Palavras que anunciam as vidas outras: quando diferentes territórios se encontram na educação infantil
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644490559Palavras-chave:
Educação Infantil, Migrações, Espacialização da vida, Prática pedagógica, ItáliaResumo
O artigo aborda a temática dos encontros em contextos educativos voltados a bebês e crianças pequenas, com idades entre 0 e 3 anos, enfatizando os desafios e as possibilidades que emergem com a chegada de crianças migrantes. A pesquisa tem como cenário a cidade de Sesto San Giovanni, na Itália, onde instituições de educação infantil se deparam cotidianamente com a diversidade cultural trazida pelos processos migratórios. O estudo se ancora na escuta sensível às experiências e enunciações de professoras que atuam nesses espaços, buscando compreender como se configuram os sentidos do acolhimento, da docência e das atitudes pedagógicas nesses encontros. As narrativas docentes revelam tensões, deslocamentos e aprendizagens que se materializam na rotina institucional, indicando que a presença das crianças migrantes convoca reposicionamentos éticos e políticos na prática pedagógica. Assim, o artigo propõe refletir sobre como o ato de educar se reinventa diante da alteridade, rompendo com concepções homogêneas de infância e desafiando os modos tradicionais de organização do trabalho educativo. A análise sugere que o acolhimento não se limita a uma recepção física ou afetiva, mas implica em reconhecer o outro em sua singularidade, gerando novos sentidos para o convívio e para o ensinar. Por fim, os encontros descritos pelas professoras indicam que, mesmo em meio a dificuldades e contradições, é possível construir práticas educativas comprometidas com a escuta, o respeito e a construção coletiva de pertencimento.
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