Revista InterAção
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<p style="text-align: justify;">A revista InterAção é um periódico de divulgação acadêmico-científica de Relações Internacionais, do Grupo de Teoria, Arte e Política (GTAP), veiculada em meio digital. </p> <p style="text-align: justify;">Publicação contínua com quatro (4) números a cada ano (podendo ter números especiais), que tem por finalidade publicar entrevistas inéditas, artigos, ensaios e resenhas, originais e exclusivos nas temáticas compreendidas pela disciplina/campo das Relações Internacionais e áreas afins.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>ISSN 2357-7975 | Qualis/CAPES (2017-2020) = A2</strong></p>Universidade Federal de Santa Mariapt-BRRevista InterAção2357-7975Expediente
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José Renato Ferraz da Silveira
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2024-12-312024-12-31154Editorial
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José Renato Ferraz da Silveira
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2024-12-312024-12-31154e89723e89723Ficha Catalográfica
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Central de Periódicos da UFSM
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2024-12-312024-12-31154e90525e90525O mundo pós-ocidental: potências emergentes e a nova ordem global
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José Renato Ferraz da SilveiraJoão Pedro Bandeira Soares
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2024-12-312024-12-31154e89432e8943210.5902/2357797589432Relações entre determinantes do investimento estrangeiro direto e em carteira no Brasil
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<p>Esta pesquisa analisa as relações existentes entre investimentos estrangeiros diretos (IEDs) e em carteira (IECs) no Brasil e seus determinantes macroeconômicos internos, visando responder à seguinte questão: há diferenças entre o IED e o IEC no Brasil e seus determinantes macroeconômicos internos? Para uma análise exploratória, utilizou-se a revisão bibliográfica, a estatística descritiva e a análise de <em>cluster</em>. A análise confirmatória deu-se por meio da estimação de dois modelos vetorial de correção de erro (VEC), considerando como variáveis dependentes o investimento estrangeiro direto e o investimento estrangeiro em carteira. As variáveis independentes foram risco, abertura comercial, taxa de câmbio e taxa de inflação. A análise de <em>cluster</em> foi utilizada como um pré-tratamento aos modelos VEC e demonstrou-se eficiente na classificação das variáveis com base em sua exogeneidade. As estimativas dos modelos VEC indicaram que a variável risco foi contrária ao investimento estrangeiro direto, mas positiva ao investimento estrangeiro em carteira. A abertura comercial não representou estímulo ao IED, mas foi favorável ao IEC. A desvalorização cambial atuou de forma distinta ao investimento estrangeiro, servindo como estímulo ao IED e desestimulando o IEC. A variável taxa de inflação apresentou sinal positivo ao investimento estrangeiro direto, mas foi negativa ao investimento estrangeiro em carteira.</p>Luciane Flores JacobiDaniel Arruda CoronelLeonardo Sangoi CopettiAdriano Mendonça Souza
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2024-12-312024-12-31154e88097e8809710.5902/2357797588097Securitização e dessecuritização da folha de coca na Amazônia Andina: as Nações Unidas (ONU) na Bolívia
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<p>Este artigo explora o processo de securitização e dessecuritização da folha de coca na Amazônia boliviana, com foco na atuação da ONU, em particular do UNODC. A pesquisa analisa como a folha de coca, profundamente enraizada na cultura andina, foi transformada em uma questão de segurança internacional devido à sua associação com a produção de cocaína. O artigo utiliza a teoria da securitização da Escola de Copenhague para entender como a ONU posicionou a folha de coca como uma ameaça e as implicações disso para os países andinos. A metodologia adotada inclui uma revisão bibliográfica e um estudo de caso da Bolívia, com análise qualitativa de conteúdo. Os resultados indicam que, embora a folha de coca tenha sido historicamente securitizada, o monitoramento realizado pelo UNODC tem contribuído para a dessecuritização, ao fornecer dados que desconstroem sua imagem como uma ameaça global. O estudo conclui que, apesar dos avanços, o processo de dessecuritização ainda enfrenta desafios significativos, especialmente no contexto do tráfico de drogas na América do Sul.</p>Fernando José LudwigAllana Maria Silveira RodriguesPablo Taube de Amorim
