Estratégias Quilombolas: segmentaridade e dissenso na política étnica maranhense

Autores

  • Igor Thiago Silva de Sousa Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5902/2318179633123

Palavras-chave:

comunidades quilombolas, direitos territoriais, grupos étnicos, movimentos sociais, Maranhão.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar as formas de garantia de direitos territoriais às chamadas “comunidades remanescentes de quilombos” no Maranhão através de seus segmentos organizados. Como primeiro segmento temos a ACONERUQ (Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas), que surge em 1997, funcionando como um “fórum de representação das comunidades quilombolas”. Por sua vez, os caminhos políticos e estratégias de intervenção na garantia de direitos territoriais não são unitários, apresentando-se de forma multifacetada e sob diferentes visões sobre os caminhos de interface frente o Estado, o que coloca em questão a unidade política da desta entidade e culmina com a eclosão do MOQUIBOM (Movimento Quilombola do Maranhão) em meados de 2010, apontando divergências nas formas de ação política dos quilombolas. Estes polos organizados têm entre si estratégias diferenciadas e certos antagonismos públicos, o que coloca em pauta as percepções políticas das organizações quilombolas, que politizam seus laços comunitários e práticas a partir de entendimentos, formas de mobilização e parcerias políticas diferentes entre si.

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Biografia do Autor

Igor Thiago Silva de Sousa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Antropólogo. Doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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Publicado

2019-12-28

Como Citar

Sousa, I. T. S. de. (2019). Estratégias Quilombolas: segmentaridade e dissenso na política étnica maranhense. Extensão Rural, 25(4), 89–106. https://doi.org/10.5902/2318179633123