AS ESTRUTURAS INTERPESSOAIS FAMILIARES E O DESENVOLVIMENTO MORAL DE ADOLESCENTES DE VALE VÊNETO

Resumo

O objetivo deste estudo foi investigar se existe relação entre a qualidade das estruturas interpessoais na família e o nível de desenvolvimento do raciocínio moral de adolescentes de Vale Vêneto, RS. Participaram da investigação 18 famílias residentes na comunidade de Vale Vêneto, que possuem filhos adolescentes, com idade entre 12 e 21 anos. Para avaliar a maturidade do raciocínio moral dos adolescentes utilizou-se a adaptação brasileira do Sociomoral Reflection Objetive Measure (S.R.O.M). Para analisar a qualidade das estruturas interpessoais utilizou- se um roteiro de entrevistas semi-estruturadas, orientadas pelos princípios da Teoria dos Sistemas Ecológicos de Bronfenbrenner (1979). Os resultados demonstraram que: na avaliação do raciocínio moral dos adolescentes observou-se que 50% dos sujeitos encontram-se em um nível de desenvolvimento esperado para sua idade, enquanto que a outra metade do grupo apresentou resultados abaixo do esperado. Com relação às estruturas interpessoais verificou-se que o equilíbrio de poder, na maior parte das estruturas interpessoais foi classificado como fraco, tendo em vista que a tomada de decisão sobre a maior parte das atividades diárias que envolvem pais e filhos fica por conta dos pais; As díadas de atividade conjunta também foram classificadas como fracas na maior parte das estruturas interpessoais investigadas, uma vez que apareceram com muito pouca frequência; A reciprocidade foi outro elemento muito pouco identificado, sendo classificada como fraca na maior parte dos microssistemas: As relações afetivas parecem estar melhores entre os adolescentes e as mães, em comparação com os pais. A análise destes resultados nos permitiram concluir que, parece haver uma relação entre o raciocínio moral dos adolescentes e as estruturas interpessoais familiares investigadas. Diante disto, podemos supor que modificações que tornassem mais ricas estas estruturas, contribuiriam também para o desenvolvimento de um raciocínio moral mais elaborado dos adolescentes investigados.