Um olhar inaugural, portas que se abrem e se fecham: uma docência vivida com intensidade
DOI:
https://doi.org/10.5902/2318133884800Palavras-chave:
Memoriais, Carreira docenteResumo
Memorial apresentado ao Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria, como parte dos requisitos para promoção à classe de professor titular do Departamento de Metodologia de Ensino. Apresento experiências que fizeram parte do meu mundo, de minha vida antes e depois do ingresso na Universidade Federal de Santa Maria, as quais foram constituidoras para compreender a minha trajetória de hoje, as quais resgatam brevemente a criança que fui, minhas vivências, meus valores, na defesa de uma sociedade que garanta o direito de todos, uma educação emancipatória, com autonomia, liberdade e ética inerente a essa educação. A trajetória na UFSM, uma trajetória de ensino, pesquisa, extensão, que transcende o Centro de Educação, pois passei a atuar também na Unidade de Educação Infantil Ipê Amarelo da UFSM. Ações em defesa de uma outra formação, de formação política, da escola pública, da universidade pública, das infâncias e crianças. A minha resistência na escrita do memorial em atender critérios já comprovados de dois em dois anos na progressão, problematizando o discurso de eficiência e da produtividade, voltado à instrumentalização, a uma racionalidade técnica e instrumental, ao imediatismo produtivista, colocando-nos no lugar de espectadores, no lugar do que está dado, no lugar dos padrões de produtividade neoliberais, de cobrança rápida para ser pontuada. Um olhar inaugural, porque acredito na incompletude, no inacabado, num outro olhar, que tudo pode ser diferente, em um outro mundo possível, uma outra educação. Uma história vivida intensamente, em que portas se abriram e se fecharam para muitos os lugares, lugares de gestão, de ensino na educação básica e superior; interlocuções, formação política, estudos, pesquisas, extensões, relações estabelecidas com os alunos da graduação e pós-graduação, com os egressos da pedagogia, com a comunidade interna e externa, com as redes e sistemas, com movimentos sociais, com pesquisadores; um vivido que hoje me coloca em um outro lugar de conhecimento, que me permite abrir outras portas e descortinar outras possibilidades. A conexão com a minha a vida e com o respeito às diferentes formas de vida do planeta. Um olhar para além, para habitar outros espaços, para partilhar e compartilhar, um olhar inaugural em que me encontro comigo mesma.
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