Uma leitura de "O Primo Basílio" à luz da filosofia de Schopenhauer

Autores

  • Iasmim Martins Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378633725

Palavras-chave:

Tragédia, Realismo, Romance

Resumo

Partindo da concepção schopenhaueriana de tragédia, podemos inferir que a obra O Primo Basílio, do português Eça de Queirós, contém o caráter sublime do trágico. Encontramos nesta obra a exposição da grande infelicidade essencial a tragédia, bem como a miséria humana, o impe rio da maldade, a resignação, e o caminho inevitável para a morte. Além disso, o romance se configura como uma grande crítica a sociedade, seu falso moralismo, sua mediocridade. Desse modo, aos olhos da filosofia de Schopenhauer, poderíamos afirmar que Eça, ale m de ter escrito uma obra de arte de grau mais elevado, pois apreende a essência dos homens e produz um romance que, em certo sentido, podemos dizer que se trata de uma tragédia, também denuncia todo tipo de embuste contido na sociedade burguesa, no convívio dos homens e até no caráter dos mesmos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Iasmim Martins, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Doutoranda em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Referências

SCHOPENHAUER, A. Aforismos para a sabedoria de vida. Trad. Jair Barboza. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

SCHOPENHAUER, A. De la quadruple racine du principe de raison suffisante. Trad. F.X. Chenet. Paris: Librairie Philosophique J. Vrin, Edition complète, 1991.

SCHOPENHAUER, A. Metafísica do belo. Trad. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2003.

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e como representação. Tomo I. Trad. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e representação. Tomo II. Trad. Eduardo Ribeiro da Fonseca. Curitiba: Editora UFPR, 2014.

SCHOPENHAUER, A. Sobre a vontade na natureza. Tradução, prefácio e notas Gabriel Valladão Silva. Porto Alegre: L&PM, 2013.

ARISTÓTELES. Poética. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

CACCIOLA, Maria Lúcia Mello e Oliveira. Schopenhauer e a questão do dogmatismo. São Paulo: Edusp, 1994.

FONSECA, Eduardo Ribeiro. O sentido da noção de sublimação na filosofia de Schopenhauer. Revista Voluntas: estudos sobre Schopenhauer. Rio de Janeiro, Vol. 1, Nº 2, 2010, pp. 68-88.

FRANÇA, José-Augusto. O Romantismo em Portugal. 6 vols. Lisboa: Livros Horizonte, 1974.

GRUMACH, Ernest (Hrsg.). Unterhaltungen mit Goethe (Conversações com Goethe). Weimar: Böhlau, 1956.

PHILONENKO, Alexis. Une Philosophie de La Tragédie. Paris: Vrin, 1999.

QUEIRÓIS, Eça. O Primo Basílio. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

YOUNG, Julian. Schopenhauer. New York: Routledge Taylor & Francis Group, 2005.

SARAIVA, António José. História da literatura portuguesa. Publicações Europa-América, 1949.

SENNETT, Richard. O declínio do homem público: as tiranias da intimidade. Tradução: Lygia Araújo Watanabe. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

SIMÕES, João Gaspar. Eça de Queirós: a obra e o homem. Lisboa: Arcádia, imp. 1961 H.G.

SZONDI, Peter. Ensaio sobre o Trágico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.

Downloads

Publicado

2016-12-01

Como Citar

Martins, I. (2016). Uma leitura de "O Primo Basílio" à luz da filosofia de Schopenhauer. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 7(2), 124–140. https://doi.org/10.5902/2179378633725

Edição

Seção

Artigos