanoni, Universidade do Extremo Sul Catarinense

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (2019) e mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (2022). Atualmente é doutoranda no programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais pela mesma universidade. Tem experiência em botânica, com ênfase em botânica econômica.

Kristian Madeira, Universidade do Extremo Sul Catarinense

É Doutor em Ciências da Saúde (2015), Mestre em Educação (2009), Especialista em Educação Matemática (2004) e Licenciado em Ciências e Matemática (2001) pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Professor e Pesquisador da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), onde atua nos cursos de Graduação, Especialização e Mestrado.

Robson Santos, Universidade do Extremo Sul Catarinense

Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais.

Guilherme Alves Elias, Universidade do Extremo Sul Catarinense

Possui graduação em Ciências Biológicas, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Ciências Ambientais pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Atualmente é Professor e Pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais.

Referências

Alvares, C. A., Stape, J. L., Sentelhas, P. C., Gonçalves, J. L. M., & Sparovek, G. (2014). Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22(6), 711-728.

Araújo, Y. R. V., Moreira, Z. C. G., Borges, L. A. C., Souza, A. N., & Coelho Junior, L. M. (2019). Evaluation of street tree planting in the city of João Pessoa, Paraíba, Brazil. Scientia Forestalis, (121), 71-82.

Arbilla, G., Dantas, G., & da Silva, C. M. (2023). Contribution of Tijuca Forest to the improvement of air quality and wellbeing of citizens in the city of Rio de Janeiro, Brazil. Chemosphere, 334, 139017.

APG IV. (2016). An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, 181, 1-20.

Bosa, D. M., Pacheco, D., Pasetto, M. R., & Santos, R. (2015). Florística e estrutura do componente arbóreo de uma Floresta Ombrófila Densa Montana em Santa Catarina, Brasil. Revista Árvore, 39(1), 49-58.

Brasil. (1994). Resolution No. 004 of May 4, 1994. Define Vegetação Primária e Secundária nos Estágios Inicial, Médio e Avançado de Regeneração da Mata Atlântica, A Fim de Orientar Os Procedimentos de Licenciamento de Atividades Florestais em Santa Catarina.

Brasília: Conselho Nacional do Meio Ambiente.

Brasil. (2022). Ordinance No. 148 of June 7, 2022. Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção. Brasília DF: Ministério do Meio Ambiente.

CNCFlora. (2021). Euterpe edulis. In: Red List of Brazilian flora version 2021.2 National Center for Flora Conservation. Retrieved October 17, 2022, from http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Euterpe edulis.

Colonetti, S., Citadini-Zanette, V., Martins, R., Santos, R., Rocha, E., & Jarenkow, J. A. (2009). Florística e estrutura fitossociológica em floresta ombrófila densa submontana na barragem do rio São Bento, Siderópolis, Estado de Santa Catarina. Acta Scientiarum, Biological Sciences, 31(4), 397-405.

Dardengo, J. F. E., Bandin, A. A. R., & Varella, T. L. (2018). The effects of fragmentation on the genetic structure of Theobroma speciosum (Malvaceae) populations in Mato Grosso, Brazil. Revista de Biología Tropical, 66(1), 218-226.

Durigan, G. (2012). Métodos para análise e vegetação arbórea. In: Cullen JR., R., Rudran, R. & Valladares-Pádua, C. Métodos de estudos em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: Editora UFPR, 2012, p. 455-481.

Elias, G. A., Lima, J. M. T., & Santos, R. (2019). Threatened flora from the State of Santa Catarina, Brazil: Arecaceae. Hoehnea, 46(1), 1-6.

Elias, G. A., Martins, H. B., Vinholes, A. R., Marques, B. H., Citadini-Zanette, V., & Santos, R. (2018). Trees of an urban forest fragment in southern Santa Catarina, Brazil: Floristics and structure. Ciência Florestal, 28(4), 1755-1769.

FAO. (2016). Guidelines on urban and peri-urban forestry. FAO Forestry Paper. Rome: Food and Agriculture Organization of the United Nations.

Feiber, S. D. (2004). Urban green areas: Image and use – the case of the public promenade in Curitiba, PR. RA’E GA, (8), 93-105.

Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Retrieved June 22, 2023, from http://floradobrasil.jbrj.gov.br/.

Gava-Just, J. P. (2022). Avifauna of the Xokleng Municipal Natural Park, an urban conservation unit in the Atlantic forest of Santa Catarina, Brazil. Acta Biológica Catarinense, 9(1), 69-86.

Grelle, C. E. V., Bayma, A. P., Paixão, L. R. L., Egler, M., Senta, M. M. D., Jenkins, C. N., Uezu, A., Pellin, A., Martensen, A. C., Shirai, H., Soares, N., Lima, F., Martinez, E., Pougy, N., Martinelli, G., Mesquita, C. A., Mantonavi, M., Fernandez, F. A. S. A., Rheingantz, M. L. A., &

Vieira, M. V. (2021). Conservation initiatives in the Brazilian Atlantic forest. In Marques, M. C. M., & Grelle, C. E. V. (Eds.), The Atlantic Forest (pp. 421-499). Springer Nature.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades e Estados: Nova Veneza. Retrieved February 8, 2024, from https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/sc/nova-veneza.html.

IUCN. (2022). The IUCN Red List of Threatened Species: Version 2022-1. Retrieved September 22, 2022, from https://www.iucnredlist.org.

Jung, P. H., Brun, F. G. K., Brun, E. J., Longi, S. J., & Pastorio, A. P. (2018). Urban and agricultural impacts on the structure and diversity of tree vegetation in riparian forest. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, 13(2), 1-10.

Longo, R. M., Silva, A. L., Bettine, S. C., Demanboro, A. C., Bressane, A., Fengler, F. H., & Ribeiro, A. I. (2019). Environmental quality in urban forests in Campinas – São Paulo State/Brazil. International Journal of Environmental Impacts, 2(2), 117-130.

Guislon, A. V. (2014). Composição florística e estrutural da comunidade arbórea da Floresta Ombrófila Densa Montana no Parque Estadual da Serra Furada, Santa Catarina. [Undergraduate thesis, Universidade do Extremo Sul Catarinense]. Criciúma.

Liu, X., Li, T., Zhang, S., Jia, Y., Li, Y., & Xu, X. (2016). The role of land use, construction, and road on terrestrial carbon stocks in a newly urbanized area of western Chengdu, China. Landscape and Urban Planning, 147, 88-95.

Magurran, A. E. (1988). Ecological diversity and its measurement. Bangor: Chapman & Hall.

Martins, R. (2010). Composição e estrutura vegetacional em diferentes formações na floresta Atlântica, Sul de Santa Catarina, Brasil. [Doctoral dissertation, Universidade Federal do Rio Grande do Sul]. Porto Alegre.

Martins, R. (2005). Florística, estrutura fitossociológica e interações interespecíficas de um remanescente de Floresta Ombrófila Densa como subsídio para recuperação de áreas degradadas pela mineração de carvão, Siderópolis, SC. [Master’s thesis, Universidade Federal de Santa Catarina]. Florianópolis.

Mastella, A. F, Farias, J. L. (2020). Espacialização dos atrativos turísticos do Portal de Turismo de Nova Veneza, Santa Catarina: Um Ensaio. Tecnologia e Ambiente, 26: 18-31.

Melo, A. G. C., Carvalho, D. A., Castro, G. C., & Machado, E. L. M. (2011). Urban Forest Fragments. Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal, 17(1).

Mitchell, M. G. E., & Devisscher, T. (2022). Strong relationships between urbanization, landscape structure, and ecosystem service multifunctionality in urban forest fragments. Landscape and Urban Planning, 228, 1-22.

Moro, M. F., & Martins, F. R. (2011). Methods of surveying the tree-shrub component. In Felfili, J. M., Eisenlohr, P. V., Melo, M. M. R. F., Andrade, L. A., & Meira Neto, J. A. A. (Eds.). Fitossociologia no Brasil: Métodos e estudos de casos (pp. 174-212). Viçosa: Editora da Universidade Federal de Viçosa.

Mueller-Dombois, D., & Ellenberg, H. (2002). Aims and methods of vegetation ecology. New Jersey: The Blackburn Press.

