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ENTREVISTA COM CARILISSA DALL’ALBA: “O QUE NOS SALVA É MINORIA (...) O ASSISTENCIALISMO ESTÁ VOLTANDO COM TODA FORÇA”

Authors

  • Phellipe Marcel da Silva ESTEVES Universidade Federal Fluminense
  • Elissandra Lourenço PERSE Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179219441819

Keywords:

estudos sobre surdez, escrita, português, Libras

Abstract

Carilissa Dall’Alba é professora assistente de Libras do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) desde 2014 e doutoranda em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sob orientação da professora doutora Marianne Rossi Stumpf. Graduada em Letras – Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina (2010) e mestra em Educação pela UFSM (2013). Trabalha como pesquisadora e ativista principalmente nas áreas de Cultura Surda e Visual e Educação Especial para surdos. Surda, tem importante papel na militância, sobretudo ligada à acessibilidade da pessoa surda no cinema, liderando no Sul do Brasil o movimento Legenda para Quem Não Ouve, Mas Se Emociona!”, criado por Marcelo Pedrosa em 2004 em Recife. Atua também nas causas do feminismo em relação à mulher surda e aos surdos LGBTTS, utilizando as redes sociais, como seu canal no Youtube, bem como milita pela educação para surdos. No 46º Festival de Gramado, que ocorreu entre os dias 17 e 25 de agosto de 2018, Carilissa marcou forte presença e de forma inédita 12 filmes foram exibidos com legenda descritiva e/ou audiodescrição.

A entrevista para a Fragmentum se deu integralmente por troca de e-mails. Os entrevistadores formularam e disponibilizaram-se para realizar videochamadas em Libras no caso de dúvidas. Entretanto, o diálogo virtual se deu de forma muito bem-sucedida, não tendo sido necessária nenhuma interlocução além das perguntas. A escrita de Dall’Alba é absolutamente inteligível, rica em sentidos, prenhe de possibilidades em seu “conteúdo” e também em sua forma. Um exemplo dessa polissemia produtiva, que leva a efeitos identitários, comunitários, de agregação, é o modo como a primeira pessoa do plural surge na escrita: “nós surdos”, em vez de “nós, surdos”. Ao não inserirmos a vírgula normativa nesse caso, permitimos uma abertura semântica. Por esses motivos, os entrevistadores decidiram por manter boa parte dos traços da singularidade da escrita de Carilissa. Entendemos se tratar de uma produção autônoma e proficiente em uma língua não materna, fruto de décadas de escolarização bem-feita e educação, em seus diversos sentidos, aberta à pluralidade de línguas. Uma tentativa forçada de padronizar o texto aqui seria negativa: a modalidade escrita da língua vernácula está aberta a esse tipo de entrada de falantes de línguas que funcionam em materialidades não orais. A seguir, um belo e fluente texto em português também como língua do sujeito surdo.

 

Entrevistadores: Elissandra Lourenço Perse (Uerj)

Phellipe Marcel da Silva Esteves (UFF)

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Author Biographies

Phellipe Marcel da Silva ESTEVES, Universidade Federal Fluminense

Professor do Setor de Linguística do Departamento de Ciências da Linguagem da Universidade Federal Fluminense. Graduado em Comunicação Social (Jornalismo) pela UFRJ, com mestrado em Letras (Língua Portuguesa) pela Uerj e doutorado em Estudos da Linguagem pela UFF. Realizou residência de pesquisa na Fundação Biblioteca Nacional entre 2014 e 2016.

Elissandra Lourenço PERSE, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora do setor de Libras do Departamento de Estudos da Linguagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Graduada em Letras (Português-Espanhol) na Uerj, especialista em Língua espanhola instrumental para leitura e mestra em Letras (Linguística) pela mesma universidade. Atualmente, aluna de doutorado.

Published

2020-07-20

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How to Cite

ESTEVES, P. M. da S., & PERSE, E. L. (2020). ENTREVISTA COM CARILISSA DALL’ALBA: “O QUE NOS SALVA É MINORIA (.) O ASSISTENCIALISMO ESTÁ VOLTANDO COM TODA FORÇA”. Fragmentum, (55), 225–238. https://doi.org/10.5902/2179219441819