Movimento Escola Sem Partido: uma leitura à luz de Paulo Freire
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644432996Palavras-chave:
Paulo Freire, Escola Sem Partido, NeutralidadeResumo
Este trabalho visa analisar um dos fundamentos do Movimento Escola Sem Partido para criticar o pensamento de Paulo Freire, acusando-o inclusive de doutrinador dogmático e autoritário, a saber: o pressuposto da neutralidade do educador. Para tanto, será realizada uma pesquisa bibliográfica, de caráter qualitativo em que serão utilizados três eixos interpretativos: (1) a concepção de neutralidade a partir do paradigma científico e seus desdobramentos na educação, (2) a relação entre educação e política e (3) a concepção freiriana de leitura do mundo. Pretende-se, assim, confrontar alguns pressupostos do referido Movimento, especialmente no que concerne à pretensa de neutralidade do educador com a concepção freireana de educação. Enquanto o pensamento freiriano nos faz estranhar as práticas sociais, o Movimento Escola Sem Partido busca naturalizar o mundo social, o que justifica em parte a sua aversão ao pensamento de Paulo Freire que se baseia em um mundo plural, em disputa por recursos simbólicos e materiais.
Referências
ARISTOTE. Politique. Trad. Jean Aubonnet. Paris: Les Belles Lettres, 1986.
BERTRAND, Yves; VALOIS, Paul. Paradigmas Educacionais: escola e sociedades. Lisboa: Instituto Piaget, 2001.
DINIZ FILHO, Luiz Lopes. Paulo Freire e a “educação bancária” ideologizada. In: Jornal Gazeta do Povo, 15/02/2013. Disponível em: http://www.escolasempartido.org/artigos-top/382-paulo-freire-e-a-educacao-bancaria-ideologizada. Acesso em: 25 out 2017.
FERNANDES, Maria Dilnéia Espíndola. O percurso político-legislativo do programa “Escola sem partido” em Campo Grande, MS. ETD – Educação Temática Digital, v.19, p.217-235, jan./mar., 2017. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8647432. Acesso em: 29 out. 2017.
FREIRE, Paulo. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. Trad. Lólio Lourenço de Oliveira. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
_____________. Política e educação. 8.ed. São Paulo: Villa das Letras, 2007.
_____________. Educação como Prática da Liberdade. 27.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003.
_____________. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
_____________. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009.
_____________. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23ed. São Paulo: Cortez, 1989.
GOHN, Maria da Glória. Teorias dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Loyola, 1997.
HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.
LACEY, Hugh. A imparcialidade da ciência e as responsabilidades dos cientistas. Scientiæ studia, São Paulo, v. 9, n. 3, p. 487-500, 2011.
____________. O lugar da ciência no mundo dos valores e da experiência humana. Scientiæ studia, São Paulo, v. 7, n. 4, p. 681-701, 2009.
NOVAIS, Carlos Eduardo. Supermercado: Catedral do Consumo. Disponível em http://vintagesc94.blogspot.com.br/2010/05/supermercados-as-catedrais-do-consumo.html. Acesso em: 29 out. 2017.
OLIVEIRA, Marcos Barbosa. Neutralidade da ciência, desencantamento do mundo e controle da natureza. Scientiæ studia, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 97-116, 2008.
RESENDE, Leandro. 'Escola sem partido' quer fim da 'doutrinação de esquerda'. In: Jornal O Dia, 06/09/2015. Disponível em: http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2015-09-06/escola-sem-partido-quer-fim-da-doutrinacao-de-esquerda.html. Acesso em: 25 out. 2017.
RIBEIRO, Vera Masagão. Apresentação. In: AÇÃO EDUCATIVA (Org.). A ideologia do movimento Escola Sem Partido: 20 autores desmontam o discurso. São Paulo: Ação Educativa, 2016.
SILVA, Tomaz Tadeu. Identidades Terminais: as transformações na política da pedagogia e na pedagogia da política. Rio de Janeiro: Vozes, 1996.
SODRÉ, Muniz. Comunicação do Grotesco: um ensaio sobre a cultura de massa no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 1986.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0)
Declaramos o artigo _______________________________ a ser submetido para avaliação o periódico Educação (UFSM) é original e inédito, assim como não foi enviado para qualquer outra publicação, como um todo ou uma fração.
Também reconhecemos que a submissão dos originais à Revista Educação (UFSM) implica na transferência de direitos autorais para publicação digital na revista. Em caso de incumprimento, o infrator receberá sanções e penalidades previstas pela Lei Brasileira de Proteção de Direitos Autorais (n. 9610, de 19/02/98).
_______________________________________________________
Nome completo do primeiro autor
CPF ________________