Zero, uma obra fragmentada representada pela violência da ditadura militar

Autores

  • Alcione Salete Dal’Alba Pilger Mestranda do Curso de Letras – URI/FW
  • Lizandro Carlos Calegari Universidade Federal de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X27939

Resumo

A proposta deste artigo é analisar a relação entre a violência e a forma no livro Zero, de Ignácio de Loyola Brandão (1975), publicado no Brasil em 1975. Considerando que o corpus de análise tematiza a violência da ditadura militar no Brasil (1964-1985), a obra está inserida nesse contexto, é engajada, representa o social. Objetiva-se mostrar a violência através de sua forma fragmentada,que representa o país daquela época por estar associada à ideia de desordem e caos, do período. A simulação de recortes de jornal, propagandas, cartazes, inscrições de banheiro, letras de música e inúmeros outros tipos de texto vão criando uma paisagem do país e seu contexto histórico social. A hipótese é a de que a mistura de gêneros, no processo de montagem cria uma metáfora para a ditadura no Brasil. A metodologia configura-se a partir de relações que estabelecemos entre ficção, história, violência e forma. Para o embasamento dessa proposta e ou abordagem, busca-se respaldo em autores como Jean Baudrillard (1991), Jaime Ginzburg (2012), Tania Pellegrini (1994-1996), Lizandro Calegari (2011).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alcione Salete Dal’Alba Pilger, Mestranda do Curso de Letras – URI/FW

Mestranda do Curso de Letras – URI/FW

Lizandro Carlos Calegari, Universidade Federal de Santa Maria

Professor da área de Estudos Literários do PPGL/UFSM

Referências

BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e simulação. Lisboa: Relógio d´Água, 1991. BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Zero. São Paulo: Clube do Livro, 1975.

CALEGARI, Lizandro Carlos. Uma estética fragmentária: a perspectiva crítica em Zero e a organização da linguagem literária. Revista Interdisciplinar. v. 13: Ano VI. jan-jun de 2011. p.165-175.

DALCASTAGNÈ, Regina. O espaço da dor: o regime de 64 no romance brasileiro. Brasília: UnB, 1996.

GINZBURG, Jaime. A violência constitutiva e a política do esquecimento. In: ______. Crítica em tempos de violência. São Paulo: Edusp, Fapesp, 2012. p. 217-238.

MACHADO, Roberto. A Linguagem Literária e o de fora. In: Deleuze, a arte e a filosofia. Rio deJaneiro: Jorge Zahar, 2009.

PELLEGRINI, Tânia. A narrativa brasileira contemporânea: emergência do pós-modernismo. Revista Letras. Campinas, n. 13, v.1/2, p. 8-59, dez., 1994. PELLEGRINI, Tânia. Gavetas vazias: ficção e política nos anos 70. São Carlos, SP: EDUFSCAR, 1996.

Downloads

Publicado

2017-07-13

Como Citar

Pilger, A. S. D., & Calegari, L. C. (2017). Zero, uma obra fragmentada representada pela violência da ditadura militar. Literatura E Autoritarismo, (20). https://doi.org/10.5902/1679849X27939

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 > >>