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2024-12-312024-12-31154e88678e8867810.5902/2357797588678Apresentação
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<p>Leo Strauss, figura central da filosofia política do século XX, deixou um legado de textos que desafiam e inspiram estudiosos de diversas áreas. Sua obra, caracterizada por uma crítica à modernidade e por um vigoroso retorno aos clássicos da filosofia política, continua a instigar debates e a fomentar novas pesquisas. Destacam-se suas interpretações rigorosas de autores canônicos da história da filosofia política e os problemas que abordou, como a tensa relação entre filosofia e sociedade, a escrita esotérica dos filósofos, o niilismo, o positivismo, o historicismo e sua conexão com a crise da modernidade, além do problema teológico-político e da relação entre racionalidade e política. Seus textos, repletos de reflexões profundas e originais, ironias e um senso de humor sutil, muitas vezes ocultos em comentários aparentemente apenas exegéticos, permanecem desafiadores e férteis para novas leituras.</p>Jean Gabriel Castro da Costa
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2024-12-312024-12-31154e90003e90003Heterogeneidade Noética e as coisas políticas
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<p>A interpretação da obra de Strauss não é fácil e continua a ser objeto de intenso debate. Um primeiro aspeto da controvérsia é se a sua obra contém propriamente uma teoria filosófica ou política. Muitos estudiosos, incluindo o próprio autor, sublinham o seu «ceticismo», um ceticismo que não seria radical, mas «zetético». Um segundo ponto de controvérsia é se a sua obra tem sobretudo uma natureza histórica ou se existe, por detrás dos estudos históricos, uma visão filosófica ou política própria. Os estudiosos têm alguma dificuldade em sumariar o conteúdo do ensinamento de Strauss, que está sempre envolvido numa roupagem histórica. Um terceiro ponto de controvérsia é a natureza da perspetiva de Strauss: os autores dividem-se entre os que sublinham que é uma apologia da filosofia e os que julgam que contém uma certa visão da política. Qual é a intenção do autor? Propomos uma interpretação segundo a qual o autor deseja recuperar a tradição clássica e faz uma defesa do direito natural em termos de uma hierarquia de bens. Portanto, o cuidado pedagógico que leva a que Strauss prefira deixar o leitor pensar por si mesmo não deveria ser um obstáculo insuperável à compreensão das suas ideias.</p>José Colen
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2024-12-312024-12-31154e89698e8969810.5902/2357797589698Razão, política e revelação: Strauss e o esclarecimento filosófico medieval
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<p>Um dos principais acontecimentos intelectuais na obra de Leo Strauss foi o encontro decisivo com os pensadores que integraram o Esclarecimento filosófico medieval. A partir disso, Strauss ganhou uma perspectiva crítica em relação ao pensamento moderno. Ele adquiriu clareza sobre o sentido original da filosofia política clássica, que fundamentou os pensadores medievais, e desenvolveu um insight sobre o método de leitura esotérico. Logo, a interpretação straussiana da filosofia política medieval é de importância para os estudos straussianos, em particular, mas também para a teoria e história das ideias políticas, de modo mais geral. Diante disso, o artigo tem como objetivo analisar o contexto intelectual em que Strauss se deparou com os pensadores medievais e investigar qual a substância da filosofia medieval, segundo o autor. Como método, adota