A avaliação em filosofia na perspectiva da igualdade e da emancipação: “vontade”, “atenção” e “busca”
DOI:
https://doi.org/10.5902/2448065747956Palavras-chave:
Igualdade, Emancipação, Avaliação.Resumo
Fruto da pesquisa feita no Mestrado Profissional em Filosofia (PROF-FILO), Núcleo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), o artigo tem por objetivo apresentar a parte teórico-filosófica e os resultados da ação educativo-filosófica que aconteceu na Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim (EECCAM). Utilizamos como aporte teórico principal O mestre ignorante de J. Rancière. Apesar de considerar a experiência docente do pesquisador e as perspectivas pedagógicas (HOFFMANN, 2009; 2010; LUCKESI, 2010; 2011), a abordagem filosófica do tema exigiu direcionar a pesquisa para uma questão inicial “O que é a Filosofia?”, pois as escolhas didáticas, metodológicas, os conteúdos e as abordagens no ensino-aprendizagem da Filosofia decorrem e devem estar ligadas às possíveis e subjetivas respostas que o/a professor/a de Filosofia dá a essa questão inicial (BOAVIDA, 1996; CERLETTI, 2003; 2009; TOMAZETTI, 2014). As metodologias utilizadas na pesquisa foram a bibliográfica, com análise da obra principal e de obras secundárias e, para a ação educativo-filosófica, a qualitativa, com pesquisa-ação como abordagem (LAVILLE, 1999; SEVERINO, 2007; GHEDIN; FRANCO, 2011; MINAYO, 2012). Foi possível constatar, na ação educativa-filosófica, que mais do que compreender as ideias contidas em O mestre ignorante, os/as participantes puderam aprender sobre o ensino, a aprendizagem e a avaliação da Filosofia no nível médio; puderam também aprender sobre os papéis dos/as professores/as e alunos/as, principais personagens da ação educativa; e, acima de tudo, a ação educativa-filosófica possibilitou aos/às participantes da pesquisa, cada um à sua medida, reconhecer alguns aspectos de suas próprias capacidades intelectuais.
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Referências
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