Muñoz, A. M. M., & Freitas, S. R. (2017). Importance of Ecosystem Services in Cities: Review of Publications from 2003 to 2015. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, 6(2), 89-104.

Nova Veneza (Municipality). (2020). Law No. 2.818 of September 4, 2020. Dispõe sobre a criação do Parque Natural Municipal Xokleng no município e dá Outras Providências.

Pasetto, M. R. (2008). Composição florística e estrutura de fragmento de floresta ombrófila densa submontana no município de Siderópolis, Santa Catarina. [Undergraduate thesis, Universidade do Extremo Sul Catarinense]. Criciúma.

Peixoto, A. L., Rosa, M. M. T., & Joels, L. C. M. (1995). Profile and coverage diagrams of a stretch of tableland forest in the Linhares Forest Reserve (Espírito Santo, Brazil). Acta Botanica Brasilica, 9(2), 177-193.

Pielou, E. C. (1975). Ecological diversity. New York: Wiley.

Pinto, L. P., Hirota, M., Guimarães, E., Fonseca, M., Martinez, D. I., & Takahashi, C. K. (2017). Unidades de Conservação Municipais da Mata Atlântica. São Paulo: SOS Mata Atlântica.

PPGI. (2016). A community derived classification for extant lycophytes and ferns. Journal of Systematics and Evolution, 54(6), 563-603.

Reitz, R. (1974). Palms. In Reitz, R. (Ed.), Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues.

Scariot, A., Freitas, S. R., Mariano Neto, E., Nascimento, M. T., Oliveira, L. C., Sanaiotti, T., Sevilha, A. C., & Villela, D. M. (2003). Vegetation and Flora. In Rambaldi, D. M., & Oliveira, D. A. S. (Eds.), Fragmentation of Ecosystems: Causes, effects on biodiversity, and public policy recommendations. Brasília: Ministry of the Environment.

Silva, A. B. (2020). Florestas urbanas: impactos socioeconômicos da arborização urbana e métodos de quantificação. [Master’s thesis, Universidade Federal do Rio Grande do Norte]. Macaíba.

Smith, L. B., Downs, R. J., & Klein, R. M. (1988). Euphorbiaceae. In Reitz, R. (Ed.), Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues.

Souza, S. M., Silva, A. G., Santos, A. R., Gonçalves, W., & Mendonça, A. R. (2013). Analysis of urban forest fragments in the city of Vitória-ES. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 8(1), 112-124.

Stehmann, J. R., Forzza, R. C., Salino, A., Sobral, M., Costa, D. P., & Kamino, L. H. Y. (2009). Plants of the Atlantic Forest. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Turmina, E., Kanieski, M. R., Ortiz, D. C., Vefago, M. B., Rosa, L. H., & Farias, K. J. (2017). Structure and characterization of an urban forest fragment in Tubarão, Santa Catarina, Brazil. Espacios, 36(26), 21-37.

Vibrans, A. C., Sevegnani, L., Gasper, A. L., & Lingner, D. V. (2012). Floristic Forest Inventory of Santa Catarina: Diversity and Conservation of Forest Remnants. Blumenau: Edifurb.

Vibrans, A. C., Sevegnani, L., Gasper, A. L., & Lingner, D. V. (2013). Floristic Forest Inventory of Santa Catarina: Dense Ombrophilous Forest. Blumenau: Edifurb.

Viezzer, J., & Biondi, D. (2021). The influence of urban socio-economic and eco-environmental aspects on COVID-19 cases, deaths, and mortality: A multi-city case in the Atlantic Forest, Brazil. Sustainable Cities and Society, 69, 102859.

Downloads

Publicado

2024-09-06

Como Citar

Sandrini, J. G., Lenhani, V. N., Zanoni, I. Z., Madeira, K., Santos, R., & Elias, G. A. (2024). Conservação urbana e diversidade de árvores: um estudo de caso no Parque Xokleng, Nova Veneza, Sul de Santa Catarina. Ciência E Natura, 46, e85982. https://doi.org/10.5902/2179460X85982

Edição

Seção

Biologia-Botânica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.