uma abordagem histórico-contextual e se concentra na interpretação textualista das principais fontes, incluindo cartas, conferências, artigos e livros de Strauss, contando com o apoio de comentadores relevantes. De especial interesse para o estudo é a interpretação straussiana de Farabi e Maimonides. Concluímos que o diálogo de Strauss com o pensamento medieval se desenrola em meio ao seu confronto com as premissas da filosofia política moderna. Além disso, esclarecemos que Strauss interpreta os sábios medievais como herdeiros diretos de Platão e Aristóteles que desdobram uma análise cético-política da religião e da vida humana em comunidade. Ao buscar o diálogo crítico entre pensamento antigo e moderno, argumentamos, por fim, que o pensamento de Strauss é uma rica fonte para reflexão sobre a tradição e o universo espiritual e político em que vivemos.</p>Iann Endo Lobo
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2024-12-312024-12-31154e89731e8973110.5902/2357797589731Leo Strauss e a “Analogia do Homem Sábio”
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<p>Na literatura sobre Leo Strauss e o problema teológico-político, uma corrente interpretativa sugere que essa alternativa fundamental entre os modos de vida, metaforicamente identificados com Atenas e Jerusalém, pode ser resolvida através da argumentação. No entanto, há divergências sobre qual tipo de argumento pode efetivamente abordar essa questão. Entre as soluções propostas, destaca-se o argumento da “analogia do homem sábio”, introduzido em uma teologia natural hipotética. Essa analogia posiciona o homem sábio como um modelo para compreender Deus como um ser perfeito, e é discutida por Strauss em algumas ocasiões, notavelmente em <em>Reason and Revelation</em> (1948/2006), <em>Jerusalem and Athens</em> (1950/2022) e <em>The Mutual Influence of Theology and Philosophy</em> (1954/1979). Além disso, materiais recentemente publicados no volume <em>Leo Strauss on Plato’s Euthyphro</em> (2023) oferecem novas perspectivas sobre esse argumento. Este artigo tem como objetivo avaliar a importância, o poder argumentativo e uma implicação particular e dupla da analogia do homem sábio.</p>Marco Menon
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2024-12-312024-12-31154e89732e8973210.5902/2357797589732Da história à natureza: o retorno de Leo Strauss ao pensamento não historicista
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<p>Considerado o alcance da crítica ao historicismo, é possível dizer que a <em>démarche</em> filosófica de Leo Strauss se consolida como a tentativa de um retorno ao que seria o pensamento não historicista em sua “forma pura”, isto é, o pensamento em cujo núcleo figura uma compreensão original acerca do binômio <em>natureza-história</em>. Para o filósofo, a compreensão sobre esse par conceitual sofre uma mutação radical ao longo da modernidade, tornando a filosofia algo impossível ou absurdo e a filosofia política algo datado. Assim, sugere-se, a empreitada straussiana a nós se apresenta como uma tentativa de restauração da categoria de natureza (<em>physis</em>) e da noção de história (<em>historia</em>) tal como compreendidas pelos pensadores não historicistas. A proposta deste artigo é retomar alguns passos de Strauss nesse caminho de volta da história à natureza, destacando, especialmente, dois aspectos principais e correlatos, os quais, acredito, permitem-nos uma compreensão mínima sobre o significado da sofisticada empresa straussiana: (i) o uso justificado da metodologia genética e histórica do autor, algo que deve servir à tarefa de realçar ou, de modo enfático, reencenar as condições de possibilidade da filosofia política; e (ii) a defesa straussiana de uma compreensão não historicista da natureza, cuja adequação deve revelar a insuficiência da noção de história no âmbito do conhecimento acerca da natureza das coisas políticas e da ideia do direito natural. A partir desse destaque, nota-se a maneira como Strauss provoca sua audiência, trazendo à tona o elogio da filosofia e a suspeita incômoda sobre os limites do conhecimento histórico.</p>Izabella Corrêa Magalhães Coutinho
