Escolha da via de nascimento pela mulher: autonomia ou imposição?
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179769290771Palavras-chave:
Mulheres, Parto, Autonomia Pessoal, Violência Obstétrica, Relações Médico-PacienteResumo
Objetivo: conhecer as expectativas e experiências de mulheres em relação às vias de nascimento, a fim de verificar se representa escolha feminina ou imposição profissional. Método: estudo qualitativo, descritivo e exploratório, desenvolvido com 14 mulheres de um município da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, entre fevereiro e junho de 2022, por meio de entrevistas semiestruturadas. As participantes foram entrevistadas em duas ocasiões, durante a gestação e após o nascimento do bebê. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo temática. Resultados: a maioria das mulheres demonstrou preferência pelo parto vaginal. No entanto, foi observado que, após a experiência da parturição, muitas relataram que a escolha da via de nascimento foi imposta, sem que seus desejos fossem levados em consideração. Conclusão: constatou-se que as mulheres não têm autonomia para tomada de decisão, tampouco podem dialogar sobre o que consideram melhor para si e para seus bebês.
Downloads
Referências
Rocha NFF, Ferreira J. A escolha da via de parto e a autonomia das mulheres no Brasil: uma revisão integrativa. Saúde Debate. 2020;44(125):556-68. doi: 10.1590/0103-1104202012521.
Rodrigues DP, Alves VH, Silva AM, Penna LHG, Vieira BDG, Silva SED, et al. Women’s perception of labor and birth care: obstacles to humanization. Rev Bras Enferm. 2022;75 Suppl 2:e20210215. doi: 10.1590/0034-7167-2021-0215.
Souza AM, Peixoto JR, Markiv AJ, Molina BC, Curvo BN, Gomes DD, et al. Parto cesariana e humanização: uma revisão de literatura. Braz J Implantol Health Sci. 2024;6(9):2296-305. doi: 10.36557/2674-8169.2024v6n9p2296-2305.
Franca CC, Taveira LM. Indicação de cesariana baseada em evidências. Rev JRG Estud Acad. 2022;5(11):395-409. doi: 10.5281/zenodo.7362970.
Ministério da Saúde (BR). Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Nascidos vivos segundo tipo de parto [Internet]. 2023 [acesso em 27 out 2025]. Disponível em: http://sinasc.saude.gov.br/default.asp.
Leal MC, Granado S, Bittencourt S, Esteves AP, Caetano K. Dados preliminares da pesquisa Nascer no Brasil II: Pesquisa nacional sobre aborto, parto e nascimento 2022-2023 [Internet]. Rio de Janeiro (RJ): Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz; 2023 [acesso em 27 out 2025]. Disponível em: https://nascernobrasil.ensp.fiocruz.br/wp-content/uploads/2023/11/Dados-preliminares-da-pesquisa-Nascer-no-Brasil-2.pdf.
Pires RCR, Silveira VNC, Leal MC, Lamy ZC, Silva AAM. Temporal trends and projections of caesarean sections in Brazil, its administrative macro-regions, and federative units. Ciênc Saúde Colet. 2023;28(7):2119-33. doi: 10.1590/1413-81232023287.14152022EN.
Marinho LRF, Monteiro PV, Esteche CMCGC, Brito JO, Damasceno AK, Lima LOC. Indicadores obstétricos e neonatais de partos assistidos por residentes de enfermagem obstétrica – um estudo transversal. Rev Enferm Atual In Derme [Internet]. 2023 [acesso em 27 out 2025];97(3):e023180. Disponível em: https://revistaenfermagematual.com.br/index.php/revista/article/view/1739.
Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14ª ed. São Paulo (SP): Hucitec, 2014.
Silva CHM, Laranjeira CLS, Pinheiro WF, Melo CSB, Silva VOC, Brandão AHF, et al. Pregnant women autonomy when choosing their method of childbirth: scoping review. PLoS One. 2024;19(7):e0304955. doi: 10.1371/journal.pone.0304955.
Paulo FGGN, Paulo BN, Carvalho ICN, Silva AMGB, Pinto ACS, Santos IMM. Atuação do enfermeiro no preparo para o parto normal e nascimento no contexto da atenção básica: revisão integrativa. Res Soc Dev. 2021;10(10):e228101018672. doi: 10.33448/rsd-v10i10.18672.
Luz LA, Aquino R, Medina MG. Evaluation of the quality of Prenatal Care in Brazil. Saúde Debate. 2023;42(2):111-26. doi: 10.1590/0103-11042018S208.
