Além da alfabetização matemática: elementos étnicos e raciais na cartilha Mein Rechenbuch
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644466012Palabras clave:
Cartilhas escolares, Matemática, Questões RaciaisResumen
Este artigo faz uma análise de duas cartilhas de alfabetização matemática denominadas Mein Rechenbuch (Meu livro de cálculo). Ambas foram produzidas em 1933 pela editora Rotermund, que na época estava ligada a instituição luterana pertencente ao sínodo evangélico Rio-Grandense. Essas cartilhas tinham como objetivo promover aprendizado matemático, embasadas em princípios étnicos, culturais e raciais. O estudo apoia-se na análise documental, sendo necessário contextualizar o documento, no caso aqui, as cartilhas, no tempo de sua produção (BACELLAR, 2008). Os recursos didáticos, representados nesses materiais, promoviam a aprendizagem do conhecimento matemático, integralizado como o espaço de vivência dos sujeitos. As atividades analisadas nas cartilhas matemáticas revelam o direcionamento pedagógico para a própria realidade social e política da imigração, reforçando hábitos, costumes e tradições desses grupos étnicos, a partir dos espaços vivenciados. O conteúdo das cartilhas, não só serviu de estímulo para melhorar as habilidades de cálculo mental e resolução de problemas, a partir do cotidiano das comunidades teuto-brasileiras, mas foi, também, um meio efetivo de propagar ideários étnicos e raciais.
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