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2024-12-312024-12-31154e89733e8973310.5902/2357797589733Leo Strauss e a Tirania
https://periodicos.ufsm.br/interacao/article/view/89734
<p>O artigo trata do problema da tirania na obra de Leo Strauss. Partindo de seu texto <em>On Tyranny,</em> procuramos mostrar que se trata de um conceito central em sua obra, que ajuda a compreender pontos essenciais de sua obra madura. Para demonstrar nossa hipótese, procuramos explorar duas vias. Em primeiro lugar, comparamos os argumentos apresentados no texto mencionado acima com o conteúdo do Hieron de Xenofonte. Nesse primeiro passo, ressaltamos a maneira como o autor conduziu sua análise do escrito da Antiguidade. Num segundo momento, analisamos o debate de Strauss com seus intérpretes, em particular com Alexandre Kojève.</p>Newton Bignotto de Souza
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2024-12-312024-12-31154e89734e8973410.5902/2357797589734Strauss, o niilismo alemão e o nacional-socialismo
https://periodicos.ufsm.br/interacao/article/view/89735
<p>Em uma das raras vezes em que se propôs a discutir a situação política de sua época, Leo Strauss examina a relação entre niilismo e nacional-socialismo. Trata-se de uma conferência proferida em 1941 na qual encontramos tanto uma análise percuciente de um contexto político conturbado quanto o anúncio de certos temas que serão posteriormente desenvolvidos ao longo do percurso intelectual de Strauss. Nosso objetivo, neste trabalho, consiste em retomar os aspectos centrais dessa análise e, a partir daí, demonstrar sua relevância para a melhor compreensão de seu pensamento político.</p>Helton Machado Adverse
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2024-12-312024-12-31154e89735e8973510.5902/2357797589735¿Qué tan crítica es la crítica de Strauss a la modernidad? La alternativa de Heinrich Meier
https://periodicos.ufsm.br/interacao/article/view/89748
<p>El diagnóstico y la interpretación que Leo Strauss realizó de la filosofía política moderna han sido leídos generalmente como una profunda crítica al dogmatismo con el que la Modernidad erigió su <em>ciencia</em> política al tiempo que obscureció la vida filosófica y el tratamiento de los asuntos humanos. Los lectores de Strauss son ahora confrontados con algunas sagaces interpretaciones que ponen en tela de juicio que tal sea la verdadera intención de Strauss en su lectura de los filósofos modernos. Especialmente Heinrich Meier ha atendido con detalle la obra straussiana de tal modo que, bajo un análisis cuidadoso, autores como Maquiavelo, Hobbes o Rousseau son desde la pluma de Strauss auténticos filósofos y, en consecuencia, el proyecto de la Modernidad se revelaría como una resolución política que salvaguarda la vida filosófica frente al reto de la religión revelada. En este ensayo abordaré brevemente los puntos más álgidos de la interpretación general de Meier y cuestionaré algunas de sus premisas. Se sostiene, en resumen, que de ser cierta la interpretación de Meier el acercamiento a Strauss ha de ser tomado con una cautela moral incluso mayor a la que sus lectores estamos acostumbrados.</p>Diego Enrique Vega Castro
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2024-12-312024-12-31154e89748e8974810.5902/2357797589748Sobre a modernidade: a compreensão crítica de Leo Strauss
https://periodicos.ufsm.br/interacao/article/view/89749
<p>No bojo de seu projeto de resgate da filosofia política clássica, Leo Strauss acabou por consagrar-se como um severo crítico da modernidade. Sua problemática de pesquisa parte da constatação de que há uma “crise” na modernidade. Portanto, a compreensão do pensamento de Strauss passa, necessariamente, pela compreensão do fenômeno que ele buscava criticar. A presente pesquisa almeja explorar não apenas o que Strauss efetivamente entendia por modernidade – um fenômeno que, para negar a filosofia política clássica, se apresentava em três diferentes ondas –, mas também pretende explicitar os elementos centrais do fenômeno moderno na leitura feita por Strauss, onde se destacam o positivismo, o historicismo e também o niilismo. Assim, o artigo, por