Khanum S, Jabeen S, Souza ML, Naz N, Andrade ZB, Nóbrega JF, et al. Mental health of mothers after natural childbirth and cesarean section: a comparative study in Kohat, Khyber Pakhtunkhwa, Pakistan. Texto Contexto Enferm. 2022;31:e20220140. doi: 10.1590/1980-265X-TCE-2022-0140en.
Herr SL, Devido J, Zoucha R, Demirci JR. Dysphoric milk ejection reflex in human lactation: an integrative literature review. J Hum Lac. 2024;40(2):237-47. doi: 10.1177/08903344241231239.
Sanches AM, Magalhães FA, Rocha IAC, Nassau LV, Prince MA, Prince KA. Parto vaginal espontâneo no Brasil. Braz J Develop. 2021;7(3):26788-99. doi: 10.34117/bjdv7n3-400.
Angolile CM, Max BL, Mushemba J, Mashauri HL. Global increased cesarean section rates and public health implications: a call to action. Health Sci Rep. 2023;6(5):e1274. doi: 10.1002/hsr2.1274.
Ministério da Saúde (BR). Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal - Versão Resumida. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2017 [acesso 23 mar 2022]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_parto_normal.pdf.
Borovac-Pinheiro A, Ribeiro FM, Pacagnella RC. Risk factors for postpartum hemorrhage and its severe forms with blood loss evaluated objectively - a prospective cohort study. Rev Bras Ginecol Obstet. 2021;43(2):113-8. doi: 10.1055/s-0040-1718439.
Torres GS, Santos TM, Martins TLS, Silva GRC, Silva CA. Conhecimento das mulheres sobre a escolha da via de parto: revisão integrativa da literatura. São Paulo (SP): Rev Recien. 2024;14(42):473-83. doi: 10.24276/rrecien2024.14.42.473483.
Lima B, Freitas EAM. The choice of the mode of delivery: an integrative review. Rev Fam Ciclos Vida Saúde Contexto Soc. 2020;8(1):1-12. doi: 10.18554/refacs.v8i1.4496.
Honnef F, Silveira S, Quadros JS, Langendorf TF, Paula CC, Padoin SMM. Educational technologies for the promotion of positive childbirth experiences: an integrative review. Ciênc Cuid Saúde. 2023;21:e59213. doi: 10.4025/ciencuidsaude.v21i0.59213.
Honnef F, Padoin SMM, Paula CC. Reasons for women’s autonomous actions in the childbirth process: an understanding based on social phenomenology. Texto Contexto Enferm. 2020;29:e20190283. doi: 10.1590/1980-265X-TCE-2019-0283.
Escobal APL, Andrade APM, Matos GC, Giusti PH, Cecagno S, Prates LA. Relationship between power and knowledge in choosing a cesarean section: women’s perspectives. Rev Bras Enferm. 2022;75(2):e20201389. doi: 10.1590/0034-7167-2020-1389.
Pereira ACC, Costa ALML, Costa AB, Geber B, Alkmim BF, Camarano GCV, et al. Métodos não farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto: revisão sistemática. Rev Eletrônica Acervo Saúde. 2020;12(10):e4448. doi: 10.25248/reas.e4448.2020.
Muhandule CJLS, Benetti CMS, Fogulin LB, Bento SF, Amaral E. Caesarean delivery on maternal request: the perspective of the postpartum women. BMC Pregnancy Childbirth 2024;24(1):257. doi: 10.1186/s12884-024-06464-5.
Annborn A, Finnbogadóttir HF. Obstetric violence: a qualitative interview study. Midwifery. 2022;105:103212. doi: 10.1016/j.midw.2021.103212.
Pietrzak J, Mędrzycka-Dąbrowska W, Wróbel A, Grzybowska ME. Women’s knowledge about pharmacological and non-pharmacological methods of pain relief in labor. Healthcare (Basel). 2023;11(13):1882. doi: 10.3390/healthcare11131882.
Nery HC, Medeiros RMK, Alvares AS, Dalprá LAS, Beltrame RCT, Lima JF, et al. Good practices of the obstetric nurse in delivery care in a normal delivery center. Ciênc Cuid Saúde. 2023;22:e66061. doi: 10.4025/ciencuidsaude.v22i0.66061.
Leite TH, Marques ES, Esteves-Pereira AP, Nucci MF, Portella Y, Leal MC. Disrespect and abuse, mistreatment and obstetric violence: a challenge for epidemiology and public health in Brazil. Ciênc Saúde Colet. 2022;27(2):483-91. doi: 10.1590/1413-81232022272.38592020
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista de Enfermagem da UFSM

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob uma Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.



