Entre Kafka e Stendhal: crítica literária e história na literatura documental de Vertigem, de W. G. Sebald
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X39747Palavras-chave:
W. G. Sebald, Vertigem, Arquivos, Ética, Subjetividade.Resumo
Vertigem, lançado na Alemanha em 1990, inaugura as narrativas em prosa de W. G. Sebald. A obra é dividida em quatro partes, duas delas são inspiradas na vida de Stendhal e Kafka e se assemelham a ensaios críticos, as outras duas estruturam-se a partir de um narrador em primeira pessoa. No espólio do autor, em Deutsches Literaturarchiv Marbach, Alemanha, é possível entrar em contato com as fontes de pesquisa utilizadas na escrita de Vertigem e observar influências do processo de ficcionalização dos documentos. Exemplo disso são duas matérias jornalísticas: a primeira, intitulada “Kafka in Riva, 1913”, de autoria de Anthony Northey, publicado no Neue Zürcher Zeitung, jornal semanário de Hamburgo, na sessão “Literatur und Kunst”, datada de 24 de abril de 1987; e a matéria “Die Gnadenlosen”, publicada no jornal alemão Die Zeit, em 5 de dezembro de 1986, de autoria de Erwin Brunner. Ambas compõem referências extraliterárias, principalmente pelo modo como o processo de inserção [Einbetten] das fontes coaduna-se com um entrelaçamento [Einschachten] das histórias dos personagens e do narrador. Portanto, a análise será centrada nos documentos arquivados pelo autor-narrador e no modo como a inscrição dos arquivos torna-se uma forma de trazê-los novamente ao uso, metamorfoseados em novas formas de ler e representar a realidade.
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Referências
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