A produção de oficinas de animação com estudantes surdos na escola pública

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734865406

Palavras-chave:

surdez, diferença, estudos surdos, pedagogia visual, cartografia.

Resumo

Este relato de experiência é parte de uma pesquisa de mestrado concluída, um processo cartografado com estudantes surdos numa escola pública. A surdez é considerada, nesta investigação, como uma experiência visual e cultural, fora do plano medicalizante das políticas da deficiência. Assim, realiza-se um exercício cartográfico que tenciona a Pedagogia Visual como campo de estudo, propondo como intervenção a realização de oficinas experimentais de produção de vídeos de animação, que envolvem diversas técnicas visuoespaciais, corporais e de escrita. O objetivo desta reflexão consiste em pensar o processo formativo de estudantes surdos, por meio de propostas de ensino visuoespaciais, tendo como contorno metodológico um exercício cartográfico no qual se produz um dispositivo multilinear do fazer-narrar na produção de oficinas experimentais, na escrita literária de microrrelatos e na produção de narrativas imagéticas.

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Biografia do Autor

Anelice Ribetto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ Faculdade de Formação de Professores (UERJ/FFP)

Doutora em Educação e Professora Associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pesquisadora procientista da mesma instituição. Psicóloga formada pela Universidad Nacional de Córdoba/Argentina. Lotada no Departamento de Educação da Faculdade do Formação de Professores (UERJ/FFP/DEDU) participa de projetos de ensino, pesquisa e extensão na Licenciatura em Pedagogia e atua como professora efetiva na Linha Políticas, Direitos e Desigualdades do Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos formativos e desigualdades sociais do qual foi coordenadora desde 2016 até 2020. Faz parte do Coletivo "Diferenças e Alteridade na Educação" e do Grupo de Pesquisa Vozes da Educação (CNPq) Se interessa pelas políticas, poéticas e práticas na/da diferença, alteridade e experiência na educação, e na produção de políticas narrativas outras para contar a prática e a pesquisa em educação. É membro da Red Interuniversitaria Lationoamericana y de Caribe sobre Discapacidad y Derechos Humanos e da Red de Científicxs Argentinxs en Brasil- Programa RAICES (Red de Argentinas/os Investigadoras/es y Científicas/os en el Exterior) dependente do Ministerio de Ciencia, tecnologia e innovación do Governo da República Argentina. Coordena dois convenios internacionais com a UNER e a UPC/ Argentina.

Arina Martins, Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ Faculdade de Formação de Professores (UERJ/FFP)

Doutoranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Processos formativos e Desigualdades Sociais da UERJ-FFP na Linha de Pesquisa Política, Direito e Desigualdades; Mestra em Educação pelo mesmo programa na UERJ-FFP. Pós- Graduada (lato sensu) em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal Fluminense (2011). Bailarina da Cia Holos de Dança e Teatro Inclusivo. Integrante do Grupo de Pesquisa Coletivo, Diferenças e Alteridades na Educação (UERJ-FFP) e do NUEDIS-CNPq (Núcleo de Estudos em Diversidade e Inclusão de Surdos) na UFF. Professora de Educação Infantil na rede municipal de Niterói atuando na Sala de Recursos e professora de apoio especializado na Educação de Jovens e Adultos.

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Publicado

2021-08-30

Como Citar

Ribetto, A., & Martins, A. (2021). A produção de oficinas de animação com estudantes surdos na escola pública. Revista Digital Do LAV, 14(2), 247–262. https://doi.org/10.5902/1983734865406