O fantasma do “monolinguismo” continua rondando: dizeres sobre a(s) língua(s) do/no Brasil e sujeito surdo
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179219441898Palavras-chave:
Educação para surdos, Análise de discurso, História das Ideias Linguísticas, Políticas linguísticas.Resumo
Tendo em vista os dizeres sobre o sujeito e as línguas no espaço-tempo de comunicação brasileiro, percebe-se que ainda ressoam sentidos em defesa do monolinguismo e, por sua vez, produzindo modos de silenciamento e apagamento (AUROUX, 1992; ORLANDI, 1997). Considerando o funcionamento do nome próprio (PÊCHEUX, 2009; HAROCHE, 1992), nos dedicaremos a analisar dizeres produzidos pelo nome próprio Bolsonaro sobre grupos linguísticos minorizados: em mídia digital, em pronunciamento oficial e no Decreto nº. 9.465/19. Que efeitos de sentido ressoam de um imaginário de cidadão brasileiro filiado a uma unidade de estado nação (ORLANDI, 2002) no dizer do nome próprio Bolsonaro?
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- 2022-03-24 (2)
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