Influência de variáveis ambientais na capacidade funcional em pacientes com doença pulmonar
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X67344Palavras-chave:
Poluição do ar, Doença pulmonar obstrutiva crônica, Qualidade do ar, Teste de caminhada, EspirometriaResumo
A poluição do ar está relacionada a impactos negativos principalmente em pessoas com Doenças Respiratórias Crônicas (DRC), refletindo na saúde respiratória, redução do desempenho físico e etc. O objetivo foi investigar a influência de variáveis meteorológicas e de qualidade do ar na capacidade funcional de pacientes com DRC. Tratou-se de um estudo descritivo, retrospectivo e transversal de coleta de informações em banco de dados de 2016 a 2019. Para a análise das variáveis ambientais, foram utilizadas três bases de dados distintas, uma da estação de monitoramento automático da qualidade do ar em Novo Hamburgo, e as estações meteorológicas de Novo Hamburgo e Campo Bom (RS). Os dados monitorados foram: NO2, CO, O3, MP10, MP2,5, temperatura média, temperatura mínima, temperatura máxima, precipitação, velocidade média do vento e umidade relativa do ar. A amostra foi composta por 85 indivíduos do Programa de Reabilitação Pulmonar (PRP), onde foram coletadas as variáveis espirometria e teste de caminhada de seis minutos (TC6’). Observou-se que quanto maior a concentração de MP10 e maior a temperatura mínima, menores os resultados espirométricos. Além disso, quanto maior a concentração de MP2,5, menor é a distância que o indivíduo percorreu. Foi encontrada uma relação entre dados ambientais e testes funcionais, onde indivíduos com DRC são mais sensíveis a níveis elevados de poluentes atmosféricos, bem como a temperaturas mais baixas.
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