A tradição filosófica e o eurocentrismo: como decolonializar o filosofar e o ensino de Filosofia contemporâneo?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2448065742003

Palavras-chave:

Colonialidade, Dualismo, Experiência

Resumo

A história da Filosofia ocidental dominante contribuiu fortemente para a colonização e para o delineamento de processos racistas através do estabelecimento de hierarquias baseadas no conceito de razão eurocêntrico. Entre as ideologias com maior impacto na colonialidade podermos citar o dualismo eurocêntrico que separa corpo e razão e o mito da existência de um estado de natureza. Nesse sentido, a Filosofia tem grande responsabilidade na colonialidade e acreditamos que seu ensino tem como obrigação descontruir tais ideologias. Diante disso, nesse artigo temos como objetivo evidenciar os pressupostos eurocêntricos da Filosofia a fim de pensar um ensino decolonial e que esteja à altura dos problemas contemporâneos, em geral causados pela própria lógica ocidental. Defenderemos que um ensino de Filosofia decolonial precisa romper com as hierarquias eurocêntricas e valorizar a experiência como forma de conhecimento.

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Biografia do Autor

Amanda Veloso Garcia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Marília, São Paulo

Doutoranda na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Marília, São Paulo, Brasil.

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Publicado

2020-09-24

Como Citar

Garcia, A. V. (2020). A tradição filosófica e o eurocentrismo: como decolonializar o filosofar e o ensino de Filosofia contemporâneo?. Revista Digital De Ensino De Filosofia - REFilo, 6, e16/ 1–16. https://doi.org/10.5902/2448065742003

Edição

Seção

Artigos – Demanda contínua