Mangifera indica L.: Avaliando a citogenotoxicidade do extrato aquoso através do micronúcleo e ensaio de eletroforese em gel de célula única
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X64086Palavras-chave:
Planta medicinal, Genotoxicidade, Citotoxicidade, Fitoquímica, InfusãoResumo
Mangifera indica L., conhecida como mangueira, é uma espécie pertencente à família Anacardiaceae, amplamente utilizada na medicina popular, cujas folhas são utilizadas no tratamento de diversas doenças. Embora vários estudos não tenham detectado a atividade citogenotóxica do extrato da folha de M. indica, outros autores observaram essa característica e destacaram a importância de novas pesquisas sobre o potencial tóxico do extrato da folha de M. indica. Sendo assim, o trabalho objetivou analisar o potencial citogenotóxico do extrato aquoso das folhas de M. indica, através do ensaio de DNA cometa e do teste do micronúcleo. Foi possível observar um aumento significativo no número de eritrócitos policromáticos micronucleados (MNPCEs) nos camundongos submetidos ao extrato, além de um aumento significativo no índice de danos ao DNA, quando comparado ao controle negativo. O extrato também apresentou efeito citotóxico, com uma redução significativa na relação de eritrócitos policromáticos/eritrócitos normocromáticos (PCE/NCE) quando comparado ao controle negativo. Conclui-se que o extrato obtido a partir das folhas de M. indica é citogenotóxico nas condições utilizadas neste trabalho; estes resultados reforçam a importância de estudos comparativos aplicados aos diversos métodos de processamento utilizados, bem como às condições de cultivo, para atestar a segurança no uso popular de plantas medicinais.
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