meio da análise da obra de Strauss, em diálogo com o trabalho de comentadores, pretende apresentar um panorama geral da mentalidade filosófica moderna da forma como Strauss a compreendia e descrevia. Contudo, a compreensão da crítica à modernidade, em Strauss, se revelava, paradoxalmente, como uma defesa de um regime moderno: a democracia liberal poderia redimir a modernidade, mas ela devia sua sólida fundamentação ao pensamento político clássico. Era o que Strauss buscava demonstrar, desafiando a ciência política dominante em seu tempo. Portanto, veremos que Strauss, ao propor o retorno aos clássicos, em verdade, articulava a defesa – e não a rejeição – da moderna democracia liberal.</p>Bruno Irion Coletto
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2024-12-312024-12-31154e89749e8974910.5902/2357797589749Leo Strauss e o chamado de Husserl à “filosofia como ciência rigorosa”
https://periodicos.ufsm.br/interacao/article/view/89750
<p>Em 1922, Leo Strauss frequentou os cursos de Edmund Husserl sobre teoria do conhecimento, ministrados na Universidade de Freiburg, acontecimento decisivo para que o jovem Strauss abandonasse o neokantianismo predominante no ambiente intelectual desse período na Alemanha. Essa experiência é relatada por Strauss em seu ensaio de maturidade publicado em 1971, o que mostra que aquele contato com Husserl marcou profundamente sua forma de pensar os problemas da contemporaneidade. Neste artigo, pretendo mostrar que é possível perceber que a influência de Husserl sobre Strauss extrapola a escrita desse pequeno ensaio. Tentarei argumentar que o impacto da primeira escola da fenomenologia alemã sobre o pensamento de Leo Strauss se revela tanto na sua crítica ao positivismo e ao historicismo, quanto na sua proposta de recuperação da filosofia política. Para tanto, será analisado pontos de confluência dos escritos de Strauss sobre o tema com o ensaio <em>Philosophie als strenge Wissenschaft</em> de 1911 de Husserl, no objetivo de mostrar que há na abordagem de Strauss da filosofia política uma influência direta da fenomenologia Husserl.</p>Elvis de Oliveira Mendes
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2024-12-312024-12-31154e89750e8975010.5902/2357797589750Leo Strauss sobre o Problema de Sócrates em "As Nuvens"
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<p>A comédia As Nuvens, de Aristófanes, é uma das principais fontes históricas diretas disponíveis sobre Sócrates, ao lado dos diálogos socráticos de Platão e Xenofonte. No entanto, a representação de Sócrates em As Nuvens difere substancialmente das representações de Sócrates nos textos de Platão e Xenofonte. Para Leo Strauss, essas representações foram respostas a Aristófanes e foram construídas em torno do “problema de Sócrates”, ou seja, o problema do lugar da racionalidade na vida humana e a relação tensa entre filosofia e sociedade, questões que aparecem entrelaçadas com o conflito entre filosofia e poesia. Segundo Strauss, haveria um grande acordo subjacente entre Aristófanes, Platão e Xenofonte acerca da assombrosa falta de prudência de Sócrates. Para eles, Sócrates seria um puro homem teórico e apolítico que ignorava perigosamente a força do alogon na vida social e política. Platão e Xenofonte seriam mais prudentes que Sócrates, mais conscientes dos limites da razão na vida social e política, e teriam construído um Sócrates mais prudente e respeitável aos olhos da cidade com o objetivo de salvar a filosofia da repressão da cidade e salvar a cidade dos efeitos corruptores da filosofia. Nesse movimento, a filosofia se torna filosofia política e se reconcilia de certa maneira com a poesia, incorporando o trágico e o cômico em uma unidade superior irônica.</p>Jean Gabriel Castro da Costa
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2024-12-312024-12-31154e89752e8975210.5902/2357797589752O sionismo como problema teológico-político em Leo Strauss
