Comunidades Remanescentes de Quilombo e as Políticas Públicas no cenário brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2318179686215

Palavras-chave:

Povos e comunidades tradicionais, Comunidades remanescentes de quilombo, Políticas públicas

Resumo

No Brasil, estima-se a existência de mais de 2.900 comunidades remanescentes de quilombo distribuídas por todas as regiões. A invisibilidade social em relação às comunidades rurais, favorece para que o percentual de vulnerabilidade social seja mais grave. Isso está estritamente associado à situação da insegurança alimentar das famílias, sendo potencializado por questões relativas a gênero, raça, etnia e geração, concentrando os maiores índices de pessoas nessa condição em regiões com povos indígenas e comunidades remanescentes de quilombos. Este manuscrito tem o objetivo de discutir as definições de Povos e Comunidades Tradicionais e Comunidades Remanescentes de Quilombo, em seu contexto histórico e sua ressignificação na Constituição Federal, e as políticas públicas voltadas para as comunidades remanescentes de quilombo, no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria. A construção deste trabalho se deu por meio de uma revisão narrativa de literatura. A partir da compreensão do contexto histórico e social das comunidades é possível compreender a necessidade de proposições de políticas públicas para melhoria da qualidade de vida destas populações que, historicamente, foram marginalizadas da sociedade. Desta forma, é importante destacar as políticas públicas que visam o desenvolvimento das comunidades remanescentes de quilombo, auxiliando na superação da pobreza, com inclusão social e produtiva e promoção da segurança alimentar e nutricional.

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Biografia do Autor

Mariane Roman Menegon, Universidade Federal de Santa Maria

Possui graduação em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (2010), especialista em Práticas Educacionais em Ciências e Pluralidade pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois Vizinhos - PR, polo Tio Hugo - RS. Especialista em Gestão Ambiental e Sustentabilidade pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) - Unidade Soledade. Mestranda do Programa de Pós Graduação em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente é extensionista rural social da Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural - EMATER/RS. Tem experiência na área de Extensão Rura Maria

Alisson Vicente Zarnott, Universidade Federal de Santa Maria

Professor do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural (DEAER) do Centro de Ciências Rurais (CCR) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e do PPG em Extensão Rural da UFSM. Formado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Pelotas (2004), Mestre em Agroecossistemas pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009), Especialista em Agricultura Familiar Camponesa e Educação do Campo (2011) pela UFSM e Doutor em Extensão Rural pelo PPG Extensão Rural da UFSM pesquisando a Participação Social nos Programas de Extensão Rural para assentamentos de Reforma Agrária. Experiência em pesquisa e projetos de extensão envolvendo temas como: desenvolvimento rural, políticas públicas, reforma agrária, extensão rural e extensão universitária. Coordenador do NEP TERRA - Núcleo de Extensão e Pesquisa em Territorialidades, Extensão Rural e Reforma Agrária

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Publicado

2025-07-09

Como Citar

Menegon, M. R., & Zarnott, A. V. (2025). Comunidades Remanescentes de Quilombo e as Políticas Públicas no cenário brasileiro. Extensão Rural, 32, e86215. https://doi.org/10.5902/2318179686215

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