O papel da extensão universitária no enfrentamento à pobreza e à fuga de cérebros no Brasil
DOI :
https://doi.org/10.5902/2357797590708Mots-clés :
Fuga de cérebros, Pobreza, Extensão universitária, Tecnologia social, Tecnociência solidáriaRésumé
Este trabalho explora dois temas importantes: a fuga de cérebros e a pobreza no Brasil. Em primeiro lugar, analisa a “disfuncionalidade” da universidade brasileira, especialmente, frente a desafios crônicos, como a pobreza no Brasil. Diante da hipótese da disfuncionalidade, é exposta a clara preocupação de (alguns) governos brasileiros com a ampliação da formação de novos pesquisadores, que refletem no aumento no número de titulados mestres e doutores entre 1996 e 2021. Contudo, por não encontrar trabalho no Brasil, estes pesquisadores (cérebros) deixam o país em busca de oportunidades. Por outro lado, a formação de novos pesquisadores não está orientada para a solução das questões sociais, que, por sua vez, perduram no mesmo período - uma significativa parcela da população enfrenta desemprego, subemprego, pobreza e exclusão, como evidenciado pela análise de dados referentes à pobreza e extrema pobreza no Brasil. O trabalho aponta que essa parcela da sociedade brasileira passa a se integrar em diversas experiências de economia solidária buscando sua sobrevivência, experiências que demandam ciência e tecnologia voltadas para suas necessidades específicas. Compreendendo que as universidades públicas têm um papel vital no desenvolvimento, junto a essas experiências sociais, de Tecnologias Sociais (ou Tecnociência Solidária) capazes de apoiar e transformar a realidade brasileira, propõe-se a realização de pesquisa com base nos problemas sociais, do ensino conectado à realidade social e extensão voltada para grupos vulneráveis.
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