Avaliação externa e escolas charters: monitoramento e indução das políticas educacionais
DOI:
https://doi.org/10.5902/2318133826509Resumo
Neste artigo pretende-se discutir a inserção das políticas de avaliação em larga escala na defesa de modelos mercadológicos de educação pública, em especial no projeto proposto pelo governo de Goiás, inspirado nas escolas charters. Por meio de análise de documentos, revisão bibliográfica e publicações em jornais, revistas e sítios oficiais de redes de ensino, objetiva-se compreender o papel da avaliação em larga escala nesse contexto. Parte-se do pressuposto de que as políticas de avaliação externa têm sido essenciais para induzir a formulação de políticas educacionais baseadas na performatividade, meritocracia e privatização. Tudo isso acentua as desigualdades e favorece a criação de formas de exclusão e maneiras de burlar os resultados.
Palavras-chave: avaliação externa, privatização, escolas charters, performatividade.
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