Avaliação da detecção de contaminação bacteriana em concentrados plaquetários utilizando bacteriológico quantitativo e redução da concentração de glicose e do ph

Autores

  • Rosiéli Martini Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS https://orcid.org/0000-0002-7702-6394
  • Mônica de Abreu Rodrigues Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS https://orcid.org/0000-0002-2929-4749
  • Andressa Cristina Oss-Emer Soares Bottega Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • Lívia Gindri Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • Maísa Kraulich Tizotti Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • Cláudia Barbisan Kempfer Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • Magda Cristina Souza Marques Roehrs Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • Letícia Eichstaedt Mayer Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • Viviane Ratzlaff Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • Rosmari Horner Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS https://orcid.org/0000-0002-5513-4853

DOI:

https://doi.org/10.5902/223658342517

Palavras-chave:

PH; Glicose; Contaminação bacteriana; Concentrados plaquetários; Cultura microbiológica.

Resumo

Introdução: A contaminação bacteriana em concentrados plaquetários (CPs) constitui um problema crítico devido ao risco de eventos sépticos associados à transfusão. A cultura microbiológica dos CPs apresenta alguns desafios como o volume pequeno do inóculo inicial e o tempo para a liberação do resultado. Neste estudo nós avaliamos o desempenho na detecção da contaminação em 79 amostras de CPs provenientes do Hemocentro do Estado do Rio Grande do Sul de Santa Maria no ano de 2010 por duas diferentes metodologias. Material e Métodos: Cultura bacteriológica quantitativa: semeadura de 100 µL de CPs em ágar sangue; e marcadores metabólicos: medida de glicose e pH com tiras reagentes. Resultados: Em todas as análises deste estudo a glicose apresentou valores positivos e 91,13% ficou com pH acima de 7,5 e 8,87% abaixo de 7,0. No 5º dia 83,55% das amostras apresentaram glicose negativa. Não houve crescimento bacteriano em nenhuma das amostras que apresentaram pH inicial ácido. A taxa de contaminação bacteriana foi de 1,27% (Staphylococcus epidermidis). Conclusão: Concluímos que os marcadores metabólicos utilizados não permitiram a detecção da contaminação bacteriana, uma vez que a amostra positiva não mostrou relação com a acidificação do pH e do consumo da glicose

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Biografia do Autor

Rosiéli Martini, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Possui graduação em Farmácia Generalista pela Universidade Federal de Santa Maria (2009). Mestrado (2012) e Doutorado (2015) em Ciências Farmacêuticas na área de Análises Clínicas e Toxicológicas - Subárea Microbiologia Clínica, pelo Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFSM, sob orientação da Profº. Dra. Rosmari Horner. Vinculada em um grupo de pesquisa que investiga a contaminação bacteriana em concentrados plaquetários (CPs) que são os componentes sanguíneos com maior frequência de contaminação bacteriana e com maior probabilidade de provocar reações transfusionais relacionadas a essa contaminação. Bem como, análises fenotípicas e genotípicas dos mecanismos de resistência (MRSA e MLSB) e virulência (Biofilme) de Staphylococcus coagulase negativo. Possui experiência em Análises Clínicas e Toxicológicas (Bioquímica Cínica, Imunologia Clínica e Hematologia Clínica) e em Sorologia de Doadores de Sangue - HEMOCENTRO. Atualmente é Servidora Pública - Técnica Administrativa em Educação no Laboratório de Análises Microbiológicas do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Maria, atuando em Análises Microbiológicas em Água, Alimentos e Produtos Farmacêuticos, bem como nas Aulas Práticas da Disciplina de Microbiologia.

Mônica de Abreu Rodrigues, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Farmacêutica graduada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Doutora em Ciências Farmacêuticas pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFSM. Atualmente é farmacêutica do município de São Martinho da Serra.

Andressa Cristina Oss-Emer Soares Bottega, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (2010). Atualmente é farmacêutica da Fundação Municipal de Saúde de Santa Rosa.

Lívia Gindri, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Farmacêutica graduada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).Mestra em Ciências Farmacêuticas pela UFSM.Experiência em Análises Clínicas, setores de coleta, imunologia, hematologia, microbiologia, bioquímica clínica, farmácia comercial e como professora em cursos técnicos profissionalizantes.

Maísa Kraulich Tizotti, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Graduada em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (2010). Possui mestrado (2013) e doutorado (2016) em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal de Santa Maria. Atua como Farmacêutica na Panvel Farmácias desde 2013.

Cláudia Barbisan Kempfer, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (2010). Atualmente bolsista CNPq e mestranda pelo Programa de Pós Graduação de Ciências Farmacêuticas - UFSM, sob orientação da Profº. Dra. Rosmari Horner.

Magda Cristina Souza Marques Roehrs, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (2008). Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em microbiologia. Atualmente, está cursando especialização em Assistência e Atenção Farmacêutica pelo Centro Universitário Franciscano.

Letícia Eichstaedt Mayer, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Atualmente aluna do curso Escrita Criativa (PUCRS) e Técnica em Laboratório de Histologia na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (2008) e mestre em Ciências Farmacêuticas, subárea Análises Clínicas e Toxicológicas pela mesma instituição (2011).

Viviane Ratzlaff, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Possui graduação em Farmácia e Bioquímica - Análises Clínicas pela Universidade Federal de Santa Maria(2004) e mestrado em PG Bioquímica Toxicológica pela Universidade Federal de Santa Maria(2006). Atualmente é Laboratorista da Universidade Federal de Santa Maria. Tem experiência na área de Farmácia. Atuando principalmente nos seguintes temas:febre, prostaglandina E2, modelo animal, injeção intratecal, antipiréticos e ratos jovens.

Rosmari Horner, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Possui graduação em Farmácia - Análises Clínicas pela Universidade Federal de Santa Maria (1981), mestrado em Química pela Universidade Federal de Santa Maria (1999) e doutorado em Química pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003). Atualmente é professora associada da Universidade Federal de Santa Maria. Editora da Revista Saúde (Santa Maria), CCS - UFSM. Tem experiência na área de Farmácia, Análises Clínicas, com ênfase em Bacteriologia, atuando principalmente nos seguintes temas: resistência bacteriana; identificação de bactérias envolvidas em infecções humanas; avaliação da clivagem do DNA plasmidial, atividade antibacteriana e citotoxicidade (em células da medula óssea de pacientes acometidos de malignidades) de compostos triazenos inéditos. Desde 2010 é editora da Revista Saúde (Santa Maria) ISSN online 2236-5834, revista interdisciplinar do Centro de Ciências da Saúde da UFSM.

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Publicado

2011-05-20

Como Citar

Martini, R., Rodrigues, M. de A., Bottega, A. C. O.-E. S., Gindri, L., Tizotti, M. K., Kempfer, C. B., Roehrs, M. C. S. M., Mayer, L. E., Ratzlaff, V., & Horner, R. (2011). Avaliação da detecção de contaminação bacteriana em concentrados plaquetários utilizando bacteriológico quantitativo e redução da concentração de glicose e do ph. Saúde (Santa Maria), 36(2), 29–37. https://doi.org/10.5902/223658342517

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