A autoria e o romance da escuta em Quase de verdade, de Clarice Lispector

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.5902/1984644467931

Mots-clés :

Autoria, Clarice Lispector, Romance de escuta, Literatura infantil

Résumé

Este estudo trabalha com a noção de autoria a partir da recepção auditiva, tal como proposto por Marília Librandi em seu conceito de romance da escuta. A partir desse posicionamento teórico, o objetivo é discutir a construção do romance de escuta no livro infantil Quase de verdade, publicado originalmente em 1978, após a morte de Clarice Lispector (1920-1977). O livro é narrado pelo cachorro Ulisses e a autora se posiciona como quem pode escutar e interpretar a linguagem canina para que a escrita ocorra. A obra pode ser considerada um romance da escuta pela duplicação da autoria (Ulisses-Clarice), por ser construída à medida que é lida e por se tratar de uma ficção aberta que convoca o leitor a participar dessa escrita por meio da escuta e do ato criativo. Em termos práticos, aventa-se que esse conceito pode contribuir para a discussão sobre a construção da autoria com jovens leitores, em diálogo com a literatura infantil.

Bibliographies de l'auteur-e

Fabio Scorsolini-Comin, Universidade de São Paulo

Professor Associado do Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS/OPAS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem. Psicólogo, pedagogo, Mestre, Doutor e Livre Docente em Psicologia da Universidade de São Paulo.

Soraya Maria Romano Pacífico, Universidade de São Paulo

Doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Professora Associada da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

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Publié-e

2023-06-06

Comment citer

Scorsolini-Comin, F., & Pacífico, S. M. R. (2023). A autoria e o romance da escuta em Quase de verdade, de Clarice Lispector. Educação, 48(1), e44/1–23. https://doi.org/10.5902/1984644467931

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