Extração do inibidor furfural a partir do hidrolisado de biomassa da casca do arroz
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X68832Palavras-chave:
Furfural, Biomassa residual, Extração líquido-líquidoResumo
A produção de etanol de segunda geração (E2G), vem mostrando ser uma alternativa aos combustíveis não renováveis, ao realizar a transformação de resíduos lignocelulósicos em combustível renovável. Por sua vez, a casca de arroz possui grande potencial devido a sua disponibilidade e composição. A conversão da biomassa lignocelulósica a biocombustível é composta por uma etapa fundamental de pré-tratamento. Nessa etapa, ocorre a formação de produtos de degradação (compostos inibitórios), os quais causam efeitos negativos na viabilidade das células fermentativas, o que torna inviável a produção de E2G. Dentre eles, o furfural é um inibidor formado. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi retirar o inibidor furfural presente no caldo lignocelulósico após o processo de pré-tratamento através da utilização do ácido oleico por meio de extração líquido-líquido. A quantificação dos açúcares redutores totais no hidrolisado não apresentou variação significativa entre a etapa pré e pós extração. Com relação ao inibidor furfural, nos testes realizados com solução feita em laboratório, obteve-se uma remoção de até 62,30% quando a concentração inicial dele foi de 5,00 g.L-1. Já para os testes com o hidrolisado proveniente do pré-tratamento da casca do arroz, a máxima remoção obtida foi de 10,40%, porém a concentração inicial do furfural era de 1,64 g.L-1. Os resultados obtidos indicam a possibilidade do uso do ácido oleico como um agente extrator do inibidor furfural de hidrolisados lignocelulósicos.
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