Fundamentos políticos e técnicos da mensuração de cooperação Sul-Sul

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.5902/2357797590757

Mots-clés :

Cooperação Sul-Sul, Mensuração, Política, Governança, Sul Global

Résumé

A cooperação para o desenvolvimento é um tema central que mobiliza governos, organizações da sociedade civil e organismos internacionais, sendo pautada por ideais de ajuda, solidariedade e a criação de novas plataformas de desenvolvimento. Um dos debates mais relevantes no campo da Cooperação Sul-Sul (CSS) no século XXI é a sua mensuração. O objetivo deste artigo é identificar e analisar os fundamentos políticos e técnicos que sustentam a mensuração da Cooperação Sul-Sul, propondo um quadro conceitual que destaque os elementos e variáveis essenciais para a formulação de uma política eficaz de mensuração dessa cooperação. A análise busca, portanto, responder à questão central: Quais são os princípios que fundamentam a mensuração da Cooperação Sul-Sul, e quais elementos e variáveis devem ser considerados nesse processo? A hipótese central sugere que, por trás das questões técnicas de quantificação da CSS, existem fatores políticos complexos que não podem ser negligenciados, especialmente devido à falta de parâmetros de referência globais. O artigo explora como fatores políticos, como generosidade, mobilização de interesses inter-burocráticos e relações de poder, influenciam o processo de mensuração, além de discutir as múltiplas escolhas técnicas relacionadas às modalidades, setores e instrumentos financeiros de cooperação. O marco conceitual deste artigo fundamenta-se nas discussões conceituas sobre CSS, que abrangem as diferentes formas de cooperação entre países em desenvolvimento, bem como os desafios, as oportunidades e as dinâmicas políticas e técnicas que surgem a partir dessas interaçõesA proposta é oferecer uma análise crítica sobre como a mensuração da CSS deve ser realizada, destacando as implicações políticas e técnicas envolvidas na construção dessa prática.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

José Alejandro Sebástian Barrios Díaz, Universidade de Brasília

Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (IREL/UnB) desde 2024. Foi Professor Visitante na Universidade Federal do Rio Grande (2023-2024) e docente no X Curso de Especialização em Direito Sanitário do Programa de Direito Sanitário da Fiocruz Brasília (2022). Atuou como professor e membro do Núcleo Docente Estruturante da graduação em Relações Internacionais do Instituto de Ensino Superior de Brasília (2017-2022). Como pesquisador da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Política Internacional do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), integrou a pesquisa "Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional" (2018-2022) e contribuiu para a elaboração dos relatórios COBRADI. Foi consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (2013 e 2018) e realizou estágio doutoral no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (2016-2017). Além disso, atuou como tradutor na Embaixada da República Cooperativista da Guiana no Brasil (2010-2011) e trabalhou no Programa Nacional de Aids do Ministério da Saúde, na Assessoria de Cooperação Externa e no Centro Internacional de Cooperação Técnica em HIV/Aids (2005-2008). Trabalha na interseção entre relações de poder, cooperação internacional, colonialidade e decolonialidade. Sua agenda de pesquisa abrange os estudos críticos da cooperação internacional, sobretudo das políticas de mensuração de cooperação Sul-Sul e análise decolonial de hierarquias globais na política internacional. Atualmente é coordenador de extensão do Instituto de Relações Internacionais e represente do Irel na Câmara de Extensão da Universidade de Brasília.

Références

African Union. (2017). First African Union South Cooperation Report. Disponível em: https://www.undp.org/africa/publications/first-african-south-south-cooperation-report. Acesso em: 08 de janeiro 2025.

Amin, S. (2015). From Bandung (1955) to 2015: Old and New Challenges for the States, the Nations and the Peoples of Asia, Africa and Latin America. International Critical Thought, v.5, n.4, p.453-460. DOI: https://doi.org/10.1080/21598282.2015.1102117

Ayllón, B. P. (2011). La cooperación Sur-Sur y triangular: otras formas de cooperar son posibles (y deseables). In: Sotillo, J. A. (Org.). El Sistema de Cooperación para el Desarollo: Actores, formas y procesos. Madrid, Catarata.

Ayllón, B. P. (2014). Evolução histórica da Cooperação Sul-Sul. In: Souza, A. M. (Org.). Repensando a Cooperação Internacional para o Desenvolvimento. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Bandyopadhyaya, J. (1977). The Non-Aligned Movement and International Relations. India Quarterly, v. 33, n.2, p.137-164. DOI: https://doi.org/10.1177/097492847703300201

Besharati, N. A. (2015). Developing a conceptual framework for South-South Cooperation. Network of Southern Think-Tanks, Africa Chapter Working Document.

Besharati, N. A.; Macfeely, S. (2019). Defining and quantifying South-South Cooperation. UNCTAD Research Paper, n. 30.

Brasil. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Agência Brasileira de Cooperação. (2022). Cooperação Internacional em Tempos de Pandemia: 2019-2020. Ipea: Brasília.

Chile. (2019). Balance de Gestión Integral. Año 2019. Ministerio de Relaciones Exteriores, Agencia de Cooperación Internacional de Chile. Disponível em: https://www.agci.cl/images/centro_documentacion/AGCIDBGI2019.pdf. Acesso em: 08 de janeiro 2025.

Corrêa, M. L. (2017). Quantification of South-South cooperation and its implications to the foreign policy of developing countries. South Center: Geneva.

Corrêa, M. L. (2022). Measuring South-South cooperation in the context of SDG indicator 17.3. UNCTAD: Geneva.

Dominguez, R. M. (2016). Cooperación financiera para el desarollo, ADN de la cooperación Sur-Sur. Iberoamerican Journal of Development Studies, v.5, n.62, p.62-86.

Dominguez, R. M. (2019). La Constelación del Sur: la Cooperación Sur-Sur en el cuarenta aniversario del Plan de Acción de Buenos Aires. In: Dominguez, R. M. & Lo Bruto, G. & Surasky, J. (Ed.). La Constelación del Sur: lecturas histórico-críticas de la cooperación Sur-Sur. Benemérita Universidad Autónoma de Puebla; Editorial de la Universidad de Cantabria. p. 13-134.

Duarte, R. S.; Milani, C. R. S. (2021). Southern states in International Development Cooperation: from contestation to norm conception. The Chinese Journal of International Politics, v. 14, n. 4, p. 506-529. DOI: https://doi.org/10.1093/cjip/poab010

Esteves, P. (2018). How governments of the South assess the results of South-South cooperation: case studies of South-led approaches. UN DESA: New York.

Eyben, R. (2012). Struggles in Paris: The DAC and the purposes of development aid. The European Journal of Development Research, v. 25, n. 1, p. 78-91. DOI: https://doi.org/10.1057/ejdr.2012.49

Ferreira, J. R. & Fonseca, L. E. (2017). Structural Cooperation, the Fiocruz Experience. Ciência & Saúde Coletiva, v.22, n.7, p.1-4. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232017227.04412017

Führer, H. (1996). The story of official development assistance: a history of the Development Assistance Committee and the Development Co-operation Directorate in dates, names and figures. OECD: Paris.

Fukuda-Parr, S. & Mcneill, D. (2019). Knowledge and politics in setting and measuring the SDGs: introduction to special issue. Global Policy, v.10, n. S1, p. 5-15. DOI: https://doi.org/10.1111/1758-5899.12604

Group of 77. (1981). Caracas Programme of Action. Disponível em: https://www.g77.org/doc/CPA-contents.htm. Acesso em 08 de janeiro 2025.

Group of 77. (2000). Declaration of the South Summit. Disponível em: https://www.g77.org/summit/Declaration_G77Summit.htm. Acesso em: 08 de janeiro 2025.

Institute for Global Dialogue. (2014). The G77 and China in the climate negotiations: a leaky umbrella? Policy Brief, Issue 111.

Inter-Agency and Expert Group on the Sustainable Development Goal Indicators - IAEG-SDGs. (2020). Working Group on Measurement of Development Support. Terms of Reference.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. (2020). TOSSD from a Brazilian perspective. Ipea: Brasília.

Mawdsley, E. (2012). From recipients to donos: Emerging powers and the changing development landscape. London: Zed Books. DOI: https://doi.org/10.5040/9781350220270

México. (2012). Cuantificación de la Cooperación Internacional para el Desarollo. Estimación de la cooperación ofrecida por México en 2011 y 2012. AMEXCID: Mexico D.F.

México. (2017). Cooperación Internacional para el Desarollo Otorgada por México en 2017. Disponível em: https://infoamexcid.sre.gob.mx/amexcid/ccid2017/index.html. Acesso em: 08 de janeiro 2025.

Milani, C. R. S. & Suyama, B. & Lopes, L. (2013). Políticas de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento no Norte e no Sul. Que lições e desafios para o Brasil? Friedrich Ebert Stiftung Brasil.

Milani, C. R. S. (2018). Solidarity and interest: motivations and strategies in international development cooperation. Editora Appris: Curitiba.

Milani, C. R. S. & Duarte, R. S. (2015). Cooperação para o desenvolvimento e cooperação Sul-Sul: a perspectiva do Brasil. In: Ramanzini Junior, H. et al. (Ed.). Brazilian foreign policy, South-South cooperation, and international negotiations. 1st ed. São Paulo: Cultura Acadêmica, p. 53-82.

Mosse, D. (2005). Cultivating Development: An ethnography of aid policy and practice. New Delhi: Vistaar.

Nívia-Ruiz, F. (2020). La medición de la Cooperación Sur-Sur colombiana a cuarenta años del Paba: Una propuesta de convergencia entre cuantificación y agregación de valor. Ochoa, R. (Ed.). Revista de la Academia Colombiana de Ciencias Exactas Físicas y Naturales, v. 44, n. 171, p.143-165. DOI: https://doi.org/10.18601/16577558.n31.05

OECD. (2019). OECD Development Assistance Committee (DAC) - Global Development Cooperation Report 2019. OECD Publishing, Paris.

Secretaría General Iberoamericana. (2008). Balance de la Cooperación Iberoamericana. Segib: Madrid.

United Nations. Resolution 1383 (XIV). Expanded Programme of Technical Assistance. United Nations General Assembly, 1959. Disponível em: https://undocs.org/A/RES/1383(XIV). Acesso em: 20 de fevereiro de 2025.

United Nations. (1978). Report of the United Nations Conference on Technical Co-operation among Developing Countries. United Nations: Buenos Aires.

United Nations. (1983). A/RES/28/201. Disponível em: https://research.un.org/en/docs/ga/quick/regular/38. Acesso em: 08 de abril 2024.

United Nations Conference on Trade and Development. (1964). Proceedings of the United Nations Conference on Trade and Development. Final Act and Report. UNCTAD: Geneva. Disponível em: https://unctad.org/system/files/official-document/econf46d141vol1_en.pdf. Acesso em: 08 de abril 2024.

United Nations. (1974). Programme of Action on the Establishment of a New International Economic Order. United Nations: New York. Disponível em: https://digitallibrary.un.org/record/218451?v=pdf. Acesso em: 08 de abril 2024.

United Nations. (2019). Buenos Aires outcome document of the Second High Level United Nations Conference on South-South Cooperation. United Nations: Buenos Aires.

United Nations Development Program. (2014). The New and the Emerging Trends in South-South Cooperation. UNDP, Brasília.

United Nations Office for South-South Cooperation. (2024). About South-South and Triangular Cooperation. UNOSSC: New York. Disponível em: https://unsouthsouth.org/about/about-sstc/. Acesso em: 08 de abril 2024.

Téléchargements

Publié-e

2025-03-31

Comment citer

Díaz, J. A. S. B. (2025). Fundamentos políticos e técnicos da mensuração de cooperação Sul-Sul. InterAção, 16(1), e90757. https://doi.org/10.5902/2357797590757