Prevalência e perfil de resistência aos antimicrobianos de hemoculturas em hospital universitário

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236583440016

Palavras-chave:

Hemocultura, Bacteremia, Infecção hospitalar, Sepse, Antibacterianos.

Resumo

Objetivo: Avaliar o perfil etiológico e de resistência aos antimicrobianos das hemoculturas realizadas em um hospital universitário. Métodos: Analisaram-se retrospectivamente as hemoculturas positivas realizadas no hospital durante janeiro a dezembro de 2018. Foram coletadas informações referentes ao gênero e faixa etária, tipo de coleta (periférica/cateter), setores de internação hospitalar, microrganismos envolvidos, tempo de positividade médio (TPM) e perfil de resistência aos agentes antimicrobianos. Resultados: Das 870 hemoculturas positivas, houve preponderância no gênero masculino (53,0%), em adultos (33,9%), no sangue periférico (65,7%) e no setor de Pronto Atendimento Adulto (23,4%). Staphylococcus epidermidis (38,1%) e Klebsiella pneumoniae (26,3%) foram os microrganismos prevalentes. O TPM das bactérias foi inferior a 24 horas (18h 39min e 17h, Gram positivas e Gram negativas, respectivamente), e para fungos (4,7 % do total), acima de 48 horas (52h 26min). Staphylococcus apresentou resistência significativa frente à oxacilina (S. epidermidis - 82,3% e S. hominis - 85,5%). A resistência de K. pneumoniae frente aos carbapenêmicos foi de 56,5%, à colistina de 23,2% e às cefalosporinas de 53,6%. Conclusões: A resistência a oxacilina nos estafilococos coagulase, bem como a dos carbapenêmicos, colistina e cefalosporinas de amplo espectro em K. pneumoniae são fatores preocupantes. A infecção de corrente sanguínea, mesmo em países desenvolvidos, constitui, ainda, importante fonte de mortalidade. A imediata antibioticoterapia correta impacta financeiramente e no desfecho clínico. Estudos epidemiológicos como este ofertam importantes subsídios, colaborando com o início da terapia efetiva e o aumento significativo da probabilidade de sobrevivência do paciente.

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Biografia do Autor

Vitória Segabinazzi Foletto, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.

Angelita Bottega, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS

Marissa Bolson Serafin, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS

Taciéli Fagundes da Rosa, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS

Amanda Mainardi, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Graduanda em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS

Laísa Nunes Franco, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Graduanda em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS

Rosmari Hörner, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Doutora em Química pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC

Referências

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Publicado

2019-12-10

Como Citar

Foletto, V. S., Bottega, A., Serafin, M. B., Rosa, T. F. da, Mainardi, A., Franco, L. N., & Hörner, R. (2019). Prevalência e perfil de resistência aos antimicrobianos de hemoculturas em hospital universitário. Saúde (Santa Maria), 45(3). https://doi.org/10.5902/2236583440016

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