A vita activa e os desafios para a educação a partir de Hannah Arendt
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644436201Palavras-chave:
Cidadania, Ação, Filosofia Política da Educação.Resumo
O foco temático deste artigo é a discussão de Hannah Arendt sobre a vita activa e suas três atividades que são o labor, o trabalho e a ação e suas relações com a educação. O objetivo é explicar como no mundo atual por conta da vitória do animal laborans [a necessidade de preservação da própria vida] e/ou do homo faber [a intensa produção de bens duráveis pelo trabalho] houve um desmerecimento/desvalorização da ação política no espaço público, relacionando esse fenômeno com a compreensão arendtiana de educação como preparação para o mundo comum. Demonstramos como para Arendt a escola é um espaço preparatório para a plena cidadania com a chegada dos jovens à maioridade civil, um espaço para ensaios da vida pública no mundo comum que será herdado pelos estudantes. O método utilizado é a pesquisa bibliográfica de textos clássicos de Hannah Arendt como A condição humana e seus textos sobre a educação, além de ampla pesquisa sobre os seus comentadores. Os resultados esperados são: (a) a demonstração conceitual dos desafios da educação para o pleno exercício da cidadania no mundo atual diante da vitória do animal laborans e do homo faber bem como (b) a conceituação da educação para Hannah Arendt. Uma conclusão de nossos estudos é que pela educação como a entendeu Arendt, é possível refletir sobre o papel social da escola e questionar sua função de ensinar para a cidadania plena que pode se expressar na felicidade pública.
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