Diálogo examinativo: proposta de um modelo dialético para a promoção do pensamento crítico em sala de aula
DOI:
https://doi.org/10.5902/2448065763656Palavras-chave:
Pensamento crítico, Diálogo examinativo, Nova dialética, Filosofia da educação.Resumo
O pensamento crítico pode ser definido como o pensamento razoável e reflexivo acerca do que fazer ou em que acreditar. Sua inserção e fomento nas escolas e universidades consiste em um ideal defendido por filósofos da educação desde, pelo menos, o início do séc. XX. O pensador crítico ideal, arquétipo desenvolvido para representar o indivíduo que idealmente pensa criticamente quando é apropriado e o faz bem, pode ser caracterizado por suas habilidades e disposições. Uma dissonância surge ao contrastar as disposições do que seria o pensador crítico ideal e sua viabilidade como objetivo educacional com evidências provindas de estudos empíricos as quais sugerem tendências a vieses cognitivos e a outras falhas de raciocínio características do ser humano ao avaliar e construir juízos e operar logicamente. Embora, não obstante a essas evidências, haja boas razões para considerar o desenvolvimento do pensamento crítico uma meta viável de ser alcançada e válida de ser perseguida educacionalmente, a literatura disponível carece de modelos pragmáticos que contribuam para o exercício de tais disposições em um ambiente de sala de aula. Este artigo defende a interpretação de uma estrutura dialética, o diálogo examinativo, como uma ferramenta pedagógica válida e eficaz no exercício e no desenvolvimento de algumas disposições daquele que pensa criticamente. Argumentarei que esse modelo propicia a formação de hábitos convenientes ao ambiente de diálogo e articulação de ideias característico de contextos educacionais que buscam o pensamento crítico como um de seus paradigmas.
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