Feminismos contemporâneos: mediações e potências do ciberativismo feminista e transfeminista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644446906

Palavras-chave:

Feminismos, Gênero, Ciberativismo feminista.

Resumo

O estudo objetivou refletir acerca das expressões contemporâneas dos feminismos, demarcando mediações e potências do ciberativismo feminista e transfeminista. O artigo abordou o pensamento feminista como movimento histórico, político e filosófico-epistemológico e as “ondas” do feminismo; discutiu a respeito das redes de ciberativismo feminista e transfeminista; expôs o retrato da pesquisa sobre feminismo e transfeminismo no Brasil entre 2015 e 2019; e apresentou as expressões dos ciberativismos feministas e transfeministas. Configurou-se uma pesquisa feminista no caráter teórico-metodológico e da práxis, na perspectiva de fortalecer a relação teoria/prática e Universidade/sociedade; qualitativa do tipo bibliográfica e documental; referenciou-se em teorias críticas do feminismo, transfeminismo e marxismo. Recorreu-se à busca on-line: no Portal da Capes pelos descritores feminismo, transfeminismo, ciberativismo feminista, filtrada por Área Avaliação Comunicação e Informação; Educação; e Serviço Social, constatando 324 pesquisas; nas redes sociais do Facebook, Instagram e Twitter com os termos Marcha, Coletivo Feminista e Transfeminista, Frente Feminista e Transfeminista, localizando 438 páginas. A nova “onda” dos feminismos contemporâneos impulsiona novos redesenhos de premissas teóricas e movimentos feministas e transfeministas, estruturados em fronteiras interseccionais, transversais e transdisciplinares de gênero, raça, sexualidade, classe, geração, territorialidade, entre outros marcadores. As produções acadêmicas apontam a apropriação das teorias como subsídio para as práticas sociais, políticas e educativas; e fortalecimento das epistemologias feministas e transfeministas, das agendas reivindicatórias dos feminismos e transfeminismos e das transformações provocadas. Os ciberativismos feministas e transfeministas intensificam a organização, a mobilização e as resistências das mulheres, culminando em maior diversidade e potência dos levantes nas redes e nas ruas.

Biografia do Autor

Maria Helena Santana Cruz, Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Professora dos Programas de Pós-Graduação em Serviço Social e Educação da Universidade Federal de Sergipe (UFS); Coordenadora do Grupo de Pesquisa do CNPq: “Educação, Formação, Processo de Trabalho e Relações de Gênero” e Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares sobre a Mulher e Relações Sociais de Gênero (NEPIMG/UFS). E-mail: helenacruz@uol.com.br. ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-7794-278X.

Ana Paula Leite Nascimento, Universidade Federal de Sergipe (UFS); Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS).

Assistente Social do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS), lotada no Campus Lagarto desde 2009. Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal de Sergipe (UFS/2009). Especialista em Escola e Comunidade (UFS/2010). Mestra em Serviço Social (UFS/2014). Doutora em Educação (UFS/2019). Pós-Doutoranda em Educação (UFS/2020), sob a orientação da Profª. Drª. Maria Helena Santana Cruz. Participa do Grupo de Pesquisa: Educação, Formação, Processo de Trabalho e Relações de Gênero (UFS) e do Grupo de Pesquisa em Educação Profissional e Tecnológica (NEPEPT/IFS). E-mail: paulajcbrasil@yahoo.com.br. ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-2050-1596.

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Publicado

2021-12-31

Como Citar

Cruz, M. H. S., & Nascimento, A. P. L. (2021). Feminismos contemporâneos: mediações e potências do ciberativismo feminista e transfeminista. Educação, 46(1), e119/ 1–28. https://doi.org/10.5902/1984644446906