Imagens-cinema e redes de conversações: linhas de fuga para pensar as questões de gêneros e de sexualidades nos cotidianos escolares
DOI:
https://doi.org/10.5902/1983734844121Palabras clave:
Imagens-cinema. Gênero e sexualidades. Redes de conversações. Resistências inventivas. Currículos.Resumen
Este artigo apresenta fragmentos de uma pesquisa realizada nos cotidianos de dois centros municipais de educação infantil, localizados na capital do Espírito Santo, que buscou compor encontros com professoras e crianças para pensar a força das imagens cinematográficas em redes de conversações na mobilização da temática gêneros, sexualidades e currículos. Problematiza como professores/as, em conexão com as fabulações das crianças, inventam processos de resistências às tentativas de padronização de currículos e de uniformização dos corpos, das culturas e da vida. Como metodologia, a pesquisa utiliza uma cartografia dos fluxos e forças que se engendram tendo as imagens cinematográficas como elemento disparador das redes de conversações que possibilitam a criação de linhas de vida para os currículos e as escolas. Argumenta que os encontros com as imagens cinematográficas seguidos de redes de conversações possibilitam a expansão de forças intensivas que acionam múltiplas sensações e provocam rupturas nos clichês e nas imagens dogmáticas do pensamento. Dessa forma, potencializam a coletividade na invenção de novos modos de subjetivação e de resistências inventivas às redes de poderes, que tentam silenciar e impedir as conquistas travadas pelos estudos e pesquisas no campo de gêneros, sexualidades e currículos que atravessam os cotidianos escolares.
Descargas
Citas
BERGSON, H. Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
BURTLE, J. Vida precaria: el poder del duelo y la violencia. Buenos Aires: Paidós, 2006.
BUTLER, J. Butler e a desconstrução de gênero: problemas de gênero, feminismos e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de janeiro: Editora Civilização, 2003.
BUTLER, J. Uma analítica do poder: entrevista a Claires Paigés e Mathieu Trachman. Investigação Filosófica, v. 5, n. 1, 2013. Disponível em: 6https://ptscribt.com/document/157976904/6-Entrevista-Com-Judith-Butler-Uma-analítica-Do-Poder-Cristiane-maria-marinho. Acesso em: 5 mar. 2020.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 8. Ed. Rio de Janeiro: Brasileira, 2015.
CARVALHO, J. M. O cotidiano escolar como comunidade de afetos. Petrópolis, RJ: DP et Aliii; Brasília, DF: CNPq, 2009.
CARVALHO FILHO, E. G. de; MAKNAMARA, M. Falhas e rupturas de gênero e de sexualidade nos currículos: por onde passa a luz? In: PARAÍSO, M. A.; CALDEIRA, M. C. da S. Pesquisa sobre currículos, gêneros e sexualidades. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2018.
CARVALHO, V. de. Modos de subjetivação no cinema e na arte: um olhar sobre as instalações de Eija-Liisa Athila. Revista Galáxia, São Paulo, n. 22, p. 89-101, dez. 2011.
DELEUZE, G. Conversações. São Paulo: Editora 34, 2010.
DELEUZE, G. Diferença e repetição. Rio de Janeiro: Graal, 1998.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. v. 3. Rio de Janeiro: Editora 34, 2012.
FERRARI, A.; OLIVEIRA, D. A.; FRANÇA, F. G. R. Num piscar de olhos, o amor: educação dos sentidos e dos sujeitos no filme de animação “In a Hearbeat”. Revista Debates Insubmissos, Caruaru, PE, v. 1, n. 1, jan./abr. 2018.
FOUCAULT, M. História da Sexualidade 1: a vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa. Rio de janeiro: Graal, 2006.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Tradução de Roberto Machado. 23. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2007.
GADELHA, S. Biopolítica: no que isso interessa aos educadores. In: DIAS, R. de O. Formação inventiva de professores. Rio de Janeiro: Faperj, Lamparina, 2012.
GALLO, S. Insurreições escolares? In: RAGO, M; GALLO, S. Michel Foucault e as insurreições: é inútil revoltar-se?. São Paulo: CNPq, Capes, Fapesp, Intermeios, 2017.
KASTRUP, V. Conversando sobre políticas cognitivas e formação inventiva. In: DIAS, R. de O. Formação inventiva de professores. Rio de Janeiro: Faperj, Lamparina, 2012.
LAPOUJADE, D. Deleuze, os movimentos aberrantes. São Paulo: n-1 Edições, 2015.
MACHADO PAIS, J. Sexualidades e afectos juvenis. Lisboa: ICS, Imprensa de Ciências Sociais, 2012
PARAÍSO, M. A. A ciranda do currículo com gênero, poder, resistência. Currículo sem Fronteira, v. 16, n. 3, p. 388-415, set./dez. 2016.
PARAISO, M. A. Fazer do caos uma estrela dançarina no currículo: invenção política com gênero e sexualidade em tempos do slogan ideologia de gênero. In: PARAÍSO, M. A.; CALDEIRA, M. C. da S. Pesquisa sobre currículos, gêneros e sexualidades, Belo Horizonte: Mazza Edições, 2018.
PARAÍSO, M. A. O currículo entre o que fizeram e o que queremos fazer de nós mesmos: efeitos das disputas entre conhecimentos e opiniões. E- Curriculum, v. 17, n. 4, p. 1414-1435, out./dez. 2019.
PARAÍSO, M. A; CALDEIRA, M. C. da S. Currículos, gêneros e sexualidades para fazer a diferença. In: PARAÍSO, M. A.; CALDEIRA, M. C. da S. Pesquisa sobre currículos, gêneros e sexualidades. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2018.
PELBART, P. P. Aos nossos amigos. In: RAGO, M; GALLO, S. Michel Foucault e as insurreições: é inútil revoltar-se?. São Paulo: CNPq, Capes, Fapesp, Intermeios, 2017.
SANTOMÉ, J. T. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, T. T. da (org.). Alienígenas na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 1995. p.159-177
SILVA, S. K. As imagens cinematográficas como força que impulsiona o devir pensamento no cotidiano escolar. Revista Teias, v. 20, n. 59, p. 283-300, 2019.
SILVA, J. P. de L. Crianças queer no currículo escolar: demandando visibilidade e bagunçando as normas de gênero. In: PARAÍSO, M. A; CALDEIRA, M.C.da S. Currículos Gêneros e Sexualidades para fazer a diferença. In: PARAÍSO, M. A.; CALDEIRA, M. C. da S. Pesquisa sobre Currículos, Gêneros e Sexualidades, Belo Horizonte: Mazza edições, 2018.
SPINOSA, B. de. Ética. Tradução de Tomás Tadeu. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2014.
ZOURABICHVILI, F. Deleuze: uma filosofia do acontecimento. Tradução de Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2016.