Identificação espaço-temporal dos padrões de focos de calor no estado do maranhão
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X64834Palavras-chave:
Desmatamento, Fogo, Kernel, Precipitação.Resumo
O fogo no Brasil é associado a diversas etapas do setor agropecuário, sendo frequente o registro de incêndios e queimadas no país. Assim, o Maranhão, é um dos estados com maior ocorrência de focos de queimadas. O objetivo deste trabalho foi analisar a dinâmica espacial e temporal dos focos de calor no Maranhão. Os dados de focos de calor foram adquiridos no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, enquanto os de pluviosidade com o sensor TRMM. Analisou-se os focos de calor anualmente, entre 2007 a 2019. Estes foram submetidos ao estimador de densidade Kernel no QGIS 2.18. Houve 325.940 focos no Maranhão entre 2007 a 2019, com maior incidência em 2007. A maior precipitação ocorreu entre janeiro e maio, o que coincide com a menor incidência dos focos de calor. Estes estão concentrados no centro maranhense, onde há menor precipitação. Os focos estavam entre 0-149 km de áreas de desmatamento, assentamentos, rodovias e aldeias indígenas. As áreas com maior concentração dos focos de queimadas estão localizadas no bioma cerrado, sendo a maior incidência no segundo semestre, o qual tem menor pluviosidade. Portanto, a incidência dos focos de calor é intrínseca à sazonalidade da precipitação e intensificada pela ação antrópica.
Downloads
Referências
ABREU, F. DE A.; SOUZA, J. DO S. A. Dinâmica espaço-temporal de focos de calor em duas terras indígenas do Estado de Mato Grosso: Uma abordagem geoespacial sobre a dinâmica do uso do fogo por Xavantes e Bororos. Floresta e Ambiente, v. 23, n. 1, p. 1–10, 2016.
ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711–728, 2013.
ARAGÃO, J. G.; CONCEIÇÃO, G. M. DA. Myrtaceae: Espécies das Subtribos Eugeniinae, Myrciinae e Myrtinae Registradas para o Estado do Maranhão. Revista Sinapse Ambiental, p. 7–17, 2008.
ARAGÃO, L. E. O. C. et al. 21st Century drought-related fires counteract the decline of Amazon deforestation carbon emissions. Nature Communications, v. 9, n. 1, p. 1–12, 2018.
ARAÚJO, L. O. et al. Ação antrópica na incidência dos focos de calor na Microrregião de Paragominas, Estado do Pará, Norte do Brasil. Revista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, v. 7, n. 17, p. 1153–1164, 2020.
ÁVILA, M. M.; WADT, P. G. S. Avaliação do impacto ambiental em assentamentos rurais do estado do acre, na Amazônia brasileira. Revista eletrônica de biologia, v. 8, n. 1, p. 1-54–77, 2015.
BEZERRA, D. DA S. et al. Análise dos focos de queimadas e seus impactos no Maranhão durante eventos de estiagem no período de 1998 a 2016. Revista Brasileira de Climatologia, v. 22, n. 1, p. 446–462, 2018.
BRIENEN, R. J. W. et al. Long-term decline of the Amazon carbon sink. Nature, v. 519, n. 7543, p. 344–348, 2015.
CABRAL, A. P. DE S.; SOUZA, W. V. DE. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU): análise da demanda e sua distribuição espacial em uma cidade do Nordeste brasileiro. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 11, n. 4, p. 530–540, 2008.
CARDOZO, S. et al. Avaliação das áreas queimadas no Estado de Rondônia - Amazônia Brasileira. Revista Brasileira de Cartografia, p. 705–716, 2014.
CARMENTA, R. et al. Does the establishment of sustainable use reserves affect fire management in the humid tropics. PLoS ONE, v. 11, n. 2, p. 1–19, 2016.
CASTAÑEDA ROJAS, M. F. et al. Evaluación forestal y de combustibles en bosques de Pinus hartwegii en el Estado de México según densidades de cobertura y vulnerabilidad a incendios. Madera y Bosques, v. 21, n. 2, p. 45–58, 2015.
CELENTANO, D. et al. Towards zero deforestation and forest restoration in the Amazon region of Maranhão state, Brazil. Land Use Policy, v. 68, n. July, p. 692–698, 2017.
COELHO JUNIOR, L. M.; MARTINS, K. DE L. DA C.; CARVALHO, M. Carbon Footprint Associated with Firewood Consumption in Northeast Brazil: An Analysis by the IPCC 2013 GWP 100y Criterion. Waste and Biomass Valorization, v. 10, n. 10, p. 2985–2993, 2018.
CUNHA NETO, E. M. DA et al. Influência Antrópica E Da Precipitação Na Distribuição Espaço-Temporal De Focos De Calor Na Microrregião De Paragominas, Pará. Revista Brasileira de Climatologia, v. 28, n. 1, p. 285–301, 2021.
DEVISSCHER, T. et al. Increased wildfire risk driven by climate and development interactions in the Bolivian Chiquitania, Southern Amazonia. PLoS ONE, v. 11, n. 9, p. 1–29, 2016.
DEVISSCHER, T.; BOYD, E.; MALHI, Y. Anticipating future risk in social-ecological systems using fuzzy cognitive mapping: The case of wildfire in the Chiquitania, Bolivia. Ecology and Society, v. 21, n. 4, 2016.
GESDISC. Document for GLDAS Version 2 Data Products. Disponível em: https://disc.gsfc.nasa.gov/. Acesso em: 18 mar. 2020.
IBARRA-MONTOYA, J. L.; HUERTA-MARTÍNEZ, F. M. Modelado espacial de incendios: una herramienta predictiva para el Bosque La Primavera, Jalisco México. Revista Ambiente e Agua, v. 11, n. 1, p. 35–49, 2016.
IBGE, I. B. DE G. E E. Geociências. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/downloads-geociencias.html. Acesso em: 22 mar. 2019.
INPE - INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. PRODES - Monitoramento de Floresta Amazônica por Satélite. Disponível em: http://www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/prodes. Acesso em: 14 abr. 2019.
INPE - INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Queimadas (Monitoramento de Focos). Disponível em: http://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/bdqueimadas/. Acesso em: 2 abr. 2020a.
INPE - INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Portal do Monitoramento de Queimadas e Incêndios. Disponível em: http://www.inpe.br/queimadas. Acesso em: 20 mar. 2020b.
KOUTSIAS, N. et al. On the relationships between forest fires and weather conditions in Greece from long-term national observations ( 1894 – 2010 ). International Journal of Wildland Fire, v. 22, p. 493–507, 2013.
LINDBERG, H.; PUNTTILA, P.; VANHA-MAJAMAA, I. The challenge of combining variable retention and prescribed burning in Finland. Ecological Processes, v. 9, n. 1, 2020.
MAPBIOMAS DEVELOPMENT TEAM. Coleções MAPBIOMAS. Disponível em: https://mapbiomas.org/colecoes-mapbiomas-1?cama_set_language=pt-BR. Acesso em: 16 fev. 2019.
MARÍN, P. et al. Drought and Spatiotemporal Variability of Forest Fires Across Mexico. Chinese Geographical Science, v. 27, n. 6, p. 1–13, 2018.
MARTÍNEZ-FERNÁNDEZ, J.; CHUVIECO, E.; KOUTSIAS, N. Modelling long-term fire occurrence factors in Spain by accounting Atmospheric for local variations with geographically weighted regression. Natural Hazards and Earth System Sciences, v. 13, p. 311–327, 2013.
MARTINS, M. B.; OLIVEIRA, T. G. DE. Amazônia Maranhense : Diversidade e Conservação. Museu Para ed. Belém: [s.n.].
MEDEIROS, M. B. DE; FIEDLER, N. C. Incêndios florestais no Parque Nacional da Serra da Canastra: desafios para conservação da biodiversidade. Ciência Florestal, v. 14, n. 2, p. 157–168, 2003.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - MMA. Download de dados geográficos. Disponível em: http://mapas.mma.gov.br/i3geo/datadownload.htm. Acesso em: 2 fev. 2020.
MORITZ, M. A. et al. Learning to coexist with wildfire. Nature, v. 5, p. 58–66, 2014.
OLIVEIRA, U. C.; DE OLIVEIRA, P. S. Mapas de Kernel como Subsídio à Gestão Ambiental: Análise dos Focos de Calor na Bacia Hidrográfica do Rio Acaraú, Ceará, nos Anos 2010 a 2015. Espaço Aberto, v. 7, n. 1, p. 87–99, 2017.
PALAIOLOGOU, P.; KALABOKIDIS, K.; KYRIAKIDIS, P. Forest mapping by geoinformatics for landscape fire behaviour modelling in coastal forests, Greece. International Journal of Remote Sensing, v. 34, n. 12, p. 4466–4490, 2013.
PEREIRA, J. A. V.; SILVA, J. B. DA. Detecção De Focos De Calor No Estado Da Paraíba: Um Estudo Sobre As Queimadas. Revista Geográfica Acadêmica, v. 10, n. 1, p. 5–16, 2016.
PHILLIPS, O. L. et al. Drought sensitivity of the amazon rainforest. Science, v. 323, n. 5919, p. 1344–1347, 2009.
QGIS DEVELOPMENT TEAM. QGIS versão 2.18 Las Palmas, 2016.
ROBINNE, F.-N. et al. Global Fire Challenges in a Warming World. 1. ed. Vienna: IUFRO, 2018.
ROWLAND, L. et al. Death from drought in tropical forests is triggered by hydraulics not carbon starvation. Nature, v. 528, n. 7580, p. 119–122, 2015.
SALES, G. M. et al. Emprego dos focos de calor na avaliação das áreas queimadas e em incêndios florestais em Paragominas, Pará, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais, v. 14, n. 1, p. 55–77, 2019.
SAMPAIO, C. A.; KATO, O. R.; NASCIMENTO-E-SILVA, D. Sistema De Corte E Trituração Da Capoeira Sem Queima Como Alternativa De Uso Da Terra, Rumo à Sustentabilidade Florestal No Nordeste Paraense. Revista de Gestão Social e Ambiental, v. 2, n. 1, p. 41–53, 2008.
SEMA-SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS DO MARANHÃO. Atlas do Maranhão. SãoLuís: G ed. São Luís: Gerência de Planejamento e Desenvolvimento Econômico/ Laboratório de Geoprocessamento, 2002.
SILVA, M. N. DA et al. A seca no Maranhão no período de 2010 a 2016 e seus impactos. Parcerias Estratégicas, v. 22, n. 44, p. 119–138, 2017.
SILVA JUNIOR, C. H. L. et al. Fire responses to the 2010 and 2015/2016 Amazonian droughts. Frontiers in Earth Science, v. 7, n. May, p. 1–16, 2019.
SILVA JUNIOR, C. H. L. et al. Amazon forest on the edge of collapse in the Maranhão State, Brazil. Land Use Policy, v. 97, n. May, p. 104806, 2020.
SORRENSEN, C. Contributions of fire use study to land use/cover change frameworks: Understanding landscape change in agricultural frontiers. Human Ecology, v. 32, n. 4, p. 395–420, 2004.
SYPHARD, A. D.; KEELEY, J. E.; BRENNAN, T. J. Comparing the role of fuel breaks across southern California national forests. Forest Ecology and Management, v. 261, n. 11, p. 2038–2048, 2011.
THOMPSON, M. P. et al. Integrated national-scale assessment of wildfire risk to human and ecological values. Stochastic Environmental Research and Risk Assessment, v. 25, n. 6, p. 761–780, 2011.
TOMZHINSKI, G. W. T.; COURA, P. H. F.; FERNANDES, M. DO C. Avaliação Da Detecção De Focos De Calor Por Sensoriamento Remoto Para O Parque Nacional Do Itatiaia. Biodiversidade Brasileira, v. Ano I, n. 2, p. 201–2011, 2011.
TONINI, M. et al. Evolution of forest fires in Portugal : from spatio- temporal point events to smoothed density maps. Nat Hazards, v. 85, p. 1489–1510, 2016.
TORRES, F. T. P. et al. Mapeamento do risco de incêndios florestais utilizando técnicas de geoprocessamento. Floresta e Ambiente, v. 24, p. 1–10, 2017.
TSIOURLIS, G.; ANDREADAKIS, S.; KONSTANTINIDIS, P. SITHON: A wireless network of in situ optical cameras applied to the early detection-notification-monitoring of forest fires. Sensors, v. 9, n. 6, p. 4465–4482, 2009.
Publicado
Versões
- 2022-04-05 (3)
- 2022-04-05 (2)
- 2022-02-09 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ciência e Natura
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Para acessar a DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS clique aqui.
Diretrizes Éticas para Publicação de Revistas
A revista Ciência e Natura está empenhada em garantir a ética na publicação e na qualidade dos artigos.
A conformidade com padrões de comportamento ético é, portanto, esperada de todas as partes envolvidas: Autores, Editores e Revisores.
Em particular,
Autores: Os Autores devem apresentar uma discussão objetiva sobre a importância do trabalho de pesquisa, bem como detalhes e referências suficientes para permitir que outros reproduzam as experiências. Declarações fraudulentas ou intencionalmente incorretas constituem comportamento antiético e são inaceitáveis. Artigos de Revisão também devem ser objetivos, abrangentes e relatos precisos do estado da arte. Os Autores devem assegurar que seu trabalho é uma obra totalmente original, e se o trabalho e / ou palavras de outros têm sido utilizadas, isso tem sido devidamente reconhecido. O plágio em todas as suas formas constitui um comportamento publicitário não ético e é inaceitável. Submeter o mesmo manuscrito a mais de um jornal simultaneamente constitui um comportamento publicitário não ético e é inaceitável. Os Autores não devem submeter artigos que descrevam essencialmente a mesma pesquisa a mais de uma revista. O Autor correspondente deve garantir que haja um consenso total de todos os Co-autores na aprovação da versão final do artigo e sua submissão para publicação.
Editores: Os Editores devem avaliar manuscritos exclusivamente com base no seu mérito acadêmico. Um Editor não deve usar informações não publicadas na própria pesquisa do Editor sem o consentimento expresso por escrito do Autor. Os Editores devem tomar medidas de resposta razoável quando tiverem sido apresentadas queixas éticas relativas a um manuscrito submetido ou publicado.
Revisores: Todos os manuscritos recebidos para revisão devem ser tratados como documentos confidenciais. As informações ou ideias privilegiadas obtidas através da análise por pares devem ser mantidas confidenciais e não utilizadas para vantagens pessoais. As revisões devem ser conduzidas objetivamente e as observações devem ser formuladas claramente com argumentos de apoio, de modo que os Autores possam usá-los para melhorar o artigo. Qualquer Revisor selecionado que se sinta desqualificado para rever a pesquisa relatada em um manuscrito ou sabe que sua rápida revisão será impossível deve notificar o Editor e desculpar-se do processo de revisão. Os Revisores não devem considerar manuscritos nos quais tenham conflitos de interesse resultantes de relacionamentos ou conexões competitivas, colaborativas ou outras conexões com qualquer dos autores, empresas ou instituições conectadas aos documentos.