Tempos de crise e locais de catástrofe
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179378685592Palabras clave:
Local de catástrofe, Tempo de crise, Gestão biopolítica da crise, HaitiResumen
O presente artigo tem por finalidade ensaiar uma reflexão sobre a aporia imposta pela catástrofe. Para isso, inicialmente, apresenta-se alguns dados de catástrofes a serem tomadas como exemplares: a cheia no Vale do Taquari (RS) e a seca nos rios da bacia amazônica (AM). A seguir, busca-se pensar a questão da catástrofe desde seu índice temporal, e para isso, se recorrerá a duas propostas: de Jean-Pierre Dupuy e de Alain Brossat. Intentou-se outra alternativa, ainda que não exclusiva: a de enfatizar a espacialidade da catástrofe, sem necessariamente perder de vista sua temporalidade, mas de algum modo subordinando-a àquela do espaço, do local da catástrofe, evidenciando como a catástrofe pode ser tomada como questão biopolítica. Por fim, apoiando-se nessa correlação espaço-temporal da catástrofe, e tomando por apoio o terremoto no Haiti em 2010, ensaia-se algum pensamento que busca realocar a relação entre local e global/universal e, assim, subvertendo a lógica biopolítica de sua governamentalidade.
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