NOTAS PARA UM CÂNONE (NADA) COR-DE-ROSA: O RESGATE DA PRODUÇÃO DE AUTORIA FEMININA E SEU PAPEL NO ENSINO E NA LEITURA DE LITERATURA EM SALA DE AULA

Autores

  • Rafael Eisinger Guimarães Universidade de Santa Cruz do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179219426887

Palavras-chave:

Autoria feminina, Crítica feminista, Cânone literário, Educação

Resumo

Este artigo apresenta uma discussão sobre o resgate da literatura de autoria feminina, problematizando as premissas dos discursos crítico e historiográfico que sustentam o cânone literário brasileiro. A partir das questões propostas por Rita Terezinha Schmidt, Antoine Compagnon, Toril Moi, Luiza Lobo, Jaime Ginzburg, Douwe Fokkema e Elrud Ibsch, dentre outros, é feita uma reflexão sobre o papel emancipatório da educação, articulando-se as concepções apresentadas com uma postura docente voltada à formação de leitores críticos, em especial no que diz respeito ao silenciamento das mulheres no processo de narração da nação. 

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Biografia do Autor

Rafael Eisinger Guimarães, Universidade de Santa Cruz do Sul

Doutor em Literatura Comparada pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor do Departamento de Letras e do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade de Santa Cruz (UNISC).

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Publicado

2017-12-12

Como Citar

Guimarães, R. E. (2017). NOTAS PARA UM CÂNONE (NADA) COR-DE-ROSA: O RESGATE DA PRODUÇÃO DE AUTORIA FEMININA E SEU PAPEL NO ENSINO E NA LEITURA DE LITERATURA EM SALA DE AULA. Fragmentum, (49), 69–86. https://doi.org/10.5902/2179219426887