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<p>Para grande parte da opinião pública mundial, o “sionismo” é hoje a única e a derradeira face visível do que no decorrer do século XIX e até à primeira metade do século XX se chamava “Judenfrage”, “Jewish Problem”, “Questão Judaica”. No entanto, após a criação do Estado de Israel (1948) muitas coisas mudaram, deixando, entretanto, de se falar da “questão judaica” para se começar a falar em “sionismo” e em “anti-sionismo”. Como explicar esta deriva terminológica? O que é o judaísmo? O que é o sionismo? A que se deve a recente identificação de judaísmo e sionismo? Qual o significado político dos diferentes sionismos (político, cultural, religioso) enquanto fundamentos do apelo à restauração do Estado de Israel? Quais as relações do sionismo com o messianismo, o liberalismo e a cultura secular? Como manter-se judeu numa sociedade liberal moderna secularizada? Após o desastre do Holocausto é o <em>ethos </em>mítico do Shoah que reforça o <em>ethos </em>mítico do Estado de Israel ou o inverso? É a estas e a outras perguntas que o presente ensaio procurará responder recorrendo a uma leitura atenta dos chamados “escritos sionistas” de Leo Strauss.</p>António José Ferreira Bento
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2024-12-312024-12-31154e89730e8973010.5902/2357797589730Una filosofía paradojal: el arte de escribir de Maquiavelo según Leo Strauss
https://periodicos.ufsm.br/interacao/article/view/90004
<p>Este artículo se propone analizar la interpretación de Leo Strauss del arte de escribir de Maquiavelo y su lugar en la historia de la filosofía política. Strauss sostiene que Maquiavelo, el primer filósofo político moderno, utiliza estrategias de escritura esotérica heredadas de la tradición clásica. Sin embargo, su resultado no parece ser la preservación de las enseñanzas tradicionales, sino el comienzo de una revolución en la enseñanza sobre la política y la filosofía. Tres paradojas emergen de la interpretación de Strauss de Maquiavelo: 1) que la originalidad de Maquiavelo se descubre al comprender su retorno a la tradición; 2) que su enseñanza novedosa era ya conocida por los clásicos; 3) que la inmoderación de su discurso encierra una política filosófica de moderación. Estas paradojas enmarcan la tensión fundamental presente en la interpretación de Strauss: si acaso Maquiavelo merece ser llamado filósofo. En este artículo exploraremos estas paradojas, argumentando que, para Strauss, Maquiavelo emplea el arte de escribir con el mismo propósito que los clásicos, esto es, para tramitar la tensión entre la ciudad y la filosofía. Sin embargo, emplea para ello un particular dispositivo retórico: ofrece a la ciudad, argumentaremos, una "filosofía saludable" orientada al bienestar cívico. A lo largo de este estudio sostendremos que, para Strauss, la innovación retórica de Maquiavelo, si bien implica un cambio en el estatus y propósito de la filosofía para la ciudad y sus ciudadanos, no altera la comprensión de Maquiavelo de la filosofía y su distancia infranqueable con la política. Así, pondremos en juego la hipótesis de una filosofía paradojal en Maquiavelo: un pensamiento que permanece filosófico y una enseñanza que oculta a la figura del filósofo, a la filosofía como búsqueda de la verdad, y la vida filosófica.</p>Isabel Rollandi
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2024-12-312024-12-31154e90004e9000410.5902/2357797590004Strauss y la politicidad de la filosofía
https://periodicos.ufsm.br/interacao/article/view/90005
<p>El presente artículo se propone interrogar el modo en que Strauss piensa la cuestión de la relación de la politicidad de la filosofía, o, dicho en otros términos, del problema de la relación de la filosofía con la ciudad. Para llevar adelante este propósito, se tomará como punto de partida la presentación que hace Strauss de lo que podemos llamar la “invención” de la filosofía política en “Derecho natural e historia”, luego se analizará el modo en que Strauss lee este problema en el que puede considerarse el texto fundamental de esa tradición: La República de Platón. Para concluir, se sugerirán algunas reflexiones acerca de la politicidad de la filosofía tal como es comprendida por Strauss.</p>Agustín Volco
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2024-12-312024-12-31154e90005e9000510.5